A Baía de Guanabara e o Complexo Lagunar da Baixada de Jacarepaguá são 2 dos principais ecossistemas do Município do Rio de Janeiro que estarão no centro dos holofotes Olímpicos no próximo ano.
A Baía de Guanabara e o Complexo Lagunar da Baixada de Jacarepaguá são 2 dos principais ecossistemas do Município do Rio de Janeiro que estarão no centro dos holofotes Olímpicos no próximo ano. Que temos feito para arrumar a casa? Vamos cumprir as promessas feitas para receber as Olimpíadas? Pretendemos deixar algum legado para a cidade do Rio de Janeiro? Estas são algumas das inúmeras perguntas que não querem calar e anseiam por respostas.
No momento estes 2 palcos das provas olímpicas já estão sendo alvo das atenções de mídia internacional que questiona a capacidade das autoridades brasileiras em adequá-las para receber atletas do mundo todo de forma segura. Assim todos os problemas ambientais e suas consequências que já estamos cansados de discutir e caracterizar estão novamente sendo apresentados. Existem, inclusive, algumas poucas soluções como é o caso da dragagem lagunar que já foram seguidamente alteradas sob pretexto da segurança ambiental. Contudo, os defensores do preciosismo das formalidades legais e as teses de supostos riscos ambientais, sem estudos técnicos aprofundados que os comprovem de fato, protelam o início das obras esquecendo que o tempo decorrente da não ação é o pior veneno para o meio ambiente. Sem ações que recuperem os espelhos d'água costeiros, este vai dando seus últimos suspiros em função da continua contaminação. É o famoso "quer-se o ótimo, despreza o bom e fica com o péssimo que é o nada". O pior de tudo é que depois da obra abandonada, estas mesmas pessoas que impedem as obras reclamam da falta de ações de recuperação.
Infelizmente nós do 3º setor (sociedade civil) ainda estamos na fase primária da questão ambiental que baseia-se unicamente na denúncia e na reclamação das agressões ao meio ambiente. Precisamos evoluir da queixa para a participação nas ações de recuperação. É preciso ter capacidade e competência para por os projetos em pé. Para chegar neste ponto ainda precisamos lutar contra alguns que não conseguem fazer outra coisa se não criticar as iniciativas dos outros. Assim nada é feito e a natureza vai sucumbindo frente à poluição provocada por nós mesmos. Esta liderança enganosa põe dúvidas e inseguranças que nos induzem a inanição mental. Precisamos reagir e lutar pela execução das soluções.
O mais lamentável é que geralmente estas poucas pessoas que apresentam o terror dos "desastres naturais anunciados" nem a menos moram perto destes palcos ambientais olímpicos e nem jamais publicaram qualquer estudo científico ou técnico de sua autoria sobre o assunto, digno de nota.
Mesmo tentando fazer a escolha das ações mais eficazes e exequíveis de recuperação ambiental, tão almejadas pela sociedade carioca, ainda existem os Profetas do Apocalipse que só confundem a opinião pública e causam a insegurança social provocando a paralisação destas iniciativas em uma época de poucos recursos e de prazos exíguos para a sua execução.
Se continuarmos a "bater palma para maluco dançar", em pouco tempo estaremos literalmente enterrando as lagoas da Baixada de Jacarepaguá.
Prof. David Zee
Vice-Presidente da Câmara Comunitária Barra da Tijuca