Redação
Há três semanas sem registrar pacientes esperando mais de 24 horas por um leito voltado para quadros de covid-19, o município do Rio zerou a fila de espera por esse tipo de leito. Outro indicativo da redução da demanda por leitos na capital é a taxa de ocupação das unidades de saúde, que passou de 96% em maio para 77% nesta virada de mês. Enquanto, em 27 de junho, havia 1.002 pacientes internados na cidade, na quinta-feira (1) registrou 726 – uma queda de 27,5%.
Além do número de pessoas com quadros graves da doença precisando de internação e as já hospitalizadas, mais um dado que evidencia a redução do ritmo da pandemia no município do Rio é a redução de óbitos, que chegou a cair 44% comparando os meses de junho e maio. Apesar desses dados, o grau de risco para transmissão de covid-19 na cidade ainda é alto, e, para que regrida, é fundamental manter os cuidados de etiqueta respiratória, uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos.
O principal motivo para a desaceleração da pandemia no município do Rio é o avanço da vacinação. Nesta quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes anunciou mais uma antecipação do calendário: até a primeira quinzena de julho, serão vacinadas as pessoas a partir de 37 anos. Até agosto, toda população carioca adulta terá recebido pelo menos a primeira dose da vacina contra covid-19. A expectativa é que, quanto mais a vacinação avance, os efeitos positivos sejam percebidos pela redução de casos, internações e óbitos gradativamente em cada faixa etária.
“Os efeitos da vacinação são claros. Começamos a ver uma redução expressiva da doença, mas temos que manter a cautela porque temos um número alto de transmissão. Ainda é o momento de manter os cuidados, usar máscara e evitar se aglomerar ou se expor desnecessariamente”, comentou na sexta-feira (02) o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, durante coletiva de divulgação do 26º Boletim Epidemiológico da Covid-19.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disponibiliza 280 pontos de vacinação em toda a cidade, funcionando de segunda-feira a sábado, para facilitar o acesso da população à vacina. A lista desses pontos, seus horários de funcionamento, o calendário de vacinação e mais informações sobre grupos prioritários, documentos etc. estão disponíveis em coronavirus.rio/vacina e nas redes sociais da SMS e da Prefeitura do Rio. Neste sábado (03), serão vacinadas gestantes, puérperas e lactantes a partir de 18 anos; e haverá repescagem para pessoas com 43 anos ou mais, pessoas com deficiência e pessoas com comorbidades (lista PNI).
Um milhão de cariocas com esquema vacinal completo
Nesta semana, o município do Rio alcançou a marca de 1 milhão de cariocas com o esquema vacinal contra covid-19 (sendo por duas doses ou dose única) completo, que é o único meio de garantir a proteção contra a doença. Além disso, outros dois números colaboram para uma comemoração tripla: 4 milhões de doses de vacinas contra covid-19 já foram aplicadas; e 3 milhões cariocas iniciaram a imunização contra o coronavírus, recebendo a primeira dose ou dose única das vacinas disponíveis.
Até a última quinta-feira (01), 3.032.639 pessoas haviam tomado a primeira dose (D1) de CoronaVac, AstraZeneca ou Pfizer no Rio, e outras 46.938 receberam o imunizante da Janssen, que tem o esquema vacinal de apenas dose única. Esse total representa 58% da população carioca elegível para a vacinação (a partir de 18 anos) com a imunização iniciada ou concluída. Entre as pessoas que seguem o esquema vacinal de duas doses, 980.280 já receberam a segunda dose.
Soranz destaca que a cobertura vacinal esperada é de 90% de cada uma das faixas etárias contempladas pela campanha: “Em junho, a SMS aplicou mais que o dobro de vacinas do mês de maio. Estamos tendo adesão da população, o que é muito importante. Não basta avançar na idade, tem que se garantir a cobertura, ou seja, que todas as pessoas sejam vacinadas. Cada pessoa é importante. A próxima semana é decisiva. Pedimos que, quando o calendário estiver na sua idade, vá se vacinar imediatamente. Não espere a repescagem”.
A SMS ratifica que todas as vacinas ofertadas são comprovadamente eficazes e seguras, e são oferecidas aos cidadãos de acordo com a disponibilidade de cada ponto de vacinação (PV). A população deve garantir a dose da vacina disponível no momento em que se dirigir ao PV, sem preferência por fabricante. É fundamental ainda que as pessoas fiquem atentas à data de retorno da segunda dose (anotada a lápis no comprovante da D1) para garantir a eficácia da vacinação. Quem estiver com a D2 em atraso deve retornar ao local de vacinação onde tomou a D1, o quanto antes, para completar a proteção contra a covid-19.
Márcio Garcia, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria, recomenda: “Cada dia vacinado é um dia a mais de proteção e um dia a menos de exposição à doença. Os postos funcionam o dia inteiro, inclusive no horário de almoço. Não há motivo para deixar de se vacinar”.
Cenário epidemiológico
O 26º Boletim Epidemiológico divulgado nesta sexta-feira mostra que, desde março de 2020, o município do Rio soma 368.354 casos de covid-19, com 28.731 óbitos. Em 2021 são 156.555 casos e 9.953 mortes. A taxa de letalidade deste ano está em 6,4%, contra 8,9% em 2020; e a de mortalidade, em 149,4 a cada 100 mil habitantes, contra 281,9/100 mil no ano passado. A incidência da doença é de 2.350,2/100 mil, quando em 2020 era de 3.179,5/100 mil.
As médias móveis de atendimentos da rede de urgência e emergência, de casos confirmados de covid-19 e de óbitos pela doença na cidade do Rio apresentam queda sustentada. Depois de sete semanas consecutivas com todas as 33 regiões administrativas do município apresentando classificação de alto risco para a transmissão da covid-19, considerando as internações e óbitos, o boletim desta semana conta com cinco delas em risco moderado (classificação amarela): Portuária, Santa Teresa, Penha, Vigário Geral e Ilha do Governador.
Na última semana, 20 novos casos de diferentes variantes do vírus foram identificados na cidade, sendo 19 moradores locais. Desde a identificação do primeiro caso de novas variantes, o município contabiliza 654, sendo 534 residentes. São 522 casos da brasileira (P.1) e 12 da britânica (B.1.1.7). Dos moradores infectados por essas cepas, 40 faleceram, 17 permanecem internados e 477 já são considerados curados. Dos não moradores do Rio infectados pelas variantes, 24 vieram de Manaus, 7 de Rondônia e 89 de outros municípios.
Independentemente da variante, as medidas preventivas são as mesmas para a população: manter o distanciamento, usar máscaras e higienizar as mãos com álcool 70° ou, quando possível, água e sabão; além das demais medidas de proteção à vida estabelecidas na Resolução Conjunta SES/SMS Nº 871 de 12/01/21, que podem ser consultadas em coronavirus.rio.
Medidas de proteção à vida
As medidas de proteção à vida estabelecidas no Decreto Nº 48.912, de 27 de maio de 2021 foram prorrogadas até 12 de julho. Bares, lanchonetes, restaurantes, quiosques da orla e congêneres continuam com permissão para o consumo apenas para clientes sentados, com distanciamento mínimo de um metro e meio entre cada conjunto composto por mesa e cadeiras limitado a oito ocupantes, sendo admitida música ao vivo sem restrição de horário. Já as academias de ginástica, piscinas, centros de treinamento e condicionamento físico podem ter aulas em grupos, com a ocupação dos ambientes limitada a um indivíduo a cada quatro metros quadrados.
Casas de espetáculo, concertos e apresentações podem funcionar, desde que mantenham distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os participantes, com capacidade de lotação máxima de 40% em locais fechados e 60% em locais abertos, somente com público sentado. As mesmas regras valem para atividades comerciais e de prestação de serviços localizadas no interior de shopping centers, centros comerciais e galerias de lojas, bem como as atividades de museu, biblioteca, cinema, teatro, casa de festa, salão de jogos, circo, recreação infantil, parque de diversões, temáticos e aquáticos, pista de patinação, entretenimento, visitações turísticas, aquários, jardim zoológico, apresentações, drive-in, feiras e congressos, exposições e eventos autorizados. Em todas essas ocasiões, a formação de filas de espera e de aglomerações na entrada e saída é proibida.
Rodas de samba estão liberadas, mas continuam suspensos o funcionamento de boates, danceterias e salões de dança; a realização de eventos, como festas com vendas de ingresso, em áreas públicas e particulares. A fiscalização das indicações do decreto será feita pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP), a Guarda Municipal do Rio de Janeiro e o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (IVISA-Rio) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).