Afalta de compromissos com o meio ambiente e a saúde da população que assistimos neste verão só podia redundar na crise do mosquito da zika e na proposta indecente de transferir os recursos do FECAM para cobrir a previdência do estado.
Afalta de compromissos com o meio ambiente e a saúde da população que assistimos neste verão só podia redundar na crise do mosquito da zika e na proposta indecente de transferir os recursos do FECAM para cobrir a previdência do estado.
Desde o início do século passado o Dr. Oswaldo Cruz, um jovem médico, com dedicação e perseverança venceu o mosquito da febre amarela que é o mesmo do nossa atual dengue e zika. Sua principal arma foi o compromisso e a prioridade com a saúde pública. Como conseguimos, 100 anos depois, com mais recursos tecnológicos disponíveis na medicina além da evolução do conhecimento
humano, perder a guerra contra o mosquito transmissor?
A região da Baixada de Jacarepaguá corre séria ameaça da dengue e da zika por ser uma região com extensas várzeas permeadas por inúmeros rios. Como, a maior parte das provas olímpicas será realizada nessa região, confere uma dramaticidade adicional além
do risco de acontecer uma gafe de repercussão internacional. Como explicar então a sucessão de fatos desastrosos para o meio ambiente da Baixada de Jacarepaguá, tais como a demora para o início das dragagens do complexo lagunar, a poluição do Canal das Taxas e a falta de investimentos para os parques municipais que só existem no papel. Talvez isso possa ser entendido através da proposta do estado em transferir os recursos do FECAM para cobrir o rombo da previdência. Já tivemos a experiência anterior dos recursos do FECAM se transformarem em asfalto para as rodovias do norte fluminense, outro absurdo da incoerência.
Talvez esses exemplos mostrem ou expliquem a falta de compromisso com as verbas destinadas ao meio ambiente ou quem sabe a ignorância de não perceber que melhorar a qualidade das águas naturais representa mais saúde e qualidade de vida para a população.
Pode ser até que não percebam que o turismo também é uma vocação econômica do estado do Rio de Janeiro, além do petróleo. Diga-se de passagem, o nosso turismo não é histórico nem de entretenimento e sim um turismo que existe graças as nossas belezas naturais. Assim, manter o nosso ambiente natural com verbas do FECAM que deveriam ser destinadas para o saneamento básico, dragagem, educação ambiental, pesquisas científicas e sistemas de tratamento de rios redundam numa multiplicação de benefícios para a sociedade fluminense de uma forma muito mais ampla e democrática.
Em suma, destinar corretamente os recursos do FECAM estabelecidos em lei representa mais saúde, mais empregos e mais qualidade de vida para a população fluminense e por fim melhorias ao meio ambiente natural.
Por fim, conclui-se que a sociedade organizada só pode contar consigo mesma. Estar permanentemente alerta, ter foco nos seus principais anseios além de perseguir a concretização das promessas e parcerias, além do respeito a lei, tornam-se premissas para que as obras em defesa do meio ambiente possam efetivamente acontecer e trazer benefícios para uma melhor qualidade de vida e saúde da população fluminense.
Prof. David Zee
Vice Presidente da Câmara Comunitária da Barra da Tijuca