Construção não possuía autorização da prefeitura e teria sido erguida por um miliciano da região

 

 

 

Na manhã desta terça-feira (15), na Ilha da Gigóia, um prédio de quatro andares, construído de maneira irregular, foi demolido. A construção, localizada em uma área sob influência do crime organizado, é avaliada em cerca de R$4 milhões, e não possuía autorização da Prefeitura. O proprietário seria um miliciano da região.

Dos quatro andares, três já possuem alvenaria e emboço concluídos, com pisos de mármore, e seriam destinados a moradias. No último andar, seria construído um salão de jogos e área de lazer, totalizando aproximadamente 300m2 de área ocupada. Além disso, 14 ligações clandestinas de luz também foram cortadas no local.

Foto: Divulgação

Brenno Carnevale, Secretário de Ordem Pública, comentou sobre a demolição do prédio que se encontra desocupado. “Esse prédio é totalmente ilegal, construído sem qualquer licença ou autorização da Prefeitura e não está habitado. Sabemos que esses grupos criminosos se utilizam do mercado imobiliário irregular para lavagem de dinheiro e para enriquecer ilegalmente e por isso a importância dessa parceria com o Ministério Público”, destacou.

Equipes da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) e do Ministério Público do RJ, por meio da Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado para o Enfrentamento à Ocupação Irregular do Solo Urbano (Gaeco) atuam juntos na ação.

A promotora Glaucia Rodrigues Mello, integrante da Força-Tarefa do Gaeco, afirmou que o proprietário havia sido notificado para a paralisação da obra. "O responsável pela construção ilegal já vinha sendo objeto de investigação criminal pelo Ministério Público, tendo sido constatado que, a despeito da impossibilidade de legalização e dos embargos impostos à construção, as obras avançaram. Em razão disso, o Gaeco, em parceria com a Seop, decidiram pela demolição administrativa", explicou.

Foto: Divulgação

Desde de 2021 a Secretaria de Ordem Pública já realizou 2.794 demolições de construções irregulares por todo o município do Rio, sendo 75% dessas em áreas sob influência do crime organizado.

Agentes da Secretaria de Conservação, da Guarda Municipal, Comlurb e Light também participam da operação.