Academia Arte Mais inova e une autoconhecimento ao esporte
Nadando contra a maré. É assim que o mestre de jiu jitsu Alessandro Marins, sócio fundador da Academia Arte Mais, e sua equipe, formada pelo professor de musculação, Adriano Marins e pela professora de ioga, Alice Mor, trabalham para reinventar o papel das academias na sociedade. O espaço está há dois anos no Shopping Open Mall, que fica dentro do condomínio Península, e também no condomínio Rio 2, e realiza um trabalho em que o bem estar físico e mental está acima de qualquer objetivo.
Inspirado na filosofia da família Gracie e nos conhecimentos milenares da ‘arte suave’, Alessandro acredita que o principal objetivo dos profissionais de educação física é auxiliar na saúde e na qualidade de vida dos alunos, entretanto, isso nem sempre acontece: “muitas academias são mais pautadas na vaidade, num ganho estético a qualquer preço e na ideia de ser melhor do que o outro do que na preocupação com a saúde e com o desenvolvimento humano”, avalia, para em seguida criticar profissionais que indicam medicamentos que possam causar algum mal ao aluno: “nosso objetivo aqui é fazer um senhor de 80 anos começar em um exercício funcional, e com o tempo ele começar a se alongar e sentar no chão, e voltar a brincar com o neto, o que ele achou que não voltaria a fazer”.
Nessa missão de ser diferente, a Arte Mais alia as atividades de jiu jitsu (no sistema de ensino Gracie Barra), musculação, ioga e dança (em parceria com a Escola Denise e Vera Casoni) com palestras de psicólogos, cursos de meditação, além de trilhas e cafés da manhã pela natureza: “a pessoa vem com o pensamento de que vai dar uma malhada e se depara com uma palestra de um psicólogo, então vem com uma filha adolescente que tenha algum problema emocional. Esse é o papel que uma academia tem que ter, de trazer conhecimento físico e mental”, disse Alessandro, que acredita que prezar pela questão social é um requisito para qualquer profissional de educação física.
Crianças aprendem luta, dança e melhores hábitos de vida e convívio em sociedade
Internet, vídeo games, celulares... A exposição exagerada à tecnologia é apenas um dos fatores que fazem com que as crianças da geração atual façam cada vez menos atividades ao ar livre. A consequência disso é o aumento da obesidade infantil, sem falar na preocupação dos pais com a violência, que distancia ainda mais os pequenos das velhas brincadeiras que acabam ficando no passado.
Preocupada com o atual quadro, a Arte Mais preza pela aliança de disciplina com liberdade, explorada nas aulas de jiu jitsu: “a criança tem que pegar sol, tem que correr, tem até que se ralar. Aqui no Península estamos trazendo algo muito legal: as crianças da academia estão ficando amigas, o que faz com que elas saiam de casa, se vejam e comecem a fazer o que se perdeu com o tempo, pela violência e pela falta de espaços comuns, como os que temos aqui”, disse Alessandro, que acredita que a academia está fazendo as pessoas “se cuidarem mais”.
Inclusive, Juliana Caetano, mãe do aluno Benjamin, o faixa amarela de oito anos, brinca que os mestres da academia conseguem convencer as crianças a terem hábitos saudáveis de uma forma que nenhum pai consegue: “esse é um lugar em que os mestres se propõem a falar e são ouvidos. A fala que eu ouço em casa é: ‘mãe, melhor eu parar com o tablet agora, porque o mestre falou para brincarmos lá fora’”, relatou.