‘Tita’, nome artístico de Sylvia Letícia, fazia qualquer objeto virar microfone na infância

Nascida em Brasília, no Distrito Federal e criada em Campo Grande, bairro do Rio de Janeiro, ‘Tita’, nome artístico de Sylvia Letícia, fazia qualquer objeto virar microfone na infância. A jovem, que hoje tem 24 anos, carrega o nome artístico que nasceu de um apelido de infância, e se divide entre a faculdade de Terapia Ocupacional e o sonho de ser uma cantora de funk reconhecida, não somente por suas músicas, mas também por suas ações.

“Sabe a importância que a Beyoncé e Rihanna possuem, não só na música, mas nas ações que realizam? Eu quero conquistar isso. Poder fazer mais pela população, pelas mulheres, pelo povo preto e pelas crianças.” - conta Tita.

 Voltada para o empoderamento feminino e preto, Tita se prepara para lançar no fim de novembro a faixa “Empoderada Check” nas plataformas de streaming. A cantora quer mostrar no single que mulheres podem "pegar" quem quiser sem necessariamente se apegar. A artista idealizou, produziu e investiu por conta própria no projeto. “Um amigo da família cedeu a casa de praia dele para a filmagem, chamei uns amigos para participarem do clipe, o rapaz que filmou e dirigiu eu contratei e também é um amigo.” - conta Tita.

Ela, que já tem a faixa “No 150” lançada, conta com o apoio da mãe que sempre esteve ao seu lado sendo sua melhor amiga, incentivando e apoiando seus projetos. “Minha mãe me apoia incondicionalmente, posso sempre contar com ela. Ela está sempre comigo, sempre ao meu lado.” - relata Tita.

Além da música, a funkeira tem a dança como sua outra grande paixão e além das inspirações internacionais, também carrega referências como Furacão 2000, Perlla, Claudinho e Buchecha, Mc Sapão, Os Hawaianos, Tati Quebra Barraco e as cantoras de rap Karol Conká e Mc Soffia, que são conhecidas pelas letras voltadas para a ascensão feminina e negra.

Um caminho de superações

Filha única, Tita desde pequena sempre gostou de cantar, dançar e tocar instrumentos. Ela estudou ballet e fez parte de um coral na escola que estudava e na igreja que frequentava. Mas no início da pré-adolescência enfrentou vários problemas de saúde e precisou abandonar a dança por conta entorse grave no tornozelo e que quase rompeu um ligamento. Tita não podia nem colocar o pé no chão. Foram meses de gesso e fisioterapia, acabando por se dedicar apenas ao canto coral.

Quando tudo parecia bem, outro problema ainda mais grave apareceu, Tita ficou um ano sem realizar movimentos e sentir seus membros inferiores, o que deixou ela ainda mais longe das coisas que mais gostava novamente, incluindo o canto coral.

“Começou com uma tontura, dor de cabeça e fraqueza. Fiquei tendo internações, realizando exames… A fisioterapia foi necessária primeiro para não atrofiar os músculos e depois pra reaprender a andar. Foi pensado que poderia ser por conta de coágulos que possuo no cérebro, mas foi constatado que são muito antigos e não tiveram nenhum movimento, nenhum sinal que indicaria que fossem eles. Essa parte ainda é um mistério clinicamente falando.” - conta Tita.

Hoje a artista que é estudante de Terapia Ocupacional, no IFRJ-campus Realengo, não faz mais fisioterapia, mas tem uma pequena diferença de sensibilidade entre lado direito e esquerdo do corpo que pode ter sido sequela, assim como a miopia. Porém nada que necessite de uma atenção maior ou atrapalhe no dia-a-dia.

Depois de todos os obstáculos que a brasiliense precisou superar, ela ressurge com força total na luta para alcançar seus objetivos artísticos e finalmente se tornar a cantora que sempre sonhou.