Larissa Garcia (Folhapress)
Os depósitos em caderneta de poupança superaram os saques em R$ 72,6 milhões em maio, segundo dados divulgados pelo BC (Banco Central) nesta segunda-feira (7). O resultado da captação líquida -diferença entre entradas e saídas- é menor que o registrado em abril, quando foi positivo em R$ 3,84 bilhões. No mês, a rubrica voltou a ser positiva após três meses de números negativos.
O movimento coincidiu com o retorno do auxílio emergencial, que começou a ser pago no início de abril. A nova rodada tem valor menor que a primeira versão, paga entre abril e dezembro do ano passado -inicialmente de R$ 600 e depois reduzido para R$ 300. Dessa vez, o benefício terá valor médio de R$ 250, mas poderá ser de R$ 150 ou R$ 375, dependendo do tamanho da família de quem recebe. Os valores são pagos por meio de conta-poupança digital da Caixa Econômica Federal, o que ajudou a explicar o movimento de forte alta na captação líquida ao longo de 2020, que bateu recorde com R$ 166,3 de entradas líquidas.
Após a chegada do vírus ao país, em março do ano passado, a caderneta registrou valores elevados em captação líquida nos meses seguintes, em comparação ao restante da série. Sem o auxílio, o resultado da caderneta foi negativo em R$ 18,1 bilhões em janeiro deste ano, pior valor da série iniciada em 1995. Em fevereiro, a captação líquida foi negativa em R$ 5,8 bilhões e em março, em R$ 3,52 bilhões. Em maio, os brasileiros depositaram R$ 281,23 bilhões na poupança e sacaram R$ 281.16 bilhões.
O saldo, que é todo o montante investido na modalidade, permaneceu superior a R$ 1 trilhão no mês. O estoque alcançou a marca pela primeira vez na história em setembro do ano passado com o aumento expressivo da captação.
Com o retorno do auxílio em versão reduzida, os resultados de abril e maio vieram abaixo dos meses de pagamento da primeira versão do benefício no ano passado. No ápice da crise, em abril de 2020, a captação da poupança bateu recorde, com R$ 30,4 bilhões. O resultado foi superado em maio daquele ano, com R$ 37,2 bilhões, o maior da série histórica até agora.
A caderneta rende a TR (Taxa Referencial), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 3,50% ao ano.
A regra prevê que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança seja de 0,50% ao mês, mais a TR. Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.