Com mais de 100 músicos no palco, a obra narra a jornada de um montanhista nos Alpes Bávaros
Em 1923, Richard Strauss esteve em turnê pela América do Sul como maestro da Orquestra Filarmônica de Viena para uma série de concertos. Algumas obras importantes tiveram sua primeira audição no Brasil, entre elas a emblemática “Sinfonia Alpina”, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Cem anos depois, a Orquestra Petrobras Sinfônica apresenta o célebre poema sinfônico do compositor e regente alemão na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no dia 3 de agosto, agora sob a regência do experiente maestro argentino Carlos Vieu.
Carlos Vieu é o regente de "Sinfonia Alpina". (Foto: Divulgação)
Com uma produção grandiosa, o concerto conta com mais de cem músicos no palco, onde o público é transportado para as montanhas Bávaras através da interpretação impactante. A partir da composição musical, Richard Strauss traduz a trajetória de um alpinista que, para chegar ao cume, passa por enormes desafios, assim como momentos de puro encantamento e contemplação da natureza.
Uma das inspirações para compor a monumental obra veio de uma experiência pessoal. Quando tinha 15 anos de idade, Strauss viveu uma aventura nos Alpes, entre a Áustria e o sul da Alemanha. Para garantir uma imersão ainda maior à experiência, o concerto na Cidade das Artes inclui projeções de tirar o fôlego, com imagens de montanhas nevadas, assim como sinos, máquinas de vento e outros instrumentos raros que simulam sons de tempestades. Além disso, no começo do espetáculo, uma banda externa - formada por trompas, trompetes e trombones - se posiciona fora do palco a fim de criar o efeito do eco, como nas montanhas.
Ao todo, mais de cem músicos estão envolvidos nos concertos. (Foto: Divulgação)
Para o concerto, a Orquestra Petrobras Sinfônica convidou o alpinista Waldemar Niclevicz, primeiro brasileiro a escalar o Monte Everest, o K2 e os Sete Cumes - as montanhas mais desafiadoras do mundo - para um bate-papo com o público. Com mais de 35 anos de experiência, ele vai conectar a vivência na escalada com a obra de Richard Strauss em uma palestra sobre esporte, arte e superação. “A Sinfonia Alpina é fantástica. Os movimentos da obra retratam as as sensações que todo montanhista vivência: a contemplação, o medo, a descoberta e as diferentes emoções que desperta na alma”, descreve o montanhista, ao declarar sentir-se lisonjeado por participar da celebração.
O programa abre com “Fanfarra para a Filarmônica de Viena”, de 1924, um dos inúmeros sucessos de Strauss. Com cerca de três minutos, é executada anualmente no baile da Orquestra Filarmônica de Viena. Não por acaso, foi uma das obras interpretadas na recente coroação do Rei Charles III da Inglaterra, conhecido amante da música de concerto.
Sobre a Orquestra Petrobras Sinfônica
Aos 48 anos, a Orquestra Petrobras Sinfônica se consolida como uma das mais conceituadas do país e ocupa um lugar de prestígio entre os maiores organismos sinfônicos do continente. Criada pelo maestro Armando Prazeres, a orquestra se firmou como um ente cultural que expressa a pluralidade da música brasileira e transita fluentemente por distintos estilos e linguagens. Tem como diretor artístico e maestro titular Isaac Karabtchevsky, o mais respeitado regente brasileiro e um nome consagrado no panorama internacional.
Programa:
RICHARD STRAUSS
Fanfarra para a Filarmônica de Viena, TrV 248
Sinfonia Alpina, TrV 233, op. 64
- Nacht (Noite)
- Sonnenaufgang (Aurora)
- Der Anstieg (A subida)
- Eintritt in den Wald (Entrada na floresta)
- Wanderung neben dem Bache (Caminhando às margens do regato)
- Am Wasserfall (Na cachoeira)
- Erscheinung (Aparição)
- Auf blumigen Wiesen (Nos prados floridos)
- Auf der Alm (No pasto alpino)
- Durch Dickichtund und Gestrüpp auf Irrwegen (através de arvoredos e vegetação rasteira no caminho errado)
- Auf dem Gletscher (Na geleira)
- Gefahrvolle Augenblicke (Momentos perigosos)
- Auf dem Gipfel (No cume da montanha)
- Vision (Visão)
- Nebel steigen auf (Névoa subindo)
- Die Sonne verdüstert sich allmählich (O sol gradualmente se torna obscuro)
- Elegie (Elegia)
- Stille vor dem Sturm (Calmaria antes da tempestade)
- Gewitter und Sturm, Abstieg (Trovoadas e tempestade, descida)
- Sonnenuntergang (Pôr do sol)
- Ausklang (Conclusão)
- Nacht (Noite)
SERVIÇO:
Local: Av. das Américas, 53000, Barra da Tijuca – Cidade das Artes Bibi Ferreira – Grande Sala
Data: 3 de agosto, às 20h
Ingressos: Sympla