A comandante da intervenção do BRT, Claudia Secin, apresentou um diagnóstico atualizado de todo o sistema
(Assessoria de Imprensa)
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou, nesta quarta-feira (07), novas ações com o objetivo de melhorar o sistema de transporte da cidade. Entre as medidas estão a ampliação do serviço expresso com ônibus comuns partindo de mais estações do BRT Transoeste em direção ao Terminal Alvorada, a criação do programa BRT Presente e os próximos passos para a conclusão do BRT Transbrasil, que será integrada com o VLT na região do Gasômetro. Outra ação será a promoção do retorno de linhas de ônibus convencionais que foram alteradas ou extintas.
– Nossa responsabilidade é dar solução aos problemas. No caso do transporte público, o que vimos foi a destruição absoluta do BRT, a incapacidade de concluir uma obra que deveria ter terminado no meio do mandato do prefeito anterior. Uma obra complexa, não discordo, que é a Transbrasil. E no campo dos ônibus vimos linhas sumindo, abandono e diminuição da frota – disse Paes, durante a apresentação das medidas no Palácio da Cidade, em Botafogo.
A comandante da intervenção do BRT, Claudia Secin, apresentou um diagnóstico atualizado de todo o sistema. Ela informou que, dos 297 ônibus articulados encontrados nas garagens, apenas 120 estão em condições de uso. Por isso, o serviço expresso que utiliza ônibus comuns, no trajeto direto entre Santa Cruz e Alvorada, será implantado também nas estações Pingo D´Água, Magarça e Mato Alto.
– Só com o “diretão”, que é o Santa Cruz x Alvorada, as estatísticas da Secretaria de Transporte mostram que estamos carregando mil passageiros a mais nos horários de pico da manhã e da tarde. Eram passageiros que tinham desistido do sistema Transoeste, estavam usando frescão e Uber – afirmou Claudia, que ressaltou o objetivo de chegar a setembro com 241 veículos em circulação, além de reabrir as 46 estações que foram fechadas.
Paes informou que outra proposta é a criação do programa BRT Presente, que vai atuar sob a coordenação da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop). O objetivo é melhorar a segurança nas estações e garantir a preservação do patrimônio público.
O prefeito ainda destacou que, de acordo com as estimativas iniciais, a Prefeitura terá de fazer um aporte de R$ 133 milhões para melhorar o sistema BRT até que o novo processo de licitação seja concluído. Mas frisou que a futura nova operadora do sistema terá de ressarcir todo o montante gasto pelo município durante a intervenção.
– Quero passar uma mensagem de otimismo, mas com realismo. O sistema vai, ao longo dos meses, apresentar melhorias, a população vai perceber, mas a solução definitiva vai levar algum tempo. Mas quero revalidar meu compromisso com a população de que o BRT vai voltar a dar certo. Vamos ter os quatro corredores até o fim do ano que vem funcionando plenamente – afirmou Paes.
Sobre o BRT Transbrasil, o prefeito disse que foi necessário fazer uma revisão no cronograma de obras. Uma das principais mudanças será a integração do BRT com o VLT. Os dois modais de transporte passarão a ser integrados em um terminal a ser construído no Gasômetro. Com isso, o VLT vai ganhar uma expansão a partir da Rodoviária Novo Rio e a Transbrasil também terá um aumento em seu percurso.
Outras ações apresentadas foram a pavimentação de concreto no trecho entre as estações de Deodoro e do Trevo das Margaridas e, também, a revisão dos pontos de ônibus da pista lateral da Avenida Brasil.
– A nossa ideia era retomar as obras ainda no mês de março. Diante dessas modificações, resolvemos adiar um pouco, mas a nossa expectativa é poder concluir a Transbrasil até o ano que vem. Essas obras são feitas com recursos do Governo Federal, não é um problema de recurso – justificou Paes.
Já a secretária municipal de Transporte, Maína Celidônio, mostrou as propostas que trarão benefícios à mobilidade da população carioca nas linhas de ônibus convencionais. De um universo de 800 linhas, 256 delas foram alteradas ou extintas nos últimos anos. Até o fim de junho, ela irá apresentar as mudanças no sistema, como a redefinição de itinerários e a reativação de algumas linhas.
– A gente identificou linhas que deixaram alguma área desatendida e que, de fato, houve uma diminuição no atendimento à população. A partir disso, a gente propõe modificações nas linhas para que atendam à população plenamente – afirmou Maína, que citou por exemplo cinco linhas em que ficou comprovado o prejuízo aos usuários, após análise de técnicos da SMTR.
Confira as principais medidas anunciadas
Intervenção no BRT
– Ampliação do serviço expresso com ônibus comuns para as estações Pingo D´Água, Magarça e Mato Alto
– Criação do programa BRT Presente
– Renegociação de contratos que já foram auditados e suspensão de pagamento daqueles que ainda estão sob análise
– Reabertura de 46 estações (oito já foram reabertas)
– Até 10/4 estar com 150 ônibus articulados em operação
– Em setembro estar com 241 ônibus articulados em operação
BRT Transbrasil
– Extensão do VLT, da Rodoviária Novo Rio até um terminal perto da estação do BRT na região do Gasômetro
– Pavimento de concreto entre Deodoro e Trevo das Margaridas
– Revisão dos pontos de ônibus da pista lateral da Avenida Brasil para melhorar o acesso às estações do BRT
Ônibus convencionais
– Estender a linha 517 (Gávea-Passeio) até o Castelo para fazer a integração com o VLT Carioca
– Retorno da linha 819 (Jardim Bangu-Bangu – via Catiri)
– Estender a linha 636 (Praça Seca-Saens Peña) até o Tanque