O gênero do terror, com sua capacidade de explorar os medos mais profundos do ser humano, tem se esticado cada vez mais para oferecer experiências cinematográficas intensas. No entanto, "Mergulho Noturno", que chega aos cinemas brasileiros em 18 de janeiro, falha em alcançar as expectativas elevadas, mesmo com a premissa intrigante de uma piscina assombrada.
O filme, dirigido por Bryce McGuire e baseado em seu curta-metragem homônimo, tenta adicionar uma camada extra ao já vasto repertório do cinema de horror. Ao abordar o medo da morte e da fragilidade humana, o enredo mergulha na escuridão das profundezas de uma piscina, adicionando elementos sobrenaturais à equação.
A narrativa segue a família Waller, liderada pelo ex-jogador de beisebol Ray Waller (interpretado por Wyatt Russell). Ao se mudarem para uma nova casa, eventos estranhos começam a ocorrer, especialmente em torno da piscina, onde uma entidade misteriosa parece espreitar. A trama se desenvolve, explorando traumas familiares, negligências e tensões não resolvidas.
No entanto, as falhas narrativas e as decisões questionáveis de direção se destacam, comprometendo o potencial do filme. A lógica inconsistente, como a compra da casa por uma família com dívidas hospitalares, prejudica a imersão do público na história. Além disso, a revelação tardia da morte de uma criança na piscina é justificada de maneira fraca, minando o impacto emocional que poderia ter sido explorado.
A abordagem convencional do terror também decepciona, com sustos previsíveis e aparições repentinas que não conseguem gerar o suspense desejado. Em vez de manter o mistério e explorar a metáfora da dinâmica familiar, o filme opta por outro caminho dando assim uma explicação literal, e perdendo a oportunidade de criar uma experiência mais profunda.
Visualmente, "Mergulho Noturno" tem momentos brilhantes, expressando tensões por meio de imagens surrealistas. No entanto, essas instâncias são escassas e infelizmente não conseguem sustentar o filme como um todo.
Em última análise, "Mergulho Noturno" se afunda em suas próprias falhas, resultando em um início decepcionante para o gênero de terror em 2024. A colaboração entre Blumhouse e Atomic Monster, conhecidas por suas contribuições ao terror contemporâneo, não consegue elevar o filme acima das limitações apresentadas. Se você procura um mergulho emocionante no terror, talvez seja melhor evitar esta piscina.
Nota: 7,5/10