Para o biólogo a lagoa se transformou em um grande brejo
A situação lagunar da Barra da Tijuca é tema de denúncia do JORNAL DA BARRA por seguidas edições, até porque, uma das promessas do governo do estado era cumprir, como legado das Olímpiadas 2016, a meta de despoluir o complexo aquaviário da Zona Oeste, mas para o azar da região, o compromisso dos governantes foi por água abaixo.
Nesta semana, uma publicação do biólogo Mario Moscatelli nas redes sociais chamou a atenção. Nela, o influente cientista decreta o “atestado de óbito” da Lagoinha das Taxas, parte integrante do Parque Natural Municipal Chico Mendes.
Ele culpa o despejo generalizado de esgoto no Canal das Taxas, além de responsabilizar os órgãos responsáveis pelo serviço de saneamento, além da omissão da própria população. Para nossa equipe de reportagem, Moscatelli disse se tratar de um problema não apenas local, mas também nacional: “as lagoas normalmente têm de vida curta, o que para a natureza significa uns mil anos, mas quando o homem intervém, o envelhecimento é acelerado de forma monstruosa. O crime ambiental continua sendo cometido, resta saber se a comunidade vai continuar pagando por um serviço de coleta de esgoto duvidoso e vai assistir a morte de um ecossistema bem debaixo do nariz”.
Entenda o problema:
O Canal das Taxas recebe dois tipos de esgoto, tanto os despejados pelas construções desordenadas quanto os dos condomínios que deveriam ter esgoto tratado. Isso faz com que as gigogas (que são plantas naturais da região e que funcionam como filtros d’água) se multipliquem de forma desordenada, que acabam morrendo e se acumulando, fazendo com que a lagoa perca profundidade e seja transformada em um brejo.