Chef Aylton Oliveira revela como adquiriu a casa de Vargem Grande
“Comida tem que ter gosto de comida”. A célebre frase de Carlos Perico, do Antiquarius, foi apropriada pelo chef Aylton Oliveira, que comanda o Skunna há 26 anos. A arte de cozinhar, que inicialmente era um hobby, se tornou prioridade quando comprou o restaurante de Vargem Grande: “eu a vida inteira gostei de cozinhar. Comecei a fazer uns cursos com o José Hugo Celidônio e fui tomando gosto. Eu tinha uma corretora de seguros e estava cansado da rotina, pois foram 32 anos de paletó e gravata indo para a cidade, e resolvi comprar um restaurante para trabalhar sábado e domingo, pois continuaria com a corretora de segunda a sexta”, conta Aylton, que explicou os motivos pela escolha do Skunna: “o dinheiro que eu tinha só dava para comprar o Skunna. Inicialmente ele tinha 36 lugares, hoje tem 117 e estou fazendo 27 anos aqui”.
E para celebrar a data, haverá um jantar comemorativo: “teremos um jantar com um casal para fazer o som ambiente, velas na mesa. Este ano, o prato será um camarão grande com palmito pupunha, com um bom vinho branco ou tinto”, revela Aylton, ao dizer que o nome Skunna é uma estilização da palavra escuna, que se refere a uma lancha, e, por isso, a especialidade do restaurante é frutos do mar.
Em relação a clientela, Aylton disse que antigamente era mais fácil as pessoas visitarem o estabelecimento, pelo fato de não ter tantas dificuldades como hoje: “naquela época, há 27 anos, era bem mais gostoso e bem mais rentável, porque hoje estamos mais longe do Leblon e de Copacabana, por conta dos sinais de trânsito, pardais e Lei Seca. Antigamente você levava da Zona Sul até aqui meia hora a quarenta minutos. Hoje, com esses sinais não coordenados, demora mais de uma hora”. Mesmo assim, agradece bastante aos que saboreiam com frequência sua comida: “eu tenho uma clientela fixa que, se não fosse ela, não sei o que seria com a crise pela qual estamos passando”.
O chef afirma que o diferencial dos restaurantes de Vargem Grande é o esquema de entretenimento, em comparação com os da Zona Sul: “em Ipanema e Leblon, que a pessoa passa na porta, olha o cardápio e entra. O cliente daqui é fiel ao Skunna, ao Gepetto, ao Quintas... ele vem destinado a um restaurante específico, de acordo com o cardápio”, disse Aylton, que contou alguns casos de um empreendimento indicar outro, conforme o gosto do freguês: “semana passada, por exemplo, um casal foi no Espaço Dom pedir uma Moqueca e eles recomendaram vir para o Skunna. Assim como já teve clientes aqui pedindo pizza e eu disse que seria melhor eles irem para o Gepetto”.
Além disso, Aylton explica que as pessoas que visitam o Skunna vão para fazer programa e passeios, e não apenas para comer: “Vargem Grande é um lugar de programa. Por exemplo, você sai de casa e tem 10 restaurantes muito bons no Leblon. Escolhe um senta, come e em quase duas horas está volta ao lar. Mas se você vem para Vargem Grande, pode olhar as praias, Pedra de Guaratiba, passa por aqui e vai chegar em casa quase a noite cansado”.
Sobre os pratos, muitos são fixos e bem chamativos, como “Camarão à Gruyere”, “Moqueca de Frutos do Mar” e a inusitada “Feijoada de Frutos do Mar”, a qual conta de onde veio a inspiração: “foi uma receita que conheci e Portugal, em uma época que não pensava em ter restaurante. A princípio, era apenas lula com feijão branco. Depois, fui incrementando com camarão, polvo e mexilhão”.
O Skunna fica na Estrada dos Bandeirantes, nº 23.363 e abre quinta-feira das 11:30h às 0h; sexta-feira e sábado das 11:30h às 0:30h; e domingos e feriados das 11:30h às 19h.