Projeto ajuda na reconstrução da autoestima da mulher
A iniciativa veio do estúdio Kiko Tattoo, em uma das unidades no Rio de Janeiro. O projeto, denominado de Espelho, Espelho Meu ocorre há três anos, gratuita e voluntariamente. Em 2017, foram 22 mulheres que participaram da campanha.
Kiko teve a ideia de começar a tatuar auréolas em uma conversa com uma cliente que tinha passado por uma mastectomia, que é o procedimento de retirada total das mamas. Com essa cliente como voluntária, o tatuador fez sua primeira simulação de auréola baseado na outra mama da própria cliente. O resultado foi tão surpreendente que por indicação foram aparecendo outras mulheres interessadas no procedimento.
Silvana Vieira, de 60 anos, fez a restauração em 2016. Ela conta que procurou um cirurgião plástico por sentir que algo faltava no seu corpo: “a falta da minha mama fazia eu me sentir mutilada. Eu não conseguia olhar no espelho e eu tinha muita dificuldade porque eu sou muito vaidosa.” Após colocar a prótese, fez a tatuagem da auréola para se sentir completa novamente.
Para Kiko, a tatuagem é como um encerramento de um ciclo: “, a pessoa tem a doença e não se preocupa nem com o peito, e sim com a morte e com a vida. Ela recupera, fica viva e passa a ter a cicatriz como um sinal do que ela passou. Aquilo vem sempre como uma lembrança.. no banho, quando ela vai se vestir. Ela coloca a prótese e melhora mas é uma coisa meio andrógena. E com a tatuagem, parece real, tá restaurada.” O procedimento dura em torno de 30 minutos e não tem nenhuma contraindicação. O primeiro contato é feito diretamente com o estúdio, e depois, essa mulher é encaminhada para um médico para que seja feita a liberação e autorização do profissional.