Uma peça que fala sobre o amor de uma mãe e suas filhas
A peça "Aos Sábados" conta uma história que poderia ser de qualquer pessoa da plateia ou de qualquer outra família que se ame. Com texto de Adyr de Paula e a direção de Danilo Salomão, a peça de uma maneira divertida, mas também delicada e sensível, aborda a relação entre Jandira (Nedira Campos) e suas duas filhas: Regina (Nina da Costa Reis) e Malu (Luiza Lewicki) através do tempo.
A peça é dividida em três atos, onde diante da plateia, as personagens narram e revivem lembranças, histórias e causos, culminando com a descoberta do mal de Alzheimer da matriarca. “Aos Sábados” costura uma narrativa que enfatiza o afeto e os aspectos emocionais desse laço, abordando a doença numa perspectiva de superação.
Texto de estreia de Adyr de Paula, a peça foi escrita na pandemia após o autor conhecer o Concurso Nacional de Dramaturgia Flávio Migliaccio. Amante das artes e do teatro, Adyr quis homenagear a história de vida da sua mãe, falecida em 2021, 16 anos após ser acometida pelo mal de Alzheimer. O texto é um dos vencedores da premiação e foi lançado em livro. Agora, ganhará os palcos em sua primeira montagem.
“É uma história de amor entre mãe e filhos, uma história de afeto. O Alzheimer faz parte desse caminho, mas a peça não enfatiza esse aspecto. Ela é dividida em três atos porque a vida da minha mãe foi assim. Até os 40, ela era uma dona de casa que costurava, cuidava dos filhos e que deu um grito de independência… Aos 50 anos, ela estava no auge, plena, ganhando bem, viajando para fora do país, vivendo sonhos. E aos 60 anos, quando ela é uma mulher realizada e feliz, veio a doença”, conta Adyr.
“Aos Sábados” conta a história de Jandira e suas duas filhas ao longo de vinte e cinco anos (1984 a 2009). A primeira cena se passa num sábado de 2009. Em seguida, volta no tempo e, a partir de 1984, apresenta três atos vividos em sábados distintos da vida daquela família.
“A intenção é retratar com detalhes a escalada social e afetiva das três personagens, pessoas comuns, adoráveis e extremamente ricas em valores e sentimentos”, revela Adyr. Feliz por homenagear a mãe nos palcos, Adyr de Paula destaca que o processo de escrita do texto foi uma espécie de cura e de superação para ele e para toda a família.
“Escrever essa peça me ajudou a entender, a aceitar, a me curar. Foi o meio que encontrei de colocar para fora as minhas dores, os meus sentimentos. A arte cura. Eu tenho muito orgulho do que escrevi e de ter recebido o prêmio. Agora, quero compartilhar a história da minha mãe para que o público se inspire e veja que exemplo e que grande mulher ela foi”, concluí.
SERVIÇO:
Data: de 28 de abril a 07 de maio de 2023
Local: Teatro Firjan SESI Jacarepaguá – Av. Geremário Dantas, 940 – Freguesia.
Horários: sexta e sábado, às 20h; domingo, às 19h
Ingressos pela Sympla
Classificação: 12 anos.
Duração: 80 minutos.