Por: Matheus Rocha
A Justiça determinou nesta quarta-feira (2) a prisão de três homens acusados de matar o congolês Moïse Mugenyi, 24. O imigrante foi morto a pauladas perto de um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, no último dia 24.
Na decisão, a juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, do plantão judiciário, determinou a prisão temporária argumentando que as investigações apontam que os três homens são autores do crime. Ela destaca, porém, ser importante realizar outras diligências para elucidar os fatos.
Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, Brendon Alexander Luz da Silva e Fábio Pirineus da Silva já estavam detidos desde a terça-feira (1º) na Delegacia de Homicídios da Capital. Os três foram presos depois que a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão temporária por homicídio duplamente qualificado.
Eles foram identificados após o depoimento de testemunhas que presenciaram o espancamento com pedaços de pau.
Um dos presos, Fábio Pirineus da Silva, foi detido na noite de terça-feira na casa de parentes no bairro de Paciência, na zona oeste.
Ele é vendedor de caipirinhas na praia e confessou aos agentes que deu pauladas no jovem, segundo a polícia.
O delegado Henrique Damasceno, titular da Delegacia de Homicídios da Capital, afirmou que as três pessoas presas não trabalham no quiosque Tropicália, do qual Moïse era funcionário. Ele disse, ainda, que o dono do estabelecimento auxiliou nas investigações, foi solícito, forneceu as imagens do crime e colaborou na identificação dos autores.
A polícia encontrou um porrete, indicado por uma das pessoas que ajudaram na investigação, em um terreno baldio próximo ao local.
A família de Moïse diz que ele foi espancado até a morte por ter cobrado diárias que estavam atrasadas. Segundo os parentes, o congolês trabalhava em um quiosque, na altura do posto 8, onde teria sofrido agressões presenciadas por cerca de cinco homens.
"Mesmo depois de morto, os caras continuaram batendo nele. Largaram o corpo perto do quiosque mesmo, amarraram as mãos dele, colocaram elas para trás. Moïse morreu, mas continuaram torturando ele", contou Mamanu Idumba Edou, 49, tio do jovem.
Em vídeo gravado por uma câmera de segurança, é possível ver quando Moïse mexe no interior de um refrigerador e dois homens se aproximam e o empurram para longe.
Um deles o joga no chão e os dois começam a lutar. O segundo homem chega a segurar as pernas de Moïse. Enquanto isso, um terceiro agressor, com um pedaço de pau, começa a bater no congolês.
Instantes depois, quando Moïse parece estar desacordado, com um agressor agarrado a ele no chão, um quarto homem pega o pedaço de pau e o agride.