Público não costuma buscar ajuda para tratamentos simples ou benefícios que devolvem a qualidade de vida para as pacientes
No próximo dia 14 de março se comemora o Dia da Incontinência urinária! A doença, que afeta principalmente as mulheres (duas vezes mais que os homens!), tem baixa gravidade mas pode comprometer a vida social até mesmo de jovens adultas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, a incontinência urinária atinge 72% das mulheres no mundo. Cerca de 20% dos casos de incontinência são em mulheres adultas, e em idosas pode chegar a 50%. De acordo com a ginecologista Nathalie Raibolt, o número de casos pode ser ainda maior, uma vez que muitas mulheres com perda urinária não buscam tratamento para o problema, por achar que é um problema comum do envelhecimento e que, por isso, devem aprender a conviver com ele. A médica alerta, no entanto, que existem tratamentos simples e eficazes que podem melhorar muito a qualidade de vida da paciente.
“É uma doença totalmente tratável, mas poucas mulheres procuram por tratamento, na maioria das vezes por vergonha ou por achar que faz parte do envelhecimento, mas existem muitos casos em jovens, principalmente mulheres atletas. Muitas pacientes não percebem que tem essa perda involuntária da urina. Também é muito comum a mulher relatar uma leve perda urinária no consultório, mas dizer que não se importa. Acontece que muitas vezes, a falta de tratamento leva a uma piora que acaba comprometendo a vida social. Uma roupa molhada, um odor de urina, tudo isso causa constrangimento e, portanto, a doença não deve ser negligenciada”, ressalta a ginecologista.
Fisioterapia e medicações, são alguns dos tratamentos pouco invasivos que costumam ter bons resultados. “A mulher acaba deixando de dançar, de brincar com o filho, de praticar um esporte que gosta. Por isso, o problema não deve ser ignorado. Mesmo nos casos em que a cirurgia é indicada, o procedimento é relativamente simples e de baixo risco”, explica Nathalie Raibolt.
A doença se caracteriza pela perda involuntária de urina e conta com três tipos: a de esforço, quando há perda de urina em atividades que contraem a região do abdômen (tossir, espirrar, rir e fazer atividade física de alto impacto); a de urgência, quando há súbita vontade de urinar e a pessoa não consegue chegar a tempo no banheiro e a mista (caso de idosos e diabéticos, ou pessoas com lesões na coluna/medulares), que associa os dois tipos anteriores.
Dentre as causas mais comuns estão alterações hormonais, enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico, seja pelo envelhecimento, por uma (ou mais) gestação, tabagismo, lesões ou mesmo pela prática de exercícios físicos de alto impacto ou de forma inadequada. “No caso da bexiga hiperativa, o tratamento é feito com medicação. Quando o problema é relacionado à fraqueza muscular, a fisioterapia pélvica pode resolver o caso ou pode ser necessária a cirurgia de correção”, relata a médica. “O importante é que a mulher busque tratamento e converse com o médico”.