Reconheça quando o seu pet está com frio, os cuidados específicos com filhotes e animais idosos, e descubra formas de mantê-los aquecidos

 

Por: Déborah Gama 

Com temperaturas mínimas que variam em torno dos 15ºC, o Rio de Janeiro tem enfrentado um inverno que faz o carioca vestir casacos e se esquentar de todas as formas possíveis. Para os animais de estimação, o frio pode causar diversas complicações e os tutores devem estar atentos às necessidades de cada bichinho.

Felinos e caninos são classificados como animais endotérmicos, que são capazes de regular e manter a temperatura corporal (termorregulação) independentemente das condições ambientais. Contudo, durante o inverno, um gasto energético maior acontece no organismo dos animais, a fim de manter a termorregulação, o que pode causar uma insuficiência imunológica e aumentar a suscetibilidade a enfermidades, principalmente as que acometem o sistema respiratório.

 

Principais complicações

“Para algumas patologias, a queda de temperatura pode alterar a imunidade dos pets, deixando-os mais suscetíveis à doenças como gripes”, aponta o médico veterinário Gustavo de Souza, que atende na Oficina dos Bichos (Estrada da Cachamorra, 135, A - Campo Grande; @oficinadosbichosoficial no Instagram). 

O profissional também destaca a possibilidade de outras complicações, como doenças respiratórias e o agravamento de quadros clínicos relacionados a doenças osteoarticulares - principalmente em pets idosos. 

Alguns pontos importantes no manejo dos animais durante o frio podem melhorar a qualidade de vida e manutenção do conforto térmico, evitando o surgimento de possíveis doenças

 

Sinais de que o pet está sentindo frio 

Existe uma variedade muito grande de raças de cães e gatos, mas as mais afetadas pelo frio geralmente são as de porte menor, como pinscher, chihuahua, pelado mexicano e gatos da raça sphynx, aponta o veterinário. Raças pequenas e/ou de pelagem curta, com poucos sub-pêlos, são as mais afetadas pela friagem, por não terem uma grande reserva de gordura para mantê-los aquecidos (como os pets de grande porte). 

Vale ressaltar que algumas raças estão habituadas ao frio extremo, como é o caso do Husky Siberiano que, apesar do pelo curto, possui pelagem com duas camadas (pelo e subpelo).

Os animais sentem frio de uma forma diferente dos humanos e não conseguem sinalizar claramente suas necessidades, por isso é necessário que os tutores se atentem aos seguintes sinais:

  1. Tremedeira; 
  2. Deitar enrolado; 
  3. Procurar ficar em cima de tapetes; 
  4. Ficar mais “entocado” nos cantinhos da casa; 
  5. Não se exercitar muito, ficando mais recolhido e parado

Os tutores também podem verificar a temperatura corporal dos bichinhos ao tocarem nas orelhas, patas e focinho: Se estiverem geladas, é sinal que o animal está com frio. 

 

Atenção especial aos filhotes e pets idosos 

Filhotes recém-nascidos ou com até dois meses de idade ainda não têm o mecanismo de termorregulação completamente desenvolvido. Além disso, possuem pouco tecido adiposo (reserva de gordura) e o sistema imunológico sensível, o que reforça ainda mais a importância de serem cuidados com muita atenção durante o período de frio. 

O veterinário Gustavo de Souza aponta a possibilidade de hipotermia, caso os animais sejam condicionados ao frio por muito tempo, e até mesmo a prejudicação do processo de imunização através das vacinações, devido ao sistema imunológico sensível. 

Os cães e gatos começam a dar indícios de velhice a partir dos 7 anos de idade, sendo considerados idosos a partir dos 12 anos. Uma das principais mudanças no corpo do animal é o metabolismo desacelerado, que dificulta o controle da temperatura corporal. 

É importante que pets idosos não fiquem muito tempo parados, mas se exercitem regularmente. (Foto: PickPik)

Com o sistema imunológico mais vulnerável, as doenças osteoarticulares podem surgir ou se intensificar no frio, gerando mais dor, dificuldade de locomoção e sofrimento. 

“Algumas soluções para o frio são: uso de roupas, cobertores, manter os bichinhos em áreas cobertas e protegidas da friagem, uso de camas, tapetes e colchonetes, além de manter as vacinas em dia como forma de prevenção de doenças”, explica o médico veterinário. 

O profissional também dá algumas dicas para os tutores que desejam se aprofundar mais no bem-estar e conforto do pet durante épocas de frio. Confira: 

 

1. Manter as vacinas em dia

Assim como temos campanhas para vacinação contra a gripe humana, os animais de estimação também devem ter as vacinas em dia, principalmente contra a Traqueobronquite Infecciosa Canina (tosse dos canis ou gripe canina) e a Quádrupla Felina (panleucopenia, calicivirose, rinotraqueíte e clamidiose).

 

2. Uso de acessórios como roupas de frio 

O uso de roupinhas é permitido e pode ser benéfico em locais de frio, especialmente para raças de pelo curto, animais idosos e filhotes. No entanto, as vestimentas devem ser confortáveis e não restringir os movimentos do animal, assim como devem ter espaços para que o pet faça suas necessidades sem dificuldades e não cause desconfortos ou problemas de pele. 

 

3. Proteger da friagem  

Oferecer abrigo adequado é a primeira providência que deve ser tomada para garantir o conforto dos animais. Por isso, os pets devem ser mantidos abrigados, em caminhas, casinhas e cobertas. Aos animais de estimação que têm acesso livre ao quintal, o tutor deve atentar-se a mantê-los onde não sejam expostos à chuva ou à umidade. 

 

4. Uso de camas, tapetes e cobertores 

Para garantir o aquecimento dos cães e gatos de forma integral, é importante que camas, tapetes e cobertores estejam sempre à disposição, para que os bichinhos se aconcheguem e possam ser aquecidos da melhor forma.

 

5. Aproveite horários de luz solar para passeios e banho de sol 

Com todos os cuidados com a friagem e frio excessivo, sempre que for possível levar o pet para aquela caminhada em um sol quentinho em meio ao inverno, faça. Dessa forma, o bichinho se exercita, aquece o corpo, e ainda se diverte fora de casa.

 

6. Boa alimentação e hidratação 

A atenção precisa ser redobrada em relação à dieta dos pets durante o inverno, pois uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes ajuda a manter a energia e o calor corporal dos animais. 

A partir de indicações veterinárias, alguns pets podem precisar de um aumento ou redução na ingestão calórica para compensar o gasto energético adicional necessário para se aquecer ou manter-se no peso. Embora os pets costumam não beber tanta água nos dias frios, é essencial garantir que estejam consumindo uma quantidade.