Folhapress

Entre os dez participantes da Copa América, o Brasil é o único que não tem um jogador inscrito com a camisa 24. A CBF não informou a razão para isso. A informação foi publicada pelo UOL. A Folha de S.Paulo também tentou contato com a entidade, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

Diferentemente do restante do mundo, existe um histórico de rejeição a essa numeração no futebol brasileiro por preconceito ao homem gay. O número 24 no Brasil está ligado ao jogo do bicho, no qual representa o veado, animal usado de forma pejorativa para ofender homossexuais no país.

Por causa da pandemia da Covid-19, a Conmebol permitiu que neste ano cada equipe pudesse inscrever 28 atletas no torneio continental e distribuir a numeração livremente. O máximo permitido anteriormente era de 23 atletas. Na relação de inscritos do Brasil, o goleiro Ederson usa o número 23. O seguinte da lista é o 25 do volante Douglas Luiz.

No ano passado, o meio-campista colombiano Cantillo recebeu a camisa 8 no Corinthians, apesar de sempre ter usado a 24 em outras equipes. "Vinte e quatro aqui, não", disse o então diretor de futebol e hoje presidente do clube, Duilio Monteiro Alves. Depois, ele pediu desculpas e disse ter feito uma "brincadeira infeliz."

Levantamento feito pela Folha de S.Paulo em janeiro do ano passado, o número é usado quatro vezes mais em ligas do exterior do que no Campeonato Brasileiro, consideradas as cinco temporadas anteriores.