Por: Matheus Rocha
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), deu iniciou ao Carnaval 2022 na tarde desta quarta-feira (20), com a entrega da chave da capital fluminense ao Rei Momo. A cerimônia aconteceu no Palácio da Cidade, sede do governo municipal, e marca oficialmente a volta do Carnaval, festividade que foi suspensa por dois anos em razão da pandemia.
"Quero dar as boas-vindas a todos que vierem para o Rio de Janeiro nos próximos dias. O maior espetáculo da Terra está de volta, viva o Carnaval carioca e a cultura brasileira." Paes aproveitou a solenidade para agradecer o trabalho dos profissionais de saúde que atuaram na linha de frente contra a pandemia.
"Passamos, no mundo inteiro, por grandes dificuldades, de muito sofrimento. Que essa pandemia tenha sido um ensinamento para que possamos ter, daqui por diante, um mundo mais feliz e de paz."
A postura de Paes destoa daquela adotada pelo ex-prefeito Marcelo Crivella, que era crítico ao Carnaval e já deixou de marcar presença durante a entrega das chaves da cidade ao rei Momo.
"Antes de eu ser prefeito, a vida inteira os prefeitos entregaram a chave da cidade. Melhorou o nosso nível no Ideb [índice de qualidade da educação]? A desfavelização? Por que eu tenho que dar a chave?", disse ele à Folha em 2019. "A tradição tem que se reverter em algum benefício, alguma coisa palpável."
Após dois anos sem Carnaval, Wilson Neto, o rei momo da cidade, diz que nem conseguiu dormir diante da ansiedade de abrir oficialmente a festa. "Que neste Carnaval só reine a alegria, a espontaneidade e a liberdade de expressão. Como monarca da folia, declaro aberta a maior manifestação popular e cultural do mundo, que é o Carnaval carioca."
Com a abertura oficial do festejo, os desfiles na Marquês de Sapucaí começam nesta quarta-feira (20), com as escolas da chamada série ouro. Já na sexta-feira (22), é a vez do desfile das escolas do grupo especial, que começará com a Imperatriz Leopoldinense, a partir das 22h.
A escola levará para a Sapucaí enredo em homenagem Arlindo Rodrigues, carnavalesco que foi um dos responsáveis pelo primeiro título da agremiação, em 1980. Os desfiles chegam ao fim na madrugada de sábado, quando a Vila Isabel entra na avenida para celebrar a vida de Martinho da Vila.
Em razão dos desfiles, a Secretaria de Ordem Pública e a Guarda Municipal atuarão com mais de 3.200 agentes na Sapucaí e na estrada Intendente Magalhães, região onde também acontecem desfiles. Já a Secretaria Municipal de Saúde instalou sete postos médicos na Sapucaí, com 32 leitos.
Já na região central da cidade, onde os desfiles do Sambódromo acontecem, a Polícia Militar contará com um efetivo de 3.291 agentes. Um dos objetivos dos PMs é patrulhar o entorno da Marquês.
Durante o feriadão, os blocos também devem desfilar a despeito de a prefeitura não ter montado estrutura para isso, como a instalação de banheiros químicos.
Uma lista circula nas redes sociais e mostra que mais de 40 blocos planejam sair durante o feriado. São os casos do Derê, com desfile marcado para quinta-feira (21), e do Bloco dos Inconfidentes, que deve ir para a rua no sábado (23).
A lista é feita basicamente de blocos menores, já que os mais conhecidos anunciaram que não vão desfilar. É o caso por exemplo do Cordão do Bola Preta, um dos mais tradicionais da cidade, que em 2020 reuniu 600 mil pessoas no centro da cidade, de acordo com a gestão municipal.