A Prefeitura do Rio de Janeiro decidiu romper nesta quarta-feira (9) o contrato com a JS Salazar, empresa responsável pela administração dos pátios e dos reboques da cidade.
A rescisão aconteceu após o vereador Gabriel Monteiro (PSD) afirmar que o dono da empresa, Jailson dos Santos Salazar, tentou suborná-lo oferecendo R$ 200 mil por mês.
A suposta tentativa de suborno ocorreu depois que o vereador realizou uma fiscalização no pátio da empresa, em São Cristóvão, na zona norte. No local, ele diz ter encontrado irregularidades, como veículos apreendidos que estavam sem bateria.
Segundo o vereador, o suborno teria sido oferecido para que ele não denunciasse as irregularidades. A reportagem entrou em contato com a JS Salazar, mas não recebeu resposta até a publicação deste texto. Também não conseguiu localizar a defesa de Jailson dos Santos.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, é possível ver o momento em que o vereador dá voz de prisão a Jailson e a três policiais, que estavam acompanhando o empresário. No vídeo, um dos homens oferece R$ 50 mil para que Monteiro não publicasse o registro nas redes sociais.
"Uma das piores máfias do RJ veio na minha casa me intimidar, com OFICIAIS da PM. (Não representam os demais). Prendi todos, e também o 01 do esquema por me oferecer 200 mil reais por mês. O RJ virou proibido pra mim!", escreveu o vereador nas redes sociais.
Em nota, o governo do estado diz que o major Djalma dos Santos Araújo e o soldado Jonatas Olímpio Norberto –os dois lotados na operação Lei Seca– e o tenente Renan Bastos de Brito, da Operação Segurança Presente, estavam cedidos à Secretaria de Estado de Governo, mas foram exonerados após denúncia do vereador.
"Os policiais foram devolvidos à Secretaria de Estado de Polícia Militar e a corregedoria interna da corporação instaurou Inquérito Policial Militar para investigar a conduta dos militares", afirmou o governo.
A Seop (Secretaria de Ordem Pública) diz que suspendeu o contrato com a JS Salazar em razão do registro de ocorrência apresentado pelo vereador na 16ª DP, na Barra da Tijuca, na zona oeste.
"A SEOP destaca já estar tomando todas as medidas cabíveis para restabelecer, o mais rápido possível, a operação normal de reboques na cidade. A retirada de veículos rebocados previamente permanece inalterada."
A Comissão de Transporte da Assembleia Legislativa diz ter entrado com uma representação na Promotoria de Tutela de Defesa do Consumidor, pedindo que o Ministério Público investigue os serviços de reboque da JS Salazar. Em nota, o presidente da comissão, deputado Dionísio Lins (Progressista), diz que a empresa é alvo de constantes reclamações.
"Recebemos também um vídeo onde um reboque da empresa está levando dois veículos de deficientes físicos que estavam estacionados em locais permitidos e, mesmo com a intervenção de policiais militares, os reboquistas simplesmente ignoraram a ordem para liberar os veículos. Isso é um verdadeiro absurdo e desrespeito", disse o vereador.