Por: Matheus Moreira
A cidade de Petrópolis registrou nesta terça (15) o maior volume de chuva em 24 horas desde 1952, segundo informações da repartição do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) no Rio de Janeiro. Dezenas de pessoas morreram em decorrência de deslizamentos de terra.
A soma de 259,8 mm de chuva nesta terça só perde em volume para a de 20 de agosto de 1952, ocasião em que foram registrados 168,2 mm acumulados em 24h. De acordo com Marlene Leal, meteorologista do Inmet do Rio, as condições climáticas que causaram o desastre em Petrópolis são muito parecidas com as que causaram o desastre de 2011 na região serrana do Rio de Janeiro, atingindo Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo.
Leal explica que, assim como em 2011, as fortes chuvas se devem à mistura da alta umidade relativa do ar com alta temperatura, somada à frente fria instalada sobre o mar do litoral fluminense e à ocorrência do La Niña. "A diferença entre 2011 e agora é que desta vez as nuvens de chuva ficaram muito concentradas sobre Petrópolis. A abrangência foi muito menor do que na década passada", afirma a meteorologista.
Para Leal, mesmo com os alertas emitidos pelo Inmet e Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), a intensidade da chuva concentrada sobre Petrópolis surpreendeu.
Os primeiros alertas eram amarelos, ou seja, indicavam risco potencial de tempestade com possibilidade de chuva de até 50 mm por dia, segundo o sistema Alert-As do instituto.
Para o intervalo de 24h de 11h desta quarta (16) até 11h desta quinta-feira (17), o alerta se mantém amarelo e soma-se a ele um alerta laranja, mais grave, de chuvas intensas e cujo grau de severidade adotado pelo instituto é de perigo, podendo chegar a 100 mm acumulados em 24h.