Com a chegada do verão, os preços já sofrem altas nas praias do Rio
Por: Fernando Pimenta
O sol mais radiante, os dias mais longos e o clima que nos convida a sair de casa: o verão chegou! A estação mais calorosa e querida do ano já está entre nós. No entanto, além do alto calor, o carioca também está notando a alta dos preços. Como normalmente acontece com a chegada do verão, a população do Rio de Janeiro começa a lotar as praias da zona sul e também da Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, os destinos preferidos na zona oeste.
Desta forma, os banhistas e consumidores já estão notando a tendência que vem aumentando a cada ano: a alta nos preços dos produtos vendidos nas areias. A água de coco, por exemplo, já passou de R$10, e há relatos de quem já encontrou picolés por até R$40.
Claro, há quem diga que é a mesma história todo ano, e isso não deixa de ser verdade. Porém, todos os apontamentos estão indicando para uma alta histórica no verão carioca de 2025.
Por exemplo, como aponta um levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a "inflação do verão" vai além de alguns dos produtos mencionados acima. Ela também também reúne itens como hospedagens, refeições, lanches, sorvetes, cervejas e refrigerantes.
De acordo com o levantamento, o preço destes itens subiu 5,05% em um ano - acima da previsão da inflação de 2024, que ficou em 4,71%. Entre os itens que estão sofrendo mais variação, temos o picolé com alta de 8,27%, hospedagem 7,31% e lanches na praia, 7,08%.
Durante a alta de preços no verão, a água de coco tem sido vendida a mais de R$10 na areia. (Foto: Freepik)
Os consumidores, na verdade, estão notando um aumento em produtos para além dos citados acima. A tal "inflação do verão" também está atingindo outros produtos essenciais para quem planeja curtir sua praia. Por exemplo, é o caso de produtos para pele como o filtro solar, que subiu 6,86%.
Apesar de termos as praias à nossa disposição o ano inteiro, há quem diga que, curti-la, durante o verão, é praticamente um luxo. Mesmo sem fazer uma refeição principal, nesta temporada o banhista pode acabar tendo que desembolsar cerca de R$100 apenas com cadeira de praia, barraca e algo para beber.
Porém, quem talvez sinta mais o alto custo da temporada seja o turista. Por conta do verão, quem vem de fora já começa a enfrentar preços inflacionados desde o momento de adquirir a sua passagem. Além disso, a estadia no Rio, em hotéis e acomodações por aplicativos, também terão preços elevados em comparação com outras épocas do ano.
Mas não é de todo ruim. Segundo o levantamento do Ministério do Turismo, pouco mais de um terço dos brasileiros pretende viajar no verão, o que acabará injetando cerca de R$148,3 bilhões na economia. Essa contribuição do turismo interno na economia já foi calculada com base no gasto médio, que subirá nesta época. Ainda de acordo com a pesquisa, 59 milhões de pessoas (35% da população do país) devem viajar a lazer no verão, com cada uma devendo gastar média de R$ 2.514 neste verão, que também representa uma alta de 34% em relação ao verão anterior, quando a média de gastos ficou em R$ 1.877.
E a maioria destas viagens, claro, tem o Rio de Janeiro como o ponto turístico a ser visitado. No ano de 2024, o Rio já encerrou celebrando um recorde histórico. De acordo com o Visit Rio, o ano quebrou recordes com a realização de 485 eventos, representando um aumento de 45,21% em comparação a 2023. Esse crescimento movimentou R$8,4 bilhões na economia carioca e gerou R$402 milhões em ISS.
Roberta Werner, diretora-executiva do Visit Rio, destacou a capacidade da cidade com o turismo: "O Rio continua provando que vai muito além do verão, Carnaval e praia. Aqui, a festa acontece o ano inteiro. E 2025 promete ainda mais."
De fato, este ano de 2025 promete muito mais. O Rio de Janeiro entrou para este ano como destaque internacional em premiações mundiais do turismo, e figurou como único destino brasileiro presente nos rankings do Traveller's Choice, realizado pelo Tripadvisor.
Aparecendo na 22ª posição da lista, a capital carioca é o único destino brasileiro presente no ranking, ao lado de outras cidades como Paris e Barcelona. Já em outra premiação, desta vez da revista britânica especializada em turismo, Wanderlust, o Rio de Janeiro também foi destacado como um dos destinos imperdíveis para 2025.
Em 2024, o Rio de Janeiro recebeu mais de 1,513 milhão de turistas internacionais, um aumento de 26,8% em comparação com 2023. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Turismo, pela Embratur e pela Polícia Federal (PF). Seguindo esta tendência, 2025 tem tudo para também ser um ano histórico para a cidade.
Ou seja, com uma gestão que apoia e aposta no turismo, além de todo o reconhecimento internacional, é de se esperar que 2025 realmente quebre recordes e, talvez, este fato torne mais compreensível a alta nos preços que estão surgindo neste verão.
Dicas para economizar nas praias
E caso não tenha para onde correr, o bom jeitinho carioca também pode ser uma excelente escapatória para os preços inflados. Separamos algumas dicas para aquele belo dia de praia.
Primeiramente, se achou caro, negocie. A tal da pechincha vale para o preço da cadeira de praia, do guarda-sol e de tudo mais que é vendido na praia. Em barracas que também ofereçam comidas e bebidas, você pode deixar claro que irá consumir ali e assim conseguir desconto no aluguel das cadeiras e do guarda-sol.
Mas se não for o caso, outra dica de ouro é: leve sua própria bebida ou lanche de casa. Para o caso das bebidas, há depósitos de gelo em vários pontos nos bairros de praia. No caso de sanduíches, também há como armazenar de forma adequada para aquele momento em que bater a fome na praia.
Por fim, uma última dica: pesquise. Na praia, a demanda e oferta é enorme, e fazendo aquela pesquisa caprichada entre bares e restaurantes, você certamente acabará topando com uma opção mais viável ao bolso. Realizar uma boa economia pode tornar o seu dia de praia ainda mais feliz.
