por Guilherme Cosenza
Anos atrás, em uma confraternização de final de ano de trabalhadores de circo a falta de companheiros do sexo masculino na hora da dança, fez com que as mulheres começassem a fazer passos com os mastros que sustentavam a lona do circo, dessa maneira nasceu o pole dance.
Na realidade, essa é uma das inúmeras historias que circulam sobre como teria de fato nascido essa dança que mistura sensualidade, força bruta e passos sensíveis de ballet sobre o poste. Contudo, o mais certo é que o pole dance tenha começado através do mallakhamb, ginástica tradicional da Índia que era realizada unicamente por homens e meninos. Na França, a era Moullin Rouge trouxe a Paris de 1889 o pole dance de maneira mais sofisticada e sensual, alinhada ao streptease.
No Brasil a prática, antes encontrada apenas nos bordeis e boates voltadas ao público adulto, vem ganhando cada dia mais força e lotando as academias de dança, que viram no pole dance, uma nova abertura a ser trabalhada: “o Pole Dance é uma atividade que esta muito em alta, muitas pessoas estão procurando, por ser uma atividade que trabalha o corpo como um todo, além de quebrar um velho tabu relacionado ao corpo, pois ele trabalha a sensualidade e da auto estima a pessoa que pratica”, explica a proprietária da escola de danças Belarte, situada na Barra da Tijuca.
A escola inovou ainda mais nas aulas ao trazer um professor para dar as aulas de Pole Dance dentro da academia: “sou especialistas nas artes das danças sensuais, o que envolve além do pole dance o streptease. O pole dance apareceu para mim a cerca de oito anos atrás quando eu decidi fazer algo diferente para minha parceira. Pesquisando eu vi alguns acrobatas homens que faziam a arte do pole dance, procurei em alguns lugares para tentar aprender, mas não achava de jeito nenhum, até que consegui achar um professor de circo que me deu as aulas. Depois disso, procurei lugares para dar aula”, conta o professor da BellArte, Abdjan Cabral.
Abdjan, no entanto, salienta a dificuldade de se conseguir locais para dar aula: “é bem difícil conseguir locais que aceitem homens tanto praticando quanto dando as aulas. A aceitação foi difícil a principio, tanto da classe masculina como da feminina, pois quando você se depara com um homem dando aulas de arte sensuais que envolvem o corpo todo, como é o trabalho do pole dance, as pessoas acabam tendo um receio natural”. Porém basta observar as aulas para ver que o professor imprimi de maneira profissional o seu trabalho, auxiliando e mostrando os passos necessárias para se fazer na barra do pole dance, e sempre utilizando, a sensualidade e graciosidade nos passos de suas alunas.
Stephanie Sousa é aluna de Abdja há três meses e a estudante de biomedicina conta que trocou as aulas de outra dança sensual, o Stiletto, para se dedicar ao pole dance: “minha professora me indicou para as aulas, pois eu queria ganhar força muscular junto com flexibilidade, então ele disse que poderia ganhar isso com a prática do pole dance. Nunca fui fã de ir academia, não gosto do rigor de que ir todo dia lá levantar peso e como sempre amei e pratiquei dança, resolvi me testar. Gostei muito e já consigo ver as diferenças no meu corpo desde que comecei a praticar as aulas”.
O professor explica que o trabalho da sensualidade nas aulas é o que ajuda o desenvolvimento da auto estima de quem pratica: “o pole dance trabalha o ego, a mulher ou o homem que pratica passa a se sentir mais a vontade com o próprio corpo, por ser uma atividade física ele trabalha o corpo, deixando quem pratica modelado, emagrecendo e tonificando a musculatura. A parte sensual envolve as sequencias dos movimentos que são praticados em aula, que ao ser visto em sequencia, traz toda essa sensualidade que as alunas acabam tendo por passarem a ter mais confiança no corpo e nos passos”.
Foi também pensando em fugir dos treinos monótonos das academias de ginástica, que a auxiliar jurídica, Michelle Pigatti optou pelos treinos na barra: “já faço as aulas há três meses, acho maravilhoso, me encontrei no pole dance, sempre fui fraquinha e o pole dance me deu mais força e resistência. Nunca gostei da academia e o clima de competição que existe, então aqui me encontrei”.