Filme chega aos cinemas nesta quinta-feira (30/05)
Por: Lucas Costa
Lançado em 2008, o primeiro "Os Estranhos" chamou atenção pela sutileza com que construía o terror dentro de uma cabana na floresta. Uma década depois, em 2018, um derivado pouco notável foi lançado. Agora, a franquia retorna aos cinemas com ambições maiores: contar, numa trilogia, a origem dos vilões que dão nome ao filme. É um projeto ousado, especialmente porque a essência do terror em "Os Estranhos" residia justamente na falta de contexto e explicação para as motivações dos algozes.
"Os Estranhos - Capítulo 1" mantém a mesma estrutura da trama que iniciou a série: um casal aterrorizado por assassinos mascarados em uma casa isolada na mata. A dupla protagonista agora é vivida por Madeleine Petsch (de "Riverdale") e Froy Gutierrez (de "Cruel Summer"). Eles interpretam jovens apaixonados que buscam uma viagem de carro para fugir dos problemas cotidianos. Um imprevisto em uma lanchonete de beira de estrada os leva a passar a noite em um charmoso, mas estranho, Airbnb no meio de uma mata. Como esperado, os mascarados mal-intencionados surgem do nada e a caçada começa. Renny Harlin, veterano diretor de Hollywood, tenta construir uma conexão básica com o espectador, mas não extrai de Bown o necessário para tal. No entanto, assim como no filme original, o destaque não está na força do casal, mas na desconcertante situação em que são inseridos.
Apesar das críticas, o filme não é ruim. Pelo contrário, "Os Estranhos: Capítulo 1" mantém um suspense contínuo e uma sensação de desconforto que prendem a atenção do espectador. Embora não conte com os tradicionais sustos do gênero, a tensão exacerbada faz do filme uma experiência intrigante.
O filme investe na bizarrice das máscaras e nas aparições repentinas dos assassinos, mas constrói pouca tensão. Nos momentos de horror, Harlin opta por suavizar a violência e as cenas assustadoras, apostando mais na atmosfera do que em um verdadeiro clima de suspense. Ainda assim, a fotografia do filme é belíssima e evita a escuridão excessiva, comum em produções recentes, permitindo que o público veja claramente tudo que se passa.
Madeleine Petsch se destaca na defesa de sua personagem, cujo ponto de vista guia o espectador. Um mérito adicional é que "Capítulo 1" não vive de referências ao primeiro filme, mantendo uma autonomia que é rara em franquias de terror.
Em suma, "Os Estranhos: Capítulo 1" é uma agradável surpresa para os fãs de terror que não buscam um filme repleto de sangue e violência, mas uma história capaz de manter a tensão e o interesse do início ao fim. Sem dúvidas, é um filme que vale a pena assistir novamente.
Nota: 9/10