O Serviço de Proteção ao Crédito, SPC-Brasil, e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, realizam periodicamente estudos para conhecer melhor os hábitos de consumo e financeiros do brasileiro. Tem um, chamado: Indicador de Reserva Financeira, que mostra a capacidade de poupar no País
Por Regina Pitoscia
O Serviço de Proteção ao Crédito, SPC-Brasil, e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, realizam periodicamente estudos para conhecer melhor os hábitos de consumo e financeiros do brasileiro. Tem um, chamado: Indicador de Reserva Financeira, que mostra a capacidade de poupar no País. O índice de março revelou que 65% os brasileiros não possuem uma reserva financeira. A pesquisa mostra ainda que, em março, 76% dos consumidores não conseguiram poupar. E desse total, nas faixas de maior poder aquisitivo, 37% conseguiram guardar algum dinheiro,já nas demais faixas, apenas 13%. E na média o total reservado ficou em R$ 502,00 nesse mesmo mês.
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o baixo número de poupadores tem relação direta com a crise econômica, que potencializa a falta de cultura de poupar. "O desafio de boa parte das famílias é superar a queda da rendadecorrente do aumento do desemprego e do avanço recente da inflação, que corroeu o poder de compra do consumidor.
"Em relação ao destino do dinheiro a ser investido, 64% dizem preferir a caderneta de poupança, 20%, manter em casa, 10% aplicar em fundos de investimentos, 7% em Previdência Privada, 6% em CDB, e 4% em títulos do governo, pelo Tesouro Direto. Ainda de acordo com Marcela, a escolha da modalidade de aplicação deve sempre considerar o propósito da reserva. Se for para pagamentos de imprevistos que surgem a cada mês, o dinheiro precisar ir para segmentos de maior liquidez, quer dizer, que permitem saques em curto espaço de tempo, como a poupança e o CDB. Se o objetivo é a formação de uma reserva financeira no longo prazo, há outras opções mais rentáveis, que prendem os recursos por bem mais tempo.
Imprevistos
Um planejamento financeiro vai facilitar a tarefa de quem está pretendendo fazer uma poupança e ter um pouco mais de conforto e estar preparado para imprevistos. Acontecimentos como perda de emprego, morte do marido ou mulher, divórcio, doença são experiências que, além de dolorosas, levam a perda de receitas e aumento de despesas. Há especialistas que recomendam guardar o equivalente a três meses de despesas fixas. Esse dinheiro poderá atender suas necessidades básicas, caso alguma situação inesperada venha reduzir ou interromper a entrada de recursos no seu orçamento. Os valores devem ficar aplicados em uma modalidade conservadora, a que oferece menos Por Regina Pitoscia Poucos brasileiros têm reserva financeira. risco possível ao poupador.
Sem emprego
A perda de emprego, qualquer que seja o motivo, é um momento que deixa qualquer um fragilizado, tanto emocional quanto financeiramente. O desaparecimento inesperado de receita leva em geral ao atraso no pagamento de contas e à acumulação de dívidas. O mais importante nessas horas é não deixar o barco financeiro ir à deriva; é preciso manter o controle do orçamento até que a vida volte à normalidade. Nessa hora, é preciso avaliar rapidamente o orçamento e ter pulso firme para usar a tesoura e cortar o que for possível, reduzir o mais que puder os custos fixos, despesas de todo mês. É preciso ser muito comedido e usar com bastante critério o cartão de crédito, jamais rolando a dívida, pois os juros são impagavelmente elevados. O conjunto dessas medidas poderá proporcionar certa folga até que seja encontrado outro trabalho ou emprego.
Fim do casamento
O fim de um relacionamento é outro momento difícil, que traz uma reviravolta em todos os planos traçados, quando a vida comum foi assumida. Essa ruptura leva também a um desmonte desse projeto, o que o obriga a retomar o plano de vida sob outras bases, desta vez de renda mais baixa em uma situação em que as despesas permanecem. O processo de adaptação é lento e, não raro, cheio de armadilhas e percalços pelo caminho. O primeiro impato do divórcio, fora o abalo emocional, é a perda do que se pode chamar de ganho de escala, uma das mais vantajosas do casamento, que é o ajuntamento de receitas obtidas pelo casal para o pagamento das despesas do dia a dia. Não há como escapar de uma adaptação do orçamento. É preciso entregar-se a essa tarefa com determinação, evitando a comparação de sua vida atual com a anterior. Será preciso reconhecer que ambos ficaram mais pobres e adaptar-se à nova situação financeira. Você deve começar fazendo uma relação das despesas pagas pelo ex-cônjuge que agora ficarão sob sua responsabilidade. Avalie quanto esse valor compromete sua receita e, se precisar, remaneje seu orçamento.
Problemas de saúde
A saúde em desequilíbrio é outra situação que põe em risco a estabilidade financeira. As novas técnicas de tratamento surgidas com os seguidos avanços da medicina tornam grande a possibilidade de cura para a maioria das doenças, até algumas das mais graves. A dificuldade é que os tratamentos custam caro. Mesmo para quem tem um plano de saúde, são grandes as possibilidades de surgirem custos que estarão fora do arco de cobertura do plano. Para conseguir atravessar esse momento de dificuldade, deve-se avaliar a cobertura de seu plano de saúde, quais são os hospitais e os laboratórios credenciados. Tenha em conta que, dependendo da gravidade, a doença poderá mantê-lo afastado do trabalho por longo tempo