Situada na Barra, TARGET Meio de Pagamentos avança no setor de frete e de carregamentos digitais
Por: Marcelo Perillier
Uma empresa especializada em tecnologia de meios de pagamentos eletrônico, voltada para o mercado de transporte rodoviário de cargas, com soluções para facilitar a gestão de frotas e terceirizadas. Assim pode ser definida a TARGET Meio de Pagamentos, empresa que está desde 2013 fazendo sucesso neste mercado de frete eletrônico. Em entrevista ao JORNAL DA BARRA José Santos, CEO da TARGET, e William Rego, diretor de Tecnologia e Produtos comentaram a história da companhia, o dia a dia na pandemia e as projeções para 2021.
MP: Como surgiu a TARGET?
Santos: Estou neste mercado desde 2004 e trabalhava como executivo na DBTRANS, que foi vendida para um grande grupo norte-americano, a FLEETCOR uma das maiores emissoras de meio de pagamentos do mundo, que, nesta época tinha o produto de vale-pedágio, no qual os caminhoneiros, quando contratados pelos contratantes, são obrigados a pagar o vale-pedágio. Saí de lá em 2011, época em que saiu uma regulamentação a agência de transporte que regulamentou o pagamento eletrônico de frete para caminhoneiros autônomos. Neste mesmo ano, fundei a TARGET. Então os caminhoneiros têm uma relação antiga com a gente. Comigo desde 2005 e com a Target desde 2013.
MP: Quantos clientes a empresa tem no momento?
Santos: Hoje nós temos 100 mil caminhoneiros que utilizam nossos meios de pagamento. Aqueles contratados por empresas devem ser algo em torno de 1500. Esse mercado é muito interessante porque, quando você olha na origem, a empresa começou com um caminhoneiro, que foi crescendo e hoje controla um grande empreendimento.
MP: E como ela está inserida neste mercado?
William: A gente vem crescendo em cima de demanda de mercado. Temos um histórico de desenvolvimento de produtos e serviços que se prima pela qualidade e atendimento ao cliente. A gente resolve problemas velhos de maneira nova. Isso chamou a atenção do Bradesco, que nos trouxe mais demanda. Esse é um mercado carente de solução, tanto que, em 2019, ganhamos um prêmio nacional de inovação, através de um aplicativo que desenvolvemos, especializado carregamento de chip moedeiro de Visa Cargo, que é o vale pedágio, que hoje é aceito em diversas praças de pedágio. Então, ou você é o maior, ou você é o melhor ou você é mais do mesmo. Você precisa se posicionar, e quando quer ser o melhor, porque hoje não é mais o grande que engole o pequeno, e sim o rápido engole o lento, eu prefiro ser o melhor em vanguarda de tecnologia.
MP: A pandemia afetou muito o planejamento da empresa?
Santos: A pandemia atrasou o lançamento do nosso novo produto, que foi o Target Conta Digital. O lançamento estava previsto para março e com o coronavírus ficou difícil você implantar abertura de conta, pois, e gente tinha uma ideia de chegar a 10 mil contas até o fim do ano e hoje estamos com 3500 contas. Em termo de faturamento e carregamentos não impactou tanto. Na média, oscilamos em 5% negativos. Isso é influenciado pelo perfil de clientes que a gente atende, pois não foram tão afetados assim pela crise, já que o transporte e o abastecimento continuaram, já que o Brasil é um país que vive sobre rodas. O caminhoneiro é uma classe sofrida e heroica.
MP: O home office atrapalhou ou ajudou o dia a dia da TARGET?
William: Eu diria que a pandemia não foi tão ruim assim. Mudou os hábitos, o comportamento das pessoas, o perfil de trabalho. A gente tinha 100% da equipe trabalhando em home Office, como se estivesse na companhia. Porém, como somos empresa de projeto, e nossos produtos são técnicos, o melhor seria estarmos juntos. Teve momentos em que a gente tinha uma ideia, comentava e horas depois alguém tinha algo para somar ao projeto.
MP: Como foi, para vocês, a greve dos caminhoneiros de 2018?
Santos: Se você for olhar o cenário mundial, o Brasil tem um modal rodoviário muito forte, mas quando você olha para base dos EUA, você observa que o modal é menor, mas a base é grande também, com algo em torno de 2 milhões de caminhoneiros fazendo transporte. Então, isso é no mundo inteiro. Você faz o modal marítimo, o ferroviário, que ajudam muito, mas o forte é o rodoviário. O caminhoneiro é uma classe de muita importância para o país e quando eles fazem um movimento de greve é porque alguém está desequilibrando a conta. Alguém precisa pagar. E o que eles reivindicaram, boa parte, foi aumento do valor do frete.
MP: Quais as metas para 2021?
William: Em 2020, nós divulgamos os produtos que criamos em 2019, para eles se estabilizarem no mercado. E como desenvolvemos uma nova plataforma de crédito, a nossa ideia é dobrar os números de contas e o faturamento ano que vem.