Silenciosa, doença crônica tem tratamento que fortalece os ossos e melhora a qualidade de vida
Todo dia 20 de outubro é celebrado o Dia Mundial de Combate à Osteoporose. Sem cura, a doença atinge 10 milhões de pessoas só no Brasil, de acordo com a Fundação Internacional de Osteoporose (IOF). O doutor Haroldo Chagas, chefe da neurocirurgia do Hospital Federal da Lagoa e médico especialista em coluna há 15 anos, atende pacientes que sofreram fraturas em decorrência de osteoporose e alerta sobre prevenção e tratamento.
Por não apresentar dor ou outros sintomas, a maioria dos pacientes só descobre a patologia quando busca atendimento devido à alguma fratura, causadas inclusive por pequenos impactos: “A doença ocorre devido ao desequilíbrio no metabolismo do cálcio, ocasionando uma perda da matriz óssea maior do que o próprio organismo consegue suprir”, explica Chagas, “esse processo torna os ossos frágeis e mais suscetíveis à fraturas, principalmente as que estão relacionadas à degeneração da coluna vertebral”.
Apesar dos pacientes mais idosos serem o grupo de maior risco, mulheres também sofrem perda de massa óssea após a menopausa: “Nesse período ocorre a queda da produção de estrogênio. Essa condição hormonal também implica na formação da massa óssea, por isso a osteoporose é comum em mulheres a partir dos 60 anos, mais do que em homens”, explica.
Segundo o doutor Chagas, as principais causas da osteoporose são decorrentes do sedentarismo, má alimentação e condições hormonais que influenciam na perda de cálcio. A doença degenerativa pode ser prevenida através de uma dieta balanceada incluindo a ingestão de queijos e derivados do leite, exposição solar em horários adequados, para elevar os níveis de vitamina D, e atividade física supervisionada, principalmente a partir dos 50 anos: “É indicada atividade aeróbica e musculação a partir dessa idade, já que o impacto causado pelo esforço nos músculos estimula a produção da matriz óssea”, conta.
O médico maranhense chama atenção para a visita regular a um especialista, principalmente após uma lesão. A osteopenia é uma doença precursora da osteoporose, porém tem cura: “A osteopenia antecede a osteoporose e é identificada através de um exame de densitometria óssea. Esta é perfeitamente tratável e devolve a qualidade de vida ao paciente”, conta.
Já quando o diagnóstico é de osteoporose, o tratamento é realizado através de medicamentos que regulam os níveis de cálcio e vitamina D no organismo, visando aumentar a densidade do osso e diminuir o risco de fraturas. “A osteoporose em si não causa dores, mas as complicações decorrentes da doença torna a expectativa de vida dos pacientes mais baixa, principalmente em caso de pacientes de idosos, quando a chance de fraturas graves é maior e ficam restringidos ao leito. A melhora na qualidade de vida depende muito do comprometimento do paciente com o tratamento, que deve utilizar a medicação de forma responsável e manter atividade física regular”, ressalta.