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Por: Marcelo Rocha
O Telegram ignora há cerca de seis meses uma determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) para retirar do ar publicação de Jair Bolsonaro (PL) com informações falsas sobre as urnas eletrônicas.
A decisão, do ministro Alexandre de Moraes, deu-se no inquérito que apura a responsabilidade do presidente no vazamento de dados sigilosos de investigação sobre um ataque hacker à Justiça Eleitoral.
O caso expõe na prática a dificuldade das autoridades brasileiras em lidar com o Telegram, que está na mira do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Em agosto passado, Moraes ordenou que uma publicação de Bolsonaro sobre a suposta vulnerabilidade das urnas fosse apagada do aplicativo. O texto, porém, segue no ar até hoje.
Outras redes sociais, como o Twitter e o Instagram, cumpriram a decisão do ministro e derrubaram o conteúdo. O Telegram nem sequer se manifestou no inquérito.
"O sistema eleitoral foi invadido e, portanto, é violável", escreveu o presidente na mensagem que ainda consta em seu canal na plataforma.
Atualmente com sede em Dubai, nos Emirados Árabes, o Telegram se vangloria do fato de não colaborar com autoridades, ainda que seja alvo de decisões judiciais.
Como mostrou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, investigadores na esfera cível e criminal que atuam em apurações sobre disseminação de fake news, discurso de ódio e desinformação não veem muita saída além do bloqueio do Telegram no Brasil.
As autoridades vêm tentando contato com a empresa, sem sucesso, o que torna inviável aplicar multas ou outras sanções em caso do descumprimento de ordens judiciais, como foi a de Moraes de agosto do ano passado.
Com pouca moderação e uma estrutura propícia à viralização, o serviço de comunicação é uma das preocupações do TSE para as eleições de 2022.
A dificuldade de alcançar o Telegram, que não tem sede nem representante legal no país, está inserida em um debate sobre os desafios de tornar legislações nacionais efetivas em um mercado de serviços na internet cada vez mais globalizado.
Nesse cenário, as opções seriam: aceitar o crescimento desenfreado de uma plataforma que não atende aos contatos do Judiciário brasileiro ou bloquear o Telegram até que a empresa passe a dialogar.
Nas últimas semanas, a corte eleitoral subiu o tom nas críticas ao serviço de comunicação e não descarta a medida mais drástica, que é o bloqueio.
A possibilidade do bloqueio do Telegram, como mostrou o jornal Folha de S.Paulo em recente reportagem, gera preocupação de parte dos especialistas na área, dadas as possíveis consequências da medida, que está inserida em um complexo debate não só da perspectiva legal como técnica.
Por outro lado, o Telegram não responde às autoridades, tampouco a pedidos da imprensa.
O presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, encaminhou um ofício ao presidente do Telegram com o objetivo de formalizar uma cooperação que vise o combate à desinformação. Não houve resposta até o momento.
Para Barroso, serviços de comunicação com papel relevante no pleito do segundo semestre não podem operar no país sem representação jurídica adequada, responsável pelo cumprimento da legislação nacional e das decisões judiciais.
O Telegram é atualmente um dos canais de comunicação prediletos de Bolsonaro, usado para divulgar ações de sua administração. Conta hoje com mais de um milhão de seguidores.
Na semana passada, Bolsonaro disse a apoiadores que o governo está "tratando" sobre o caso do aplicativo. "É uma covardia o que estão querendo fazer com o Brasil", disse o presidente ao ser provocado sobre o tema.
Procurado pela reportagem, o Palácio do Planalto ainda não se manifestou sobre o assunto.
O Telegram está na mira de ao menos duas apurações, uma na Polícia Federal e outra no MPF (Ministério Público Federal).
A mensagem de Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas, que ainda aparece no aplicativo, tem links que direcionam os leitores para arquivos do inquérito da Polícia Federal aberto após invasão cibernética a sistemas da Justiça Eleitoral em 2018.
Foi com base nesse material que ele e aliados encamparam, durante uma transmissão online, a tese de que o sistema eleitoral é suscetível a fraudes, suspeita rebatida pelo TSE. A polícia disse a Moraes que viu crime do presidente no vazamento dos dados dessa apuração.
Os links não funcionam mais porque os arquivos foram apagados de outras bases onde estavam hospedados. Essa providência, contudo, não foi do Telegram.
Foi usada uma rede social chamada "Brasileiros", construída a partir da plataforma de código aberto Mastodon, para armazenar os documentos anexados.
Embora seja de agosto de 2021 e sobre um assunto tido como superado por ministros do STF e do TSE – a alegação de que o resultado das urnas eletrônicas é manipulável–, a publicação ainda disponível no Telegram é um exemplo dos desafios no combate à desinformação.
Além de Bolsonaro, outros pré-candidatos, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT), também contam com canais no aplicativo. O petista conta atualmente com 47 mil seguidores e Ciro, 19 mil.
A corte eleitoral já firmou parcerias com quase todas as principais plataformas tecnológicas e entende que exceções, caso do Telegram, não são desejáveis.
Na volta do recesso do Judiciário, informou o TSE, Barroso pretende discutir internamente com os ministros as providências possíveis. Ele conversa com seus sucessores no comando do tribunal, Edson Fachin e Alexandre de Moraes.
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (27) que o governo está tratando sobre o caso do Telegram, aplicativo de mensagens que entrou na mira do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada nesta manhã, um apoiador o questionou: "E o Telegram?".
Bolsonaro respondeu, sem entrar em detalhes sobre o que seria a covardia e quais seriam os seus autores: "É uma covardia o que estão querendo fazer com o Brasil".
Uma apoiadora completou a frase: "[É uma covardia] cortar a nossa comunicação". O chefe do Executivo diz que não vai responder ao comentário. "A gente está tratando disso", encerrou o assunto.
O aplicativo é alvo do TSE e está na mira de ao menos duas apurações duas apurações, uma na Polícia Federal e outra no Ministério Público Federal.
Como a coluna Painel da Folha mostrou, investigadores na esfera cível e criminal que atuam em apurações sobre disseminação de fake news, discurso de ódio e desinformação não veem muita saída além do bloqueio do Telegram no Brasil.
As autoridades vêm tentando contato com a empresa, sem sucesso, o que torna inviável aplicar multas ou fazer recomendações.
Com pouca moderação e uma estrutura propícia à viralização, o Telegram é uma das preocupações do TSE para as eleições de 2022. Entretanto, ao tentar contato com a empresa, o órgão não obteve resposta.
A dificuldade de alcançar o Telegram, que não tem sede nem representante legal no país, está inserida em um debate maior sobre os desafios de tornar legislações nacionais efetivas em um mercado de serviços na internet cada vez mais globalizado.
Nesse cenário, as opções seriam: aceitar o crescimento desenfreado de uma plataforma que não atende aos contatos do Judiciário brasileiro ou bloquear o Telegram até que a empresa passe a dialogar.
A possibilidade do bloqueio do Telegram, como mostrou a Folha em recente reportagem, gera preocupação de parte dos especialistas na área, dadas as possíveis consequências da medida, que está inserida em um complexo debate não só da perspectiva legal como técnica.
Por outro lado, o Telegram não responde às autoridades, tampouco a pedidos da imprensa.
De acordo com nota do TSE, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, "entende que nenhum ator relevante no processo eleitoral de 2022 pode operar no Brasil sem representação jurídica adequada, responsável pelo cumprimento da legislação nacional e das decisões judiciais."
A nota diz ainda que "na volta do recesso, o presidente irá discutir internamente com os ministros as providências possíveis. O TSE já celebrou parcerias com quase todas as principais plataformas tecnológicas e não é desejável que haja exceções."
Em 16 de dezembro, Barroso enviou um ofício ao Telegram, direcionado ao diretor executivo do aplicativo, Pavel Durov. Na comunicação, o ministro solicitou uma reunião para discutir possíveis formas de cooperação sobre o combate à desinformação.
Até o momento, porém, o tribunal não teria tido resposta ao email e tampouco o documento físico enviado foi recebido pela empresa, uma vez que as tentativas de entrega da carta na sede da empresa em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, não foram bem-sucedidas, aponta registro de rastreamento dos Correios.
Esta não foi a primeira tentativa do tribunal de contatar a plataforma. Em entrevista à Folha em junho do ano passado a secretária-geral do TSE, Aline Osorio, já mencionava a dificuldade de alcançar a plataforma e definia o Telegram como um grande desafio para 2022.
Osorio comanda o Programa de Enfrentamento à Desinformação do TSE, por meio do qual foram firmadas parcerias com as principais plataformas, como Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp e Tik Tok, nas eleições de 2020. O objetivo do tribunal era que o Telegram integrasse o programa.
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