Com a chegada do outono neste sábado (20/03), o Centro de Operações Rio, por meio do Alerta Rio, fez um levantamento para mostrar dados sobre a estação na cidade. Uma curiosidade é que, na estreia da nova estação, o dia e a noite terão exatamente a mesma duração: 12h cada um. Isso acontece porque o sol fica nivelado com a linha do Equador e, nesta posição, seus raios incidem igualmente sobre a região equatorial da Terra.
Outro dado tem a ver com as chuvas. O outono de 2019 foi o mais chuvoso dos últimos sete anos, com um acumulado médio de chuva de 150,4mm em todo o período. Esse volume corresponde a 104,6% a mais do que os 73,5mm que são a média de chuva registrada durante esta estação desde 2014.
Segundo o levantamento, o motivo de um valor tão alto é porque choveu muito forte entre as tardes de 8 e 10 de abril de 2019, devido à associação, em conjunto, de vários fenômenos meteorológicos sobre o Rio naqueles dias. Desde então, as chuvas desses três dias do outono de 2019 ocupam 8 das 10 posições atuais do ranking das 10 maiores chuvas do município dos últimos 24 anos, de acordo com o Sistema Alerta Rio.
Já em 2020, a estação foi a mais seca desde 2014. No ano passado, a média de chuva durante toda a estação foi de 43mm. Isso corresponde a 58,5% da média de chuva do outono desses últimos sete anos, que é 73,5mm.
Veja o ranking do acumulado médio de chuva do outono nos últimos sete
2014 – 74,3mm
2015 – 77,2mm
2016 – 43,3mm
2017 – 74,5mm
2018 – 51,5mm
2019 – 150,4mm
2020 – 43,0mm
Mudança gradual no clima
O primeiro dia de outono será de céu parcialmente nublado a claro e sem previsão de chuva. Os ventos estarão fracos a moderados, com mais intensidade à tarde, quando as rajadas podem variar entre 18,5 km/h e 51,9 km/h. As temperaturas permanecem estáveis em relação ao dia anterior, com máxima de 37°C.
Nesta estação, os dias e as semanas iniciais poderão lembrar o verão pela chuva ou calor, enquanto lá para o fim da estação os dias frios e mais secos possivelmente remeterão ao inverno. É esperada a diminuição gradual das chuvas ao longo dos próximos três meses, a ocorrência de névoas e a maior frequência de frentes frias e de massas de ar frio na capital fluminense. Costuma ser em abril que elas começam a chegar mais no Sudeste. No entanto, em maio e junho é que normalmente se intensificam, vindas do Sul do país, ajudando a derrubar os termômetros por aqui.
– A capital, historicamente, tem verões com chuvas muito intensas. Com a chegada do outono, pode vir um alívio pelo término da estação chuvosa. Mas não é assim que devemos nos sentir. É época de transição. A população precisa ficar atenta às condições do tempo nas primeiras semanas do outono porque, no início, ele costuma ter características atmosféricas muito semelhantes às do verão. Isso não significa uma previsão, mas sim uma análise que, com base nas características que a estação costuma apresentar, nos permite dizer que não podemos descartar totalmente a possibilidade de chuvas fortes no Rio no início ou nas primeiras semanas mais quentes de outono – alerta a meteorologista Juliana Hermsdorff, que faz parte da equipe do Sistema Alerta Rio.