O ator conversou com o Jornal da Barra e revelou sobre novos projetos

 

 

O repórter Lucas Costa bateu um papo com o comediante Paulinho Serra e falou sobre carreira, sobre o novo humorístico que estreou na TV Globo, “Família Paraíso”, e sobre seu empreendimento voltado para o humor, o Rio Retrô Comedy Club, que fica no Shopping Uptown, na Barra da Tijuca. 

Abaixo você confere a entrevista completa:

Repórter: Quantos anos você está inserido no mundo da comédia?

Paulinho Serra: Com mais ou menos uns 18 anos eu comecei a trabalhar já como contra-regra, e dali pra frente eu não parei mais. Podia produzir também, trabalhei com divulgação… E no teatro, eu fiz um monte de coisa. Então com uns 18 anos mesmo, eu comecei a levar a sério. Fazia desde criança já o teatro, e com 18 anos vi que podia ser profissão. 

R: E você tem interesse em voltar a trabalhar com a Tatá Werneck, Rodrigo Capella, Maíra?

PS: Passou, né? Não é que eu tenha interesse, mas nós já trabalhamos juntos já, já fizemos coisa pra caramba, mas se pintar algum convite, é sempre um grande prazer.

R: Como era seu período de trabalho no Trolalá? Você e Tatá pareciam super entrosados e livres. Alguma curiosidade sobre essa época?

PS: Era interessante porque era tudo muito novo, né? Um programa que projetou tanto a gente assim. O mais legal foi ter conhecido, e ter brincado lá com muita gente bacana que foi com a gente lá participar do programa. A gente tinha muita participação interessante, então, foi participação de anônimos, participações de amigos, e isso era o mais legal, poder chegar lá e encontrar com outros amigos.

R: E era uma pegada totalmente diferente, né?

PS: Era muito anárquico. Um programa que, sinceramente, hoje eu não faria de novo, porque a coisa do trote me incomoda um pouco. Na época eu… Eu sei que era engraçado e tudo mais, mas o trote é uma coisa que você nunca sabe quem é que está lá do outro lado, então a gente tem que ter um certo cuidado para fazer. Mas foi também bem engraçado. A Tatá era engraçada demais.

R: E o que você pode nos falar sobre o Rio Retrô? É o seu empreendimento, e queríamos saber de onde surgiu a ideia de fazer um comedy club aqui no Rio de Janeiro.

PS: Eu morei em São Paulo por 12 anos. Lá em São Paulo tem muita casa de comédia, tem muito comedy club. Qualquer lugar que você vai, tem um bar que está tendo um stand-up e tal… E aí, quando eu ia me mudar pra cá (Rio de Janeiro), que eu já estava me planejando para vir pra cá, eu comecei a ver com os amigos, e perguntar ‘vem cá, onde é que tá tendo bar com comédia ai?’, e a galera me falava que não estava tendo, não tinha nada. As noites estavam todas paradas, não estava rolando nada. Aí eu vim pra cá e criei o ‘Bora Rir’. Ele é um movimento de comédia, que a gente faz itinerante, cada hora em um bar. Aí essa coisa de ficar, cada hora indo pra um lugar, cada hora indo pra um lugar, eu tava com vontade de ter o meu lugar próprio. Até que meu sócio, André conheceu o Eduardo, que é o nosso outro sócio lá do Comedy, e que já tinha loja lá no Uptown… A gente fez uma proposta e a gente uniu as operações do restaurante, que é um restaurante super legal e uma comida maravilhosa. Uma comida de vovó, sabe? Bem regado, tem feijoada, enfim… É um baita de um restaurante legal, e era um ótimo lugar para fazer comédia. Então a gente transformou no Rio Retrô Comedy Club. O Rio Retrô hoje já teve presença de vários comediantes do Brasil todo: Rodrigo Marques, Fábio Porchat, e até o Whindersson Nunes já pisou por lá. Nany People já esteve duas vezes lá, Victor Sarro, muita gente. E o mais legal é poder abrir espaço para a nova safra de humor carioca, que graças a esse movimento todo de comédia, tem surgido cada vez mais comediantes. O Diogo Defante, uma das primeiras vezes que ele fez stand-up, foi no projeto do ‘Bora Rir’. E tem outras meninas que começaram a surgir… A cena de comédia carioca tá bem legal.

R: E você acha que é importante ter um espaço como esse para a cultura do Rio de Janeiro?

PS: É, não só para cultura, mas também pra vida mesmo, pro seu bem estar. Às vezes você vai num bar e não quer ficar só escutando alguém tocar uma música. Porque é algo diferente. Todo bar é música. Música ou nada. E lá não… Lá você pode ter a chance de ver um show de mágica, de ver um show só feito por mulheres, de ver um show LGBTQIA+, de ver um show só de pessoas pretas, de ver um show de pessoas mais velhas, de ver um show só de professores. Então, a gente tem várias programações, e alguma vai se encaixar com aquela pessoa que quer ir comer alguma coisa, quer jantar, quer comer um petisco, quer beber alguma coisa e quer trocar uma ideia e dar uma risada. Porque o riso, realmente eleva a alma do ser humano. O riso é necessário, é bom sorrir. Sorrir alivia. Então, é bom ter esse espaço para a vida. E também para surgir novos comediantes, e para surgir novas comediantes. Isso também é importante.

R: E quem quiser te ver no palco, você está em cartaz em algum lugar? 

PS: Vira e mexe eu tô fazendo no Rio Retrô. Então, se ficar ligadinho no instagram @RioRetroComedyClub vai me encontrar. Ou então, no instagram do ‘Bora Rir’ que é @BoraRirStandUp. A gente inclusive abriu outro comedy club, que inaugurou na sexta-feira (14), lá no Recreio Shopping. Eu tenho um grupo de improviso também, e a gente se apresenta no Rio Retrô também. É aquele improviso no estilo ‘Quinta Categoria' foi.Fico feliz de poder estar trazendo isso para o Rio de Janeiro, que estava tão carente.

O ator aproveitou para falar sobre o novo humorístico das tarde de domingo, que estreou na TV Globo no último domingo (16), ‘Família Paraíso’. Paulinho interpreta o personagem Machadinho, um rapaz que sempre foi mimado. 

R: Paulinho, o que você pode falar sobre ‘Família Paraíso’, que é um programa que vem do Multishow e agora estreia na Globo?

PS: A Globo escolheu esse programa, porque é um programa bem família, como o próprio nome já diz. É uma casa de repouso, mas que é tratada como uma família. É pra desmistificar um pouco essa coisa da casa de repouso, não ser tratado como um hospício, um hospital psiquiátrico, uma masmorra… Existem um monte de casas de repouso que são super legais. É claro que, uma hora ou outra tem aqueles picaretas, que a gente sabe assim, mas como é uma alusão a algo que existe, os atores mais velhos só tem feras. O Cosme dos Santos, o Cosminho, o Ataíde Arcoverde, a Guida Vianna. E aí, faz parte ali do núcleo de protagonistas, o Leandro Hassum, a Cacau Protásio, eu e a Viviane Araújo. O meu personagem é o Machadinho, que é um cara que é totalmente mimado, criado pela mãe, sem o pai, e ele tem os trejeitos assim, bem frescos, no sentido de uma criança. O Machadinho é uma criança. Ele fala com o quadro da mãe, como se a mãe pudesse ouvir, só que a mãe já morreu, e ele mesmo assim conversa e tal. A partir das 15h da tarde, a galera já pode ficar ali na Globo ligado.

A estreia do programa nas tardes da Globo teve boa audiência, garantindo 12 pontos de média para a emissora, em São Paulo. O resultado superou o SBT (6 pontos), a Record (4) e a Band (1).

A sitcom é produzida em parceria com o Multishow.

No dia 22 de outubro (sábado), o comediante sobe ao palco do Rio Retrô para apresentar seu show de stand-up solo, às 20h30. A classificação é 16 anos.