O Jornal da Barra mostra o lado proibido de uma Barra que muita gente pensa ou finge desconhecer. São casas de massagem, sex shop, swing (troca de casais) e motéis que movimentam há anos as fantasias e uma vida escondida da região. Descubra este lado desconhecido da nossa região que revelamos nesta reportagem.
O Paris Café Club, localizado na Avenida das Américas, número 15105, Recreio dos Bandeirantes, é um dos clubes de swing que mais recebe clientes em suas festas. Nas sextas-feiras, de 22h as 04h, no terraço da casa, acontece o Clube da Sedução. Primeiramente, as regras para entrar no evento são bem simples: é promovido apenas para casais e solteiras, ou seja, homens desacompanhados não entram. A ideia é mostrar para pessoas que têm curiosidade, mas são inseguras, como funciona o swing. Já aos sábados, é dia da Sylvia Swing, que é o evento voltado para os casais que estão com a ideia de realizar desejos e fantasias liberais. Segundo a promoter da casa Sylvia Keler, cerca de 180 pessoas frequentam o local nos dias de swing.
A promoter tem um papel importante papel como anfitriã do Paris, acomodando os clientes nas dependências do local. “Digamos que eu, como uma boa mineira, sei conduzir muito bem as pessoas, e acabo deixando-as muito a vontade o tempo todo. estou ali atenta a tudo e a todos, e isto faz com eles se sintam mais a vontade”, disse Sylvia, que destacou na importância na abordagem a algumas mulheres que chegam ao local um pouco tímidas. “Tudo acaba fluindo muito bem”, garante.
O espaço foi planejado de forma inovadora, em que a ideia inicial foi fazer um clube que se diferenciasse dos demais. Daí a ideia de fazer, não apenas um clube de swing, mas também um clube-boate, para atrair todo tipo de público. Na parte da boate, os eventos e festas são mais frequentes. Todas as segundas-feiras têm a ‘Segundas Intenções’, uma festa com entrada grátis. Já nas terças-feiras é vez de o famoso Mr. Catra pisar no palco, sempre a partir das 18h. E para quem gosta de sertanejo, nas quartas-feiras acontece a ‘Quartaneja’.
Para Sylvia Keler, o hábito de frequentar a boate liberal pode mudar a vida de muitos casais. “Ouço relatos de casais ‘mega’ empolgados depois de conhecer esse mundo do swing. O relacionamento entre ambos se tornam mais quente, fica aquela vontade de sempre estar querendo conhecer gente nova, a vontade de chegar o fim de semana logo. E o bom disso tudo, é a cumplicidade entre ambos, de fazerem tudo juntos. De serem parceiros. E isso é muito bom”, destaca.
Outra casa de swing na região é o Vogue Club Rio, localizado na Avenida Fleming, número 98. Por fora, um prédio comercial, uma sede de grande empresa Tudo discreto, mas com segurança reforçada na rua. Eminentemente regional os vizinhos convivem com bom humor. O dirigente de turismo, que mora a duas casas do Club brinca: “As vezes quando chegamos em casa eu e minha esposa corremos os risco de ser confundido como frequentadores do Voque. Algum dia ainda iremos cruzar com casais amigos chegando para as aventuras inconfessáveis”.
O clube carrega consigo o lema “desperte sua curiosidade”. Para isso, é prometido um lugar com sofisticação, qualidade, conforto e segurança. O resultado é um ambiente requintado e perfeitamente preparado para os casais liberais realizarem todas as suas fantasias e desejos. O Vogue dispõe de uma gama variada de eventos, e conta com diversas festas temáticas, shows surpresas e strippers para esquentar ainda mais a noite. Ao contrário do que se pensa, é possível ir à boate e aproveitar a noite sem ter contatos sexuais.
Apesar de prezar pela liberdade, a casa não deixa a organização de lado. São dois ambientes: o primeiro, no andar de baixo, funciona como uma boate comum, com DJ´s e bares. O segundo, no andar de cima, destina-se a casais e pessoas desacompanhadas que desejam interagir sexualmente. Há algumas regras para quem frequenta e deseja visitar o espaço, uma delas é ir vestido com roupas finas.
A autônoma M.J., de 35 anos, frequenta o clube duas vezes por mês acompanhada do namorado. Ela conta que a aventura pelo universo do swing começou há um pouco mais de um ano, quando seu parceiro propôs a ideia. Depois de muita conversa, ela acabou aceitando. “No inicio eu tive medo dele (namorado) ficar com ciúmes, mas depois de dois meses conversando eu percebi que ele tinha um tesão absurdo de ver outro cara tendo relações comigo”, revelou.
O que começou como uma aventura se tornou um hábito. Tanto M.J. quanto seu namorado acordaram que não existe nenhuma obrigação, e sim uma liberdade para que os dois possam fazer o que tiverem vontade. Para ela, esse diferencial no relacionamento foi alcançado nessas boates liberais. “O legal do swing é que é uma coisa que não te vincula com outra pessoa. O que você fizer e brincar vai ficar lá dentro. As pessoas que você encontrar ali você não vai ver nunca mais”.
No swing, o flerte geralmente começa numa troca de olhares entre os diferentes casais. Para demonstrar interesse os parceiros se aproximam um dos outros e geralmente o homem toma uma iniciativa e inicia fazendo caricias numa mulher, começando com algo discreto, esperando que o interesse seja reciproco. M.J. relata que apesar da liberdade ser o ponto alto de uma balada liberal, “ninguém força nada a ninguém”. Ela completa: “Acho que não tem lugar mais respeitoso do que lá dentro. É um lugar que ninguém te obriga a nada. Se você dá uma entrada numa pessoa e ela diz que não quer, ninguém vai tentar de novo”.