A ordem para a retirada dos brigadistas foi dada na noite de quarta-feira (21), após uma intensa circulação de ofícios na diretoria do Ibama
O governo federal determinou nesta sexta-feira (23) a retomada imediata da ação de brigadistas no combate a incêndios que havia sido interrompida na primeira hora do dia anterior por alegada falta de recursos pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente).
"Determino o retorno de todas as brigadas de incêndio florestal do Ibama para as suas respectivas atividades e operações a partir da presente data", diz ofício assinado por Ricardo Vianna Barreto, chefe do Centro Especializado Prevfogo, unidade do Ibama de combate a incêndios.
A ordem para a retirada dos brigadistas foi dada na noite de quarta-feira (21), após uma intensa circulação de ofícios na diretoria do Ibama. Em um deles, de número 78, o diretor de Planejamento, Administração e Logística, Luis Carlos Hiromi Nagao, comunicou a "indisponibilidade de recursos financeiros para o fechamento do mês corrente".
Seguiu-se a determinação do diretor de Proteção Ambiental do Ibama, para a suspensão das atividades dos brigadistas.
"Tendo em vista o contido no ofício circular 78, providenciar a determinação para que todas as brigadas do Prevfogo retornem às suas bases de origem à 0h de 22 de outubro de 2020, onde deverão aguardar ordens para o emprego em operações em campo", afirma o ofício assinado pelo diretor Olímpio Ferreira Magalhães.
Em entrevista na manhã desta sexta-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão, que comanda o Conselho da Amazônia, disse que a situação já está pacificada.
"Já está tudo resolvido. Ontem [quinta-feira] foi acertado, o Tesouro vai liberar o recurso que está bloqueado", disse Mourão.
Ele explicou que os recursos oriundos da Operação Lava Jato destinados a ações ambientais acabaram impactando o orçamento do Ministério do Meio Ambiente, embora não tenham ficado com a pasta. De acordo com Mourão, serão liberados R$ 134 milhões.
"Pelo problema do teto de gastos, ao recurso passar por dentro do orçamento, ele impactou o orçamento do Ministério do Meio Ambiente .O [ministro Ricardo] Salles vem, desde julho, ponderando que o Tesouro tinha que liberar o recurso porque aquele recurso não ficou com ele, foi mandado para os estados. Aí, esse negócio ficou naquele vai para lá, vai para cá. Agora, ficou acertado", disse o vice-presidente.
Mourão também afirmou que irá reunir-se na tarde desta sexta com embaixadores europeus (Alemanha, Dinamarca, França, Itália, Holanda, Noruega, Reino Unido e Bélgica) que, no mês passado, enviaram uma carta ao vice-presidente dizendo que o aumento do desmatamento dificulta a compra de produtos brasileiros por consumidores do continente.
De 4 a 6 de novembro, o governo brasileiro vai levar os embaixadores à Amazônia num esforço para desfazer a imagem negativa do país.