Para o diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP) os criminosos perderam o puder de se expor nas redes sociais
Por Ive Ribeiro
Durante o XVIII Fórum de Segurança, que aconteceu no hotel Ramada, no Recreio Shopping, no dia 25 de maio, o delegado Antônio Ricardo Nunes, diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), fez uma breve viagem no tempo durante sua apresentação para falar da origem do tráfico de drogas e como o crime se tornou um dos mais perversos para a cidade do Rio, entretanto, chamou a atenção do público ao questionar a própria sociedade que, segundo ele, muitas vezes “glamoriza” a criminalidade. Ele criticou inclusive a dramaturgia por colocar traficantes e ladrões como protagonistas em alguns seriados, como em ‘La Casa de Papel’ e ‘Narcos’, ambos da Netflix.
Outra crítica foi sobre a presença da classe alta e média em bailes dominados pelo tráfico de drogas, como o famoso ‘Baile da Gaiola’, localizado em uma comunidade da Penha, Zona Norte do Rio, e que virou um point das noites cariocas: “é um local repleto de fuzis”, alertou. Para ele, a normalização da criminalidade chegou ao ponto dos próprios bandidos perderem o puder de se expor nas redes sociais, o que acaba facilitando no trabalho de identificação da polícia.
Para o diretor da Acir e editor do JORNAL DA BARRA, Claudio Magnavita, a critica também deve ser feita aos consumidores de drogas, principalmente os da alta sociedade: “fala-se muito de Rocinha e outras comunidades, mas a alta sociedade também alimenta essa cadeia. Quem compra um papelote, ou uma ‘bala’ na balada contribui”, disse.