Morador do Recreio, Claudio deixa mãe, mulher, filhos e grandes amigos que fez no Colégio Anglo-Americano, da Barra
Por Marcelo Perillier
Cheguei na Barra em 1995 e logo adotei um colégio como minha segunda casa. Algumas vezes, ele funcionava como a primeira. Fui crescendo e convivendo com pessoas maravilhosas, que faziam meus dias tristes ficarem alegres; meu sorriso ficar ainda mais largo no rosto. Eis que em 2000, passo a ter uma pessoa ilustre como professor de Educação Física. Alguém que, durante esses 16 anos, era mais do que um amigo; uma pessoa ímpar. Era Claudio Jorge Patriota de Almeida.
Sensei. obrigado por todos os ensinamentos. Sem você, não seria a pessoa que sou hoje. Cada queda no judô era uma lição aprendida. Cada golpe executado era um avanço. Cada troca de faixa um recomeço e um grande crescimento.
Vem o ano de 2004 ou 2005. A saída do dojô, para as quadras do Rio. Quem nunca se esquece disso: "Enquanto pai e mãe levam a gente para Disney, Europa, Estados Unidos, Claudinho nos leva para Pavuna, Realengo, Comendador Soares..." Chega o handebol, o esporte que muda completamente nossos rumos. As equipes foram sendo montadas e os torneios, pouco a pouco, elaborados. Quem não se lembra da épica final do Inter das meninas contra o Percepção? Da vitória de uma equipe quase imbatível no masculino? E da nossa disputa garfada em 2006, no Salesiano, quando eram 9 contra 7, no duelo com o Mercês?
Chega 2008, o ano do vestibular. A tentação para fazer Educação Física era grande. Conhecimento, capacidade, exemplos, tudo conspirava a favor. Mas fiz Jornalismo. E foi no seu blog, Handebol Rio, onde escrevi os primeiros artigos. Em 2010, novas portas se abriram. E lá estava ele, me guiando em mais uma novidade: o Intercâmbio para Toronto. Seis semanas de muito inglês, frio, aprendizado e crescimento.
A pequena retribuição da minha família por todos esses destinos foram os cursos, as viagens e os auxílios para aprender mais e mais sobre o handebol. Culminou no maior desafio e na realização de um sonho: participar ativamente da produção dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Foi o chefe de quadra da Arena mais movimentada, que sempre vivia cheia. Uma Arena que poderia ser o seu Futuro.
Trabalho árduo, cansativo. Mínimas horas de descanso, mas muita dedicação para fazer da Arena o seu Futuro. Poucas pessoas sabem disso, porém, todos os voluntários e coordenadores tiveram que remontar o piso, por desnível. Em menos de seis horas, a quadra estava nova e pronta para jogo.
Obrigado por tudo, Claudio Patriota Obrigado por ser meu eterno amigo de múltiplas jornadas. Nosso eterno morador da Rua Luiz Paulistano, no Recreio dos Bandeirantes.