Foram homenageados 12 professores com mais de 30 anos de magistério
Nesta sexta-feira (14), na Barra da Tijuca, o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, participou de uma homenagem a educadores que, há mais de 30 anos, lecionam na Rede Municipal de Educação. O evento antecipou a comemoração do Dia do Professor, que é celebrado neste sábado (15). A celebração foi um ato simbólico para homenagear os mais de 40 mil professores que trabalham na maior rede de educação da América Latina.
Na comemoração desta sexta, a Secretaria de Educação homenageou 12 professoras com mais de 30 anos de serviços prestados. Foi uma manhã de diversas memórias e boas histórias. Somados, os anos de serviço prestado por todos os educadores presentes que estavam sendo homenageados na cerimônia chegam a 532 anos de dedicação.
“A carreira de professor proporciona momentos extremamente gratificantes, como ver um conhecimento se concretizando na cabeça de uma criança. Tenho certeza que nossos milhares de estudantes e professores passam por isso diariamente. O prazer de ensinar e de poder contribuir para a formação cidadã não tem preço”, disse o secretário Renan Ferreirinha.
O que não faltaram foram histórias de boas práticas em tantos anos de ensino. A professora Denise Barifouse, uma das homenageadas, entrou para a rede de ensino em 1974 e, três anos depois, passou a dar aula na Escola Municipal Santa Catarina, em Santa Teresa, local onde ela própria aprendeu a ler e a escrever. Até hoje, a servidora continua na unidade, só que agora no cargo de diretora adjunta.
“Eu não me vejo fazendo outra coisa, é a profissão que escolhi de coração. O carinho que a gente recebe de retorno é muito gratificante. Há pouco tempo, eu estava esperando uma consulta médica. Uma senhora chegou para mim e falou ‘aquela moça que entrou no consultório é minha filha. Ela foi sua aluna e hoje é professora de inglês por sua causa’. Então, se a gente consegue fazer diferença na vida de alguém e esse alguém hoje faz diferença na vida de outras pessoas, já valeu muito a pena”, contou Denise Barifouse.
Maria de Lourdes Albuquerque Tavares, que é conhecida como Lurdinha, é uma dessas pessoas que nunca cogitaram viver outra profissão. Professora de literatura e de língua portuguesa, com mestrado em administração escolar, ela começou no magistério há 66 anos e nunca mais deixou de lutar pela educação carioca.
“Minha avó era professora e eu quis ser professora a minha vida inteira. Para mim, é na sala de aula que o professor sente a valorização do seu trabalho. A gente se realiza quando vê o progresso dos alunos, quando os vê encaminhados. A sala de aula é o lugar da minha maior realização pessoal. Trabalhei com adultos analfabetos que saíram lendo. Isso tocou demais a minha vida. Já encontrei alunos que me pararam na rua pra dizer ‘você mudou a minha vida’. Isso não tem preço”, disse Lurdinha.
Helzir Borges Lopes já tem 48 anos de rede municipal de ensino e conta que desde muito pequena sempre quis entrar para o magistério. Hoje, com 68 anos, ela ainda dá aula em duas escolas na Ilha do Governador, uma na Portuguesa e outra no Jardim Guanabara. “Poder educar e orientar as crianças é um prazer muito grande. Atualmente, não somos apenas professores. Nós ensinamos, aprendemos e estamos trabalhando sempre em parceria com os pais. Nas minhas propostas de aula sempre incluí brincadeiras antigas, jogos cantados e colaborativos, para tirá-los um pouco da dependência de aparelhos digitais. Eles me estimulam e me inspiram, porque cada um tem o seu talento. Enquanto eu tiver saúde, não quero parar de dar aula. Eu acredito na educação”, disse ela.
Com dificuldade de locomoção, a professora Maria do Carmo Castanheira compareceu ao evento de cadeira de rodas. Com 49 anos de rede municipal, ela fez um discurso curto e emocionante. “Colegas, não desistam nunca. Nós somos o alicerce dessas crianças. Vamos contribuir muito dando o nosso trabalho pelos nossos alunos”, declarou, sendo muito aplaudida pelos professores presentes à cerimônia.
