Sequência do filme de 2016 supera com louvor o original e abre um horizonte maravilhoso para a DC nos cinemas
Por Pedro Sobreiro
Estreia nesta quinta-feira (5) o mais novo filme da DC: O Esquadrão Suicida. Escrito e dirigido por James Gunn, que brilhou na rival - Marvel - com os Guardiões da Galáxia, o longa é uma aventura banhada a sangue e destruição que instiga o público por meio do caos e do inesperado.
Apesar do anterior não ser um filme bem avaliado pelo público e pela crítica, Gunn fez questão de não apagá-lo da cronologia do Universo DC nos cinemas. Ou seja, apesar de não influenciar na trama, o projeto e alguns personagens já se conheciam da missão do filme de 2016. É interessante porque ele não obriga o espectador a assistir o original e mesmo assim vai fazê-lo sair da sessão apaixonado pela equipe de vilões.
A trama é a básica. Uma ameaça aos EUA precisa ser detida, então Amanda Waller (Viola Davis) convoca super-prisioneiros para enfrentarem essa missão suicida em troca de uma redução na pena. No entanto, a sequência se diferencia do primeiro no desenvolvimento dos personagens e na forma como eles são tratados. Diferentemente de seu antecessor, aqui todos os personagens são descartáveis e podem morrer a qualquer momento. Veja bem, são introduzidos cerca de 20 novos personagens, que contam com bons tempos de tela e desenvolvimentos próprios. Muitos deles podem não terminar o filme vivos ou inteiros.
E mesmo com essa proposta macabra de matar qualquer um, até os protagonistas, o filme consegue ser divertido e engraçado, trazendo um maravilhoso humor politicamente incorreto, presente até nas construções dos homicídios explícitos da trama. Sim, se você tiver problema com mortes ou machucados expostos, talvez tenha um problema com algumas cenas.
Os "heróis” da história, que são os vilões dos heróis da DC, são tratados como criminosos que não estão ali para fazer amizade ou encontrar uma família. Eles deixam claro que entraram na missão apenas para tentarem reduzir a pena ou por terem sofrido chantagem da desalmada da Amanda Waller. Dessa forma, as interações deles vão aumentando e se desenvolvendo conforme vão sobrevivendo a situações mortais. É muito divertido, apesar de ser bizarro. É uma forma muito inteligente de se lidar com eles e fazer com que o espectador se apague a alguns. É esse apego que estimula a sensação de perigo que o filme cria ao matar vários desses vilões.
A direção de James Gunn também faz uso de elementos anteriores usados em personagens consagrados, como a Arlequina de Margot Robbie, e trazendo uma estética colorida, bem característica das histórias em quadrinhos. Ele também faz uso de cards para marcar os capítulos do filme, mas são introduzidos de forma muito criativa, dando a sensação de ter alguém te contando a história sem apelar para a narração em off. Isso é incrível e ajuda a dosar o ritmo do filme.
A trilha sonora também é algo que merece destaque. Se ela não funciona como um personagem a parte, como em outros filme de Gunn, ela embala as sequências de ação com maestria, trazendo muito dinamismo ao longa.
Com muita violência, ação, aventura e um humor irônico delicioso, O Esquadrão Suicida é um filmaço que vai empolgar os fãs de quadrinhos, os fãs de ação e os fãs de cinema em geral. É um sopro de ar fresco em meio a um mercado saturado de filmes com heróis.
Nota: 10