O fogo foi controlado e não se propagou para outras unidades
Um incêndio atingiu o prédio 1 do Hospital Federal de Bonsucesso, zona norte do Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira (27).
Os Bombeiros informaram que não aconteceram mortes no local. Feridos estão sendo atendidos em outro prédio do hospital ou sendo transferidos. O fogo foi controlado e não se propagou para outras unidades.
Ao todo 12 unidades do Corpo de Bombeiros fizeram o atendimento ao local, com auxílio do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
A direção do Hospital Federal de Bonsucesso informou que a brigada de incêndio da unidade removeu 162 pacientes do prédio 1 para o prédio 2 até a chegada do Corpo de Bombeiros. Pessoas foram levadas em macas e cadeiras de rodas pelas ruas próximas, que ficaram bloqueadas.
Posteriormente, 25 pacientes foram transferidos para sete unidades de saúde diferentes, sendo que oito deles estão com covid-19 [quatro foram para o Hospital de Acari, e a outra metade para o CER (Coordenação de Emergência Regional) do Leblon], de acordo com os Bombeiros.
Ainda segundo a corporação, quatro pacientes foram levados para o Hospital de Campanha do RioCentro, na zona oeste, que havia sido fechado e foi reaberto nesta manhã para ajudar no socorro.
O porta-voz dos Bombeiros, tenente-coronel Lauro Botto, informou que o incêndio persiste no prédio 1, mas a situação está controlada. "Até agora, o incêndio se mantém exclusivamente no prédio 1, não tivemos propagação para outros prédios. Tanto a estrutura quanto o funcionamento das outras unidades do hospital estão funcionando normalmente. A princípio a situação está controlada, mas estamos retirando os cilindros de oxigênio, porque sempre existe o risco de explosão", disse.
O Corpo de Bombeiros trabalha também com o risco de desabamento no prédio 1. Os técnicos da Defesa Civil estão no local para avaliar a estrutura da unidade atingida pelo fogo.
No hospital, havia pacientes internados no CTI (Centro de Terapia Intensiva), fazendo hemodiálise e mulheres em trabalho de parto, que exigem maior cuidado. Por isso, depois que o prédio foi evacuado, os bombeiros começaram a organizar a transferência de alguns pacientes. Eles foram para outros hospitais e também aconteceu a reativação do hospital de campanha do Riocentro.
"A gente removeu 25 vítimas que a própria unidade não teve capacidade de absorver. Com uma ação integrada, a gente conseguiu remover pacientes para 7 unidades diferentes. Elas não sofreram ferimentos em decorrência do incêndio. Pacientes que já estavam em estado grave foram para o outro prédio da própria unidade ou para outros hospitais, de acordo com essa parceria", informou o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Tenente Coronel Lauro Botto.
A secretaria de saúde do Rio de Janeiro informou que está com toda a rede de assistência preparada para essa emergência. Outras transferências podem acontecer.
Na frente do hospital tem uma oficina, que virou um local para atendimento provisório a alguns pacientes. Macas e monitores foram colocados no local. Um dos pacientes teve que sair em uma ambulância para o Hospital Salgado Filho. Outros ficaram recebendo atenção de médicos e enfermeiros na oficina mesmo.
Uma enfermeira do hospital relatou como foi feita a evacuação.
"A gente evacuou o prédio. Não teve nenhum ferido, conseguimos evacuar todos. Somos treinados para isso (evacuação) e todos se mobilizaram", disse a enfermeira identificada como Silvia, às emissoras de televisão que estão no local.
"Todos saíram e foram acomodados lá atrás (prédio 2). A gente só ouviu falar e saiu correndo. Saímos a tempo com os pacientes. Eles estão em um prédio seguro. Eu estava de plantão e até estranhamos no início, mas saímos logo", afirmou ela.
Parentes de pacientes começaram a chegar ao hospital em busca de informações e estão sendo orientados pelos bombeiros.
O incêndio atingiu a enfermaria e os equipamentos de raio-x. As primeiras informações indicam que o fogo começou pouco antes das 10h, e os primeiros bombeiros chegaram aproximadamente 10 minutos depois.
A origem do incêndio ainda é desconhecida, e o Corpo de Bombeiros afirmou que só poderá determinar a razão após perícia. Testemunhas e o tenente-coronel Lauro Botto, porta-voz dos Bombeiros, disseram que o problema foi percebido inicialmente no almoxarifado, onde há muitas fraldas guardadas, o que teria contribuído para o fogo aumentar.
Os bombeiros conseguiram evitar que o incêndio se alastrasse para outras unidades do hospital, mas ainda estão preocupados com a estrutura do local atingido.
"Sempre trabalhamos com o risco de desabamento. Estamos avaliando, mas a informação mais precisa só teremos depois que os técnicos de Defesa Civil e engenheiro adentrarem. Por enquanto, a maior preocupação, que era evitar que o fogo se propagasse, nós conseguimos evitar. As outras unidades estão funcionando normalmente. Os focos de incêndio estão controlados, então a situação está tranquila, dentro do possível", comemorou Lauro Botto.