No Dia Nacional da Imunização, médicos alertam para manter as doses em dia
No dia 9 de junho, celebra-se o Dia Nacional da Imunização, mas, neste ano, não há muito o que comemorar. Em razão do novo coronavírus, milhares de pessoas estão deixando de procurar postos de saúde regularmente para manter a carteira de vacinação em dia. Com isso, doenças até então erradicadas, como poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e coqueluche, podem voltar a aparecer.
Um dos exemplos mais recentes é o sarampo, que desde o ano passado vem provocando novos surtos pelo país. Até então, 8,4 mil casos da doença foram registrados em 21 estados, com destaque para Rio de Janeiro, São Paulo e Amapá.
“São doenças que acometem de forma grave principalmente crianças pequenas e que poderiam ser evitadas com a imunização. Infelizmente, as pessoas estão deixando de vacinar por medo da covid, mas é preciso lembrar que não é só o covid que mata. É preciso estar atento ao calendário de vacinação para cada faixa etária”, alerta Bárbara Pereira, em imunologista da UFRJ e chefe de análises clínicas do laborátorio Lach.
Recentemente, foi iniciada a campanha nacional de vacinação contra a gripe, com a primeira fase sendo encabeçada por crianças, gestantes e puérperas. E dados do Ministério da Saúde mostram que muitas pessoas desse grupo ainda são tomaram suas doses contra o influenza.
“Temos visto queda de cobertura vacinal contra todas as doenças”, diz Luciana Becker, infectologista pediatra do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, em São Paulo.
Bárbara ressalta que o Brasil tem um dos maiores programas de imunização do mundo, mas alerta que adultos e idosos ainda precisam se conscientizar mais para a importância de se vacinar.
“A população precisa entender que todos precisam de vacina. Vejo diariamente no laboratório adultos preocupados em proteger somente as crianças. Vacina é para todos e o adulto brasileiro precisa mudar esse pensamento”, destaca a imunologista.