‘Bíblia Prazer da Palavra’ chega às livrarias e marketplaces de todo o país, com os evangelhos escritos para a fácil compreensão de todos
Com mais de 5 bilhões de cópias vendidas ao longo da história, a Bíblia é o exemplar mais popular e adquirido no mundo. O livro sagrado foi criado para revelar quem é Deus, não escondê-lo. Os autores dos evangelhos escreveram para pessoas simples, que falavam um grego simples e sem complicações. “Um texto em português tem que levar em conta o mesmo propósito”, afirma Israel Belo de Azevedo, autor do livro “A história de Jesus segundo os evangelhos – Bíblia Prazer na Palavra”, que será lançado na Bienal do Livro 2023 (Livraria Bambolê), no dia 7 de setembro, às 17h, no Riocentro, na Barra da Tijuca. De fácil compreensão, inclusive para quem nunca folheou a Bíblia, ele está sendo publicado em fascículos – o primeiro, com 450 páginas, contém os quatro evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.
O autor chamou para si o desafio de preparar um texto para ser lido com prazer e sem que as pessoas precisem de conhecimentos prévios acerca da cultura em que as Escrituras Sagradas nasceram. “Meu propósito é trazer o texto bíblico para os nossos dias, como se fosse escrito hoje. As versões, em geral, pretendem levar o leitor de hoje ao passado. Eu busco trazer o passado ao leitor, de modo que ninguém precise viajar no tempo para compreender o que está lendo”, explica o tradutor.
Com sua experiência como leitor, professor e pregador da Bíblia, Israel observou que boa parte das dificuldades não são de teologia, mas compreensão de texto em português. “Não precisamos reproduzir o jeito de escrever dos autores que viveram há milhares de anos. Eles eram grandes comunicadores. Como eles comunicariam hoje os atos e as palavras de Jesus? Este é o esforço que deve ser feito”, ressalta o escritor, que é pastor da Igreja Batista Itacuruçá, na Tijuca, no Rio de Janeiro, e lê regularmente a Bíblia há 60 anos.
As ideias permanecem
É comum que, ao decidir comprar uma Bíblia nova, leitores se questionem sobre a linguagem ser fiel aos escritos originais. Israel aponta que existem versões que se importam com as palavras, mas ele prefere se importar com ideias, pois estas permanecem, enquanto palavras morrem. Deste modo, ele dá um exemplo do Antigo Testamento: “Uma palavra fundamental na Bíblia é ‘temor’, no caso, ‘temor a Deus’. Temor é medo. Devemos ter, então, medo de Deus? Não! Temer a Deus é levá-lo a sério, pelo que é e no que ensina. Temer a Deus é amar a Deus. O amor a Deus é, portanto, a atitude que gera felicidade”.
Outra expressão, agora no Novo Testamento, é “reino de Deus”. Israel pergunta: “Por que usar ainda essa expressão numa versão, se a maioria das pessoas não sabe o que significa, especialmente porque as realezas não são mais realidades em nosso mundo e, logo, em nosso vocabulário?” A versão “Prazer da Palavra” ousa e substitui “reino de Deus” por “Evangelho da Graça de Deus”. “Para mim, o que Jesus veio fazer aqui foi viver e morrer por esse Evangelho radical, que enche de segurança e esperança a vida do que crê”, diz.
Era uma vez…
Para visualizar parábolas de uma forma mais clara e acessível, Israel as chama de “histórias” e inicia todas com um “Era uma vez”. Assim, por exemplo, os “administradores” de fazendas são “gerentes”, “joio” é “erva daninha”, o “bom samaritano” é “samaritano compassivo”. O título da história conhecida como “Rico e Lázaro” vira “História de dois homens, um no céu e outro no inferno”, e começa com o seguinte parágrafo:
“Para falar ainda sobre o pouco valor do dinheiro, Jesus contou uma nova história: Era uma vez um homem muito rico. Ele se vestia com roupas caras e bonitas. Dava festas luxuosas, pelas quais era muito elogiado. Havia também um mendigo. Seu nome era Lázaro. Ele tinha o corpo todo machucado e permanecia deitado em frente ao portão da mansão do homem rico. Ele ficava ali esperando que lhe trouxessem restos da comida da casa. Os cães que lambiam suas feridas lhe faziam companhia”.
Novidades nas paráfrases
Em relação a outras paráfrases disponíveis, a “Bíblia Prazer da Palavra” tem duas novidades inéditas. Os eventos, especialmente os dos últimos dias de Jesus, são datados. Junto com o título de cada seção, vem a data em que o evento aconteceu. Desta forma, a chegada de Jesus a Jerusalém é contada assim: “Jerusalém, segunda-feira, 30 de março de 33 – A CHEGADA A JERUSALÉM”.
As distâncias são apresentadas com o texto em itálico, para deixar claro que não fazem parte do original. Um exemplo está em Mateus 20:29-34, que começa assim: “Quando a comitiva de Jesus saiu a Jericó, rumo a Jerusalém, uns 30 quilômetros adiante, muita gente a acompanhou”.
Outra novidade é que, quando há uma citação de alguma passagem do Antigo Testamento, a referência é colocada no próprio texto. Um exemplo é o de Mateus 1:22-23, que é definido como:
“Todas essas coisas aconteceram como foi previsto pelo próprio Deus Eterno por intermédio do profeta Isaías, que, no século 8 a.C., disse: A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, que será conhecido pelo nome de Emanuel’. (Isaías 7.14)”
A “Bíblia Prazer da Palavra” não tem nota de rodapé, nem vocabulário ao final com explicações. “Tudo está no texto, preparado para a compreensão de todos. A Bíblia não é para especialistas; é para todos. A Bíblia é poderosa demais para ficar restrita aos que conseguem entender palavras difíceis, parágrafos longos e conteúdos sofisticados. Antes, é para ser lida e vivida com prazer”, enfatiza o autor.
Sobre o autor
Israel Belo de Azevedo é graduado em comunicação, pós-graduado em história e em teologia e doutor em filosofia. Jornalista desde 1970, é pastor da Igreja Batista Itacuruçá, na Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. Foi professor e diretor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e vice-reitor da antiga Universidade Gama Filho. Além disso, é autor dos livros de devocionais: “Bíblia Sagrada - Bom dia”, “Bíblia - O livro da Esperança” e “Bíblia das Orações” (Sociedade Bíblica do Brasil).
Israel Belo de Azevedo é o autor da obra "Bíblia Prazer da Palavra". (Foto: Divulgação)
Para preparar a obra “Bíblia Prazer da Palavra”, Israel consultou os textos originais e pesquisou em centenas de versões, além de inúmeros estudos de hermenêutica, história e arqueologia.
Lançamento “Bíblia Prazer da Palavra” (editora Prazer da Palavra)
Local: Bienal do Livro Rio 2023 – Riocentro, Barra da Tijuca – Pavilhão Verde / Bambolê Editora e Livraria (T17/U16)
Dia: 07 de setembro
Horário: 17h