Instalada em frente ao setor de desembarque internacional, no Portão C do Terminal 2, a unidade funciona 24 horas, com guardas municipais capacitados para identificar e receber pessoas em situação de vulnerabilidade


Inaugurado há dez anos, o Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante (PAAHM), no Aeroporto Tom Jobim, nunca parou suas atividades, nem após o início da pandemia e da redução de voos vindos de outros países.

Instalada em frente ao setor de desembarque internacional, no Portão C do Terminal 2, a unidade funciona 24 horas, com guardas municipais capacitados para identificar e receber pessoas em situação de vulnerabilidade, como brasileiros não admitidos ou deportados e estrangeiros com problemas de entrada no Brasil. Em uma década, foram mais de 400 atendimentos.

Ligado ao Grupamento de Apoio ao Turista (GAT) da Guarda Municipal, a unidade mantém uma equipe que também identifica possíveis vítimas do tráfico de pessoas e de trabalho escravo, além de refugiados, providenciando acolhimento por meio de uma rede de assistência local que envolve o governo do estado e instituições como a Cáritas, ligada à Arquidiocese do Rio, e a Acnur, uma entidade da ONU.

– No aeroporto, nossa função é recepcionar pessoas que chegam até nós por meio da Polícia Federal. A PF faz um trabalho mais técnico, verifica antecedentes, investiga a vida civil. Os guardas entram com a parte mais humana, identificam as necessidades do viajante, buscam a rede de assistência para encontrar uma solução para o caso – explica Milton Nunes Cruz, líder do grupo que atua no posto.

Entre as histórias vividas por Cruz nessa função está a de uma marroquina que chegou ao Rio atraída por um homem com quem mantinha um namoro virtual. Ele ficou de busca-la no aeroporto, mas a promessa não foi cumprida e a jovem acabou sem saber para onde ir.

– Ela estava com passagem de volta comprada, mas a taxa para mudar a data era alta. Ela foi encaminhada para um abrigo, mas teve problemas de adaptação por causa do idioma e a trouxeram de volta ao posto. Por sorte era meu dia, já conhecia o caso e fui à companhia aérea tentar novamente a troca do bilhete. Consegui sensibilizar um diretor da empresa e ele permitiu que ela embarcasse no mesmo dia.