Conheça o grande criador do DJs Meeting

Reter conhecimento e guardar para si, realmente está longe de ser uma verdade para quem conhece nosso personagem.

Conhecido nas pistas de dança como DJ Marcelo Cupim e com mais de 30 anos na profissão, o artista montou o Djs Meeting, que visa unir diversos Djs para um verdadeiro workshop.

Há quanto tempo você é DJ e como começou?

Marcelo Cupim: Primeiramente, obrigado por poder dividir com seus leitores um pouco da nossa paixão pela profissão de DJ. Sempre fui louco por música, meu pai também gostava muito e para todos os momentos de nossa família tinha uma trilha sonora. Eu ia às festas e ficava de olhos nos DJs, observando. Aos 17 anos, ganhei meu primeiro dinheiro para sonorizar uma festa no prédio onde morava, e aí digo que começou minha carreira, há 32 anos atrás.

Você tem outra atividade ou formação em outra área?

Marcelo Cupim: Sempre soube que seria um profissional liberal, tenho sangue de empreendedor. Nunca me imaginei atrás de uma mesa das 8h às 17h, mas a música e os eventos sempre vieram primeiro. Ao terminar o segundo grau, me vi impulsionado a cursar Direito, mas mesmo formado, nunca advoguei, sempre vivi da música e dos eventos.

Como foi sua transição das baladas para as festas sociais?

Marcelo Cupim: Bem no início acho que todos fazem festinhas, festas de aniversário em play ou salões de festas, e eu não fui diferente. Mas pintou uma oportunidade através de um grande amigo, Marquinhos Lyra, que já tocava em um baile aqui no Rocha. Lá teria uma audição com vários DJs para que um fosse escolhido para uma nova domingueira que iria começar em poucos dias, e eu fui o escolhido. Assim, comecei nas Baladas, indo de baile em baile, para boates e danceterias. Em 1993, fui trabalhar em uma loja de discos e acessórios para DJs no Méier, chamada Mr. Mix, lá foi um grande divisor da minha vida profissional, pois conheci grande parte dos DJs e contratantes de nossa cidade, zona norte e zona sul e também pintou a oportunidade de tocar na Sunday Music, na domingueira da casa de shows Imperator no Méier, onde juntamos, todo domingo, mais de cinco mil jovens. De lá fomos para a RPC FM, a rádio jovem mais ouvida dos anos 90, onde ficamos até sua transformação na atual FM O Dia. Logo depois fiquei alguns anos dedicados aos eventos corporativos, onde trabalhava com algumas produtoras que faziam eventos por todo Brasil. No início dos anos 2000, resolvi montar nosso próprio evento no Litoral do Rio de Janeiro, mais precisamente em Maricá, e ficamos quase oito anos levando todo tipo de atrações em nossos eventos em Itaipuaçu. Em 2009, percebi que os DJs de eventos sociais tem uma vida mais longa no mercado, DJs que eram meus ídolos no começo da minha carreira estavam muito bem estabelecidos no mercado de festas e eventos, e resolvi focar novamente nesse nicho.

Já estava em um grande Clube da zona sul carioca como DJ residente, mas precisava de mais. Pintou um anúncio na CATHO, de uma grande casa de festas precisando de DJ, era o LAJEDO e no ano 2010 fui lá, fiz algumas entrevistas e fui contratado. Digo que lá foi meu MBA em eventos, pois fiquei 5 anos como responsável. Em paralelo, as oportunidades apareceram e por ser residente na casa, muitas não pude aproveitar. Em 2016, fizemos um acordo, onde eu continuaria a ser fornecedor da casa, sem vínculo, podendo escolher melhor os eventos que queria tocar. No mesmo ano fui convidado pelo Luiz Russo para fazer algumas festas para a Japiassú luz, som e imagem, uma das maiores empresas de estrutura técnicas para eventos de nossa cidade e logo depois integrei seu cast de DJs. Hoje, mantenho a parceria muito feliz com essas duas empresas fantásticas: Lajedo e Japiassú onde aprendo muito, além deles tenho meus clientes próprios e demais parceiros.

Como surgiu a ideia de criar o DJs Meeting?

Marcelo Cupim: Bem, sempre gostei de duas coisas: reunir amigos e dividir o que aprendi com outras pessoas. E foi indo a eventos como o Churrasco off, que grandes amigos organizavam, que vi que existiam os encontros de DJs, mas que os mesmos eram limitados aos grupos de conhecidos, e que nestes encontros, não havia passagem de conhecimento, não diretamente falando, era puro entretenimento.

Comecei fazendo eventos menores, a despedida de nosso grande mestre Ricardo Kahúnna das pistas, a pizza dos DJs. Vi que esses eventos eram bons, mas faltava a parte do conhecimento. E aí partimos para o primeiro meeting em 2018. Convidei oito grandes e notórios DJs para fazerem uma grande mesa, tirar dúvidas e responder perguntas de quem fosse ao evento. No final, homenageamos o grande DJ da época das discotecas, que ainda estava atuando, Luciano Jacaré. Foi emocionante.

No ano seguinte levei o Meeting para o Lajedo, e foi melhor ainda. O formato se manteve o mesmo do ano anterior, com oito grandes profissionais em uma mesa respondendo perguntas da plateia. Ah, esqueci de falar que o evento é realizado quase durante o dia inteiro, então almoçamos no evento e no final rola um lanche em uma grande confraternização.

Em nossa terceira edição, o local escolhido foi o Espaço Lamartine, uma casa lindíssima que conheci através da Japiassú. Mantivemos a mesa e o homenageado foi a grande Lenda dos DJs cariocas, o DJ Marlboro, que conversou com todos e atendeu pedidos de fotos e autógrafos. Este ano teremos algumas alterações no formato do evento, espero que gostem.

Com quanto tempo de antecedência começa o planejamento?

Marcelo Cupim: Geralmente tiro qquatro meses para focar em outras prioridades, e começo a formular um novo meeting em julho/agosto para que em novembro já esteja tudo certinho, já que o mês escolhido para o evento é janeiro pela baixa realização de eventos sociais, pois a grande maioria está focada nas férias de verão. O  dia escolhido é o domingo por ter menos eventos, então o Meeting é sempre em janeiro, em um domingo (o último).

O que você espera alcançar com esse encontro que já faz parte do calendário de  eventos do Rio?


Marcelo Cupim: Excelente pergunta! Minhas intenções sempre foram de criar maior notoriedade a nossa profissão, que ela fosse levada mais a sério não só pelos clientes e público em geral, mas principalmente por nós DJs. Queria que com esse evento, mais talentos fossem achados e que mais profissionais tivessem acesso a oportunidades. Para isso, há ênfase na passagem de conhecimento e experiências entre todos os envolvidos.

Você recebe algum apoio de empresas para organizar e realizar o DJs Meeting?

Marcelo Cupim: O primeiro evento fizemos com a cara a e coragem, e vi que se fosse dividir o custo totalmente entre os participantes, o preço aumentaria muito, então comecei a procurar amigos DJs que tiveram sucesso em sua carreira e contei a eles o que se tratava o Meeting, qual era a ideia principal, que não haveria obtenção de lucro para os envolvidos e que tudo arrecadado seria usado no próprio evento, e vi que muitos gostaram o que ouviram e decidiram nos ajudar.

Quem são essas empresas parceiras e como elas contribuem?

Marcelo Cupim: Temos o Fotógrafo oficial do nosso evento que está conosco desde o primeiro, o Marcio Rosa Fotografia. Estamos há 2 anos com o apoio dos mais que queridos amigos e suas empresas de sucesso. Eduardo Bonádio e Marcelinho Cabral e a Crowley do Brasil. Alexandre Japiassú e suas empresas: Japiassú Luz , som e Imagem, Boz Geradores e UP Projeções. Roger Lyra com a sua Escola de Música: MUZIK. DJ Dentinho com a Playbak eventos. E esse ano conseguimos apoio de mais amigos queridos, Rafael Pacheco com a Mundo Conexx. David Gomes com o DG3 Music Experience.

Durante esse tempo em que o DJs Meeting existe, você vê uma evolução no mercado e nos DJs?

Marcelo Cupim: Nesses quatro anos, vi muitos DJs mudarem sua forma de agir, de se vestir e de se portar. Acho que o Meeting anual e o grupo DJs Meeting oficial no whatsapp, tem muita influência nestas mudanças. E eles mesmos me falam isso.

Fale um pouco sobre as pessoas que compõem a mesa.

Marcelo Cupim: A mesa foi formada no primeiro evento, então chamei alguns profissionais de enorme conhecimento e notório sucesso no mercado de eventos e se eles não pudessem ou quisessem vir, convidei grandes amigos que considerava profissionais fantásticos. Assim formamos a primeira mesa com: Alexandre Cappelli, Alexandre Japiassú, André Werneck, Felipe Andrade, Junior Morenno, Marcelo Lyrio e Otávio Taw.
Vi que funcionou perfeitamente e assim mantivemos a fórmula. Grandes famosos e grandes amigos formam essa mesa.

Este ano teremos: Alexandre Cappelli, André Werneck, Marcos Mamede, Roger Lyra, Renê Júnior e Marcson Muller. E teremos outras personalidades do meio respondendo perguntas e falando sobre sua jornada pelo mundo dos eventos.

Como você enxerga as parcerias com outros profissionais envolvidos nas festas?

Marcelo Cupim: Segundo minha esposa, a palavra parceria é que determina o seu sucesso nos dias de hoje. Depois de um ano parados, e outro ano com interrupções devido a pandemia, se você não tem parceiros, você está em maus lençóis. Forme parcerias, forme boas parcerias com profissionais do seu meio, de outro mercado, porque o mundo está interligado, e hoje um chef de cozinha pode te indicar um bom cliente e vice-e-versa.... Parceria é fundamental.

O que você diria a um DJ que esteja pretendendo iniciar carreira?

Marcelo Cupim: Que é uma profissão como qualquer outra, que exige dedicação, aprendizado e muita perseverança. Que oportunidades aparecem e que você não deve deixar elas passarem, mas que tem uma vida curta, como a dos atletas, então aproveite, se dedique, e tenha um plano B se algo der errado no meio do caminho. E, pra finalizar, faça com muito amor que o resultado virá.