O ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro foi afastado do posto nesta sexta-feira (28) pelo prazo inicial de 180 dias por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça)
O vice-presidente Hamilton Mourão avaliou que dificilmente o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, voltará a exercer o cargo.
O ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro foi afastado do posto nesta sexta-feira (28) pelo prazo inicial de 180 dias por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
No período, quem assumirá a função será o vice-governador Cláudio Castro, do PSC, que também é alvo de buscas de operação da Polícia Federal.
Ao chegar ao Palácio do Planalto nesta sexta, Mourão disse que lamenta que a população fluminense passe pela situação e avaliou que a corrupção "se enraizou no Rio de Janeiro". "Eu lamento pelo povo do Rio de Janeiro que sofre a ausência de estado", disse. "A gente tem de buscar uma forma para reverter essa situação."
O general da reserva lembrou que Witzel enfrenta um procedimento de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio e disse acreditar que, diante do afastamento, o processo deve avançar. "Eu acredito que, ao longo desses próximos seis meses, esse processo de impeachment deve avançar. Acho difícil que ele volte."
O vice-presidente ressaltou ainda que, ao ter alegado perseguição, Witzel fez uso do "jus esperniandis". "O direito de espernear. Todo mundo tem o direito de espernear. Paciência, vamos aguardar", afirmou.
Mais cedo, Bolsonaro ironizou o afastamento do governador do Rio de Janeiro, de quem se tornou desafeto. Na entrada do Palácio da Alvorada, o presidente disse que a situação no Rio de Janeiro "está pegando" e questionou a um apoiador carioca quem está agora no comando do estado.
"O Rio está pegando. Pegou hoje. Está sabendo do Rio hoje? Quem é seu governador?", questionou o presidente ao ser indagado sobre a situação do estado.
O apoiador respondeu ao presidente que o vice-governador deve assumir agora. Na sequência, Bolsonaro comentou: "Está acompanhando".
Segundo a Procuradoria-Geral da República, além de Witzel, são alvos da operação da Polícia Federal busca o vice-governador e o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT).
Os policiais também cumpriram mandado de prisão contra o presidente do PSC, Pastor Everaldo, e buscam o ex-secretário estadual Lucas Tristão, braço direito de Witzel.
A operação Tris in Idem ocorre por ordem do ministro Benedito Gonçalves, do STJ. No total, são 17 mandados de prisão, sendo 6 preventivas e 11 temporárias, e 84 de busca e apreensão.
O processo de impeachment de Witzel está travado, com recursos sobre a tramitação sob análise do STF (Supremo Tribunal Federal).