Redação
O número de atendimentos a pessoas em situação vulnerável no Rio chegou a 444.849 nos primeiros cinco meses do ano. A marca representa um novo recorde da Secretaria Municipal de Assistência Social: 22% a mais que o realizado no mesmo período em 2020, que registrou 350.049 atendimentos.
São histórias de vida como a de Adalberto de Souza e Marcos Aurélio dos Santos que, graças aos atendimentos, conseguiram novos empregos. E Dona Rosemere Borges, idosa com problemas psiquiátricos que foi para o Centro Provisório de Acolhimento 1 depois que sua casa desabou, em Senador Camará.
A pandemia trouxe maior vulnerabilidade para a população e, nesta gestão, novos projetos como o Resenha Contra Covid-19, Cariocad e Assistência em Movimento já fazem a diferença.
– Estamos retomando a força que a Assistência Social deve ter na nossa cidade. Cuidamos da população mais vulnerável e temos que ter políticas públicas muito eficientes – declarou a secretária municipal de Assistência Social, Laura Carneiro.
Nos Centros de Referência em Assistência Social (Cras), que trabalham preventivamente na garantia de direitos, foram 375.368 atendimentos, 27% a mais do que os 294.385 realizados no mesmo período em 2020, informou a subsecretária de Proteção Social Básica, Leila Marino.
Os Centros de Referência Especializada em Assistência Social (Creas), que atendem a casos específicos de violação de direitos das populações vulneráveis e em situação de rua, realizaram 15.111 atendimentos de janeiro a maio, 25% a mais que os 11.422 nesse mesmo período de 2020. “A pandemia trouxe à Assistência o status de serviço essencial, uma visibilidade que ela sempre deveria ter tido”, afirmou Sheila Oliveira, subsecretária de Proteção Social Especial.
O Serviço de Abordagem Especializada realizou 54.370 atendimentos a população em situação de rua, 23% a mais que os 44.242 de 2020, disse o coordenador Valnei Alexandre.
Empoderamento
Depois de um ano acolhido no Centro Provisório de Acolhimento 3, Marcos Aurélio dos Santos, de 41 anos, conseguiu em maio o posto de auxiliar de serviços gerais na empresa Luso Brasileira. Desempregado em função da pandemia, ele fazia serviços informais até que ficou sabendo da vaga no mural organizado pela equipe do abrigo. Apresentou currículo e foi selecionado, mas por enquanto, ainda mora no CPA 3.
Já Adalberto de Souza, 35, estava em situação de rua quando chegou ao Creas Padre Guilherme de Caminada, em Santa Cruz, pedindo ajuda para ir a uma entrevista de emprego. Ganhou banho, roupa e sapatos doados pela vizinhança obtidos pela equipe do Creas, e foi contratado como garçom de um bar na vizinhaça há uma semana. Hoje já tem seu próprio lugar para morar e nesta quarta-feira (16), dia de seu aniversário, foi agradecer à equipe do Creas pela ajuda.
– Nosso trabalho é empoderar nossos usuários, oferecendo as oportunidades para eles retomarem suas vidas. Muitos ainda não estão no momento, e não aceitam ajuda, mas o Adalberto aceitou e isso nos dá um ânimo enorme – contou Cláudia Ramadas, diretora do Creas. – Quando as questões sociais aumentam e se tornam mais complexas, os Cras e Creas se afirmam como ferramentas de garantia de direitos – completa Roberta Costa, coordenadora da 10ª CAS, em Santa Cruz.
O caso de Dona Rosemere Borges é mais sensível: idosa e com problemas psiquiátricos, ela morava sozinha contando com o amparo dos vizinhos em Senador Camará, até que sua casa ruiu por completo por irregularidades estruturais. Levada para o Centro Provisório de Acolhimento 1, está recebendo atendimento de saúde, foi vacinada contra a covid-19 e aguarda a obtenção de documentos, já que perdeu tudo. Seus vizinhos, com quem fala regularmente por videochamada, estão reformando a casa e a equipe do Creas Adailza Sposati avalia com a Associação de Moradores a possibilidade de ela voltar para lá.