A especialista Ester Gomes fala de um ponto de vista profissional da tão comentada cultura do cancelamento
Os digital influencers precisam ter bastante cuidado com os “posicionamentos” reproduzidos em suas redes sociais, não é de hoje que muitos acabaram tendo a carreira na internet completamente destruída pelo boicote em massa da cultura do cancelamento. Mas isso nem sempre significa algo negativo. Racistas, homofóbicos, xenofóbicos, agressores ... muitos já foram excluídos do clube de famosos pelo poder da opinião pública, mas como tudo no mundo, os excessos e a falta de limite acabam chegando para acompanhar.
“Tanto na internet quanto na vida, sempre temos as pessoas que batem de frente conosco, o que é normal já que nenhuma pessoa pensa ou age da mesma forma. A questão é quando um debate saudável ou um conflito de ideias e interesses vira um linchamento coletivo.” Comenta a consultora de recursos humanos Ester Gomes.
A especialista explica que as pessoas se perderam no caminho de ajudar seus colegas a enxergar uma alternativa positiva, e que agora pensam apenas na exclusão definitiva daquela pessoa.
“As pessoas que estão praticando o cancelamento também são humanas errantes, que em algum momento precisaram enxergar as coisas de uma maneira diferente. O bullying virtual tem se acentuado porque a grande massa não tem mais interesse em fornecer informação ou auxilio, mas sim retirar aquela pessoa de qualquer tipo de nicho possível, a transformando em um ódio coletivo.”
E em experiência própria, a digital influencer Talita Bazilio já sofreu um gostinho da hostilidade online, no vídeo mais popular em seu canal da plataforma YouTube.
“Uma coisa que as minhas seguidoras sempre me pediam, era um vídeo falando sobre a minha gravidez, com todo o processo de contar para os meus pais e a preparação para a chegada da minha filha.”
A jovem mãe e empresária teve a primogênita na adolescência, e o intuito de seu vídeo era de ajudar e aconselhar meninas que estivessem passando pela mesma situação.
“Sofri muitas críticas e muitos julgamentos, mas eu não me deixei afetar por isso e nem tirei o vídeo do ar. Se aquele assunto iria ajudar a uma pessoa que fosse, eu não iria desistir dele. Além do mais, essa é a minha história e eu tenho apenas frutos colhidos dessa situação.” - Finaliza