Assisti à continuação dessa saga, que conquistou os fãs de distopia em 2021, nesta terça-feira (27). Agora, ela retorna ainda maior. A crítica sobre os pontos positivos e negativos você encontra na matéria a seguir:
Em 2021, Denis Villeneuve estabeleceu um padrão de excelência com a estreia de "Duna", solidificando-se como um mestre na arte da adaptação cinematográfica. Com "A Chegada" (2016) e "Blade Runner 2049", ele já havia conquistado reconhecimento na indústria, mas foi no árido cenário de Arrakis que ele encontrou seu verdadeiro tesouro. Agora, com "Duna: Parte Dois", Villeneuve não só consolida sua marca como também se lança em uma jornada que promete duplicar seu sucesso nas premiações.
Se o primeiro filme foi meticuloso em apresentar o universo de Frank Herbert, esta sequência se revela um verdadeiro épico transitório, preparando terreno para um desfecho grandioso. Enquanto o primeiro capítulo era mais introdutório e contemplativo, o segundo é uma montanha-russa de emoções, com um ritmo que cativa desde o primeiro instante até o último suspiro.
A trama, centrada no jovem messias Paul Atreides, continua a explorar os intrincados conflitos em torno da especiaria e a guerra santa pelo controle de Arrakis. Villeneuve aprofunda as relações entre os personagens e com o deserto, enquanto nos conduz por uma jornada repleta de ação, diálogos marcantes e momentos emocionantes. Os 2h45 de duração passam imperceptíveis, graças à maestria do diretor em equilibrar todos os elementos da narrativa.
O elenco talentoso, encabeçado por Timothée Chalamet como Paul e Zendaya como Chani, brilha com performances cativantes e química palpável. A relação entre os protagonistas se desenvolve de forma convincente, enriquecendo a trama com camadas de emoção e complexidade. Além disso, os veteranos Javier Bardem, Stellan Skarsgård e Rebecca Ferguson entregam atuações impecáveis, enquanto os novatos Florence Pugh e Austin Butler surpreendem em seus papéis.
A fotografia suntuosa de "Duna: Parte Dois", capturada nos desertos da Jordânia e Abu Dhabi, transporta o espectador para o vasto e implacável cenário de Arrakis. Os amplos enquadramentos e a imponência das dunas criam uma sensação avassaladora de grandiosidade, ao mesmo tempo que ressaltam a fragilidade dos personagens diante da magnitude da natureza.
Destaque também para a mixagem de som, que desempenha um papel fundamental na construção do mundo de "Duna". Os sons do deserto ecoam com uma intensidade avassaladora, transmitindo ao público uma variedade de sensações que enriquecem a experiência cinematográfica. O trabalho de Hans Zimmer na trilha sonora, embora um tanto subjugado pela ênfase no som ambiente, ainda se destaca como uma peça essencial na imersão do público.
No entanto, nem tudo é perfeito em "Duna: Parte Dois". O desenvolvimento do personagem Feyd-Rautha, embora bem interpretado por Austin Butler, deixa a desejar em termos de profundidade e impacto. Sua introdução como um psicopata é promissora, mas suas ações não conseguem sustentar completamente essa aura de vilania.
No geral, "Duna: Parte Dois" é uma obra-prima do cinema de ficção científica, que eleva ainda mais o legado estabelecido por seu antecessor. Com uma narrativa envolvente, performances arrebatadoras e uma produção visual deslumbrante, o filme é uma verdadeira ode à grandiosidade do universo de Frank Herbert. É uma experiência cinematográfica que não pode ser desperdiçada.
Nota: 9,5/10