Folhapress

A Pfizer anunciou que deve começar a intensificar a entrega de doses de sua vacina contra a Covid-19 a partir de terça-feira (20). De 20 de julho até 1º de agosto, 13 voos vindos dos EUA chegarão ao país com um total de 13.265.460 de doses do imunizante da empresa. A média de entregas diárias deve superar 1 milhão de doses. O primeiro lote da nova entrega está previsto já para terça, com desembarque no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), que receberá também as remessas seguintes.

Em nota, a empresa aponta que para agosto e setembro estão previstas 70 milhões de doses, parte de um dos acordos da farmacêutica com o governo brasileiro. Outras 100 milhões de doses também são esperadas de outubro a dezembro.

Até agora, a Pfizer entregou 14,5 milhões de doses do imunizante contra a Covid. O primeiro lote, com 1 milhão de doses, chegou em abril. Junho, até agora, foi o mês com mais entregas, um total de 11 milhões de doses.

A vacina da Pfizer (ComiRNAty), entre as aprovadas no Brasil, é a que exige os cuidados mais rígidos em relação à conservação. Ela precisa ser guardada entre -60°C e -90°C para manter sua condição de uso.

Para evitar problemas no transporte, a empresa produziu embalagens para manter, por até 30 dias (com trocas periódicas do gelo seco), a vacina na temperatura adequada. Na caixa há ainda um monitor de temperatura acompanhado via satélite, segundo a empresa.

"As doses somente são distribuídas para os pontos de vacinação se os relatórios emitidos após a entrega demonstrarem que não houve qualquer excursão de temperatura relevante durante todo o trajeto", afirma a Pfizer, em nota.

Redação

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) inaugurou, nesta terça-feira (13/07), um ponto de vacinação (PV) no Teatro Municipal Carlos Gomes, na Praça Tiradentes, no Centro do Rio. Palco de apresentações memoráveis ao longo de décadas, dessa vez o teatro abre suas portas para o espetáculo mais esperado pelos cariocas atualmente: a vacinação contra Covid-19.

Apresentação musical marca inauguração do novo PV

O PV funcionará de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e conta com o apoio da ONG Core. Nesta terça-feira, o público convocado são homens de 39 anos, e haverá repescagem para pessoas com deficiência permanente. O ator Fábio Enriquez foi uma das primeiras pessoas a serem vacinadas no espaço cultural.

– É muito simbólico estar me vacinando aqui, no Teatro Carlos Gomes, que é um templo, um lugar onde me apresentei tantas vezes com a minha companhia Barca dos Corações Partidos. É um símbolo de saúde e arte caminhando juntas. Só assim a gente vai dar um mundo melhor para as novas gerações que estão vindo – disse.

 

O ator se vacinou num espaço onde já atuou diversas vezes – Marcos de Paula/Prefeitura do Rio

 

O ator lembrou que já se apresentou no Carlos Gomes com espetáculos como “Auê”, “Gonzagão, a Lenda” e “Ópera do Malandro”. Ele fez um apelo para que as pessoas completem a imunização.

– Tomem a segunda dose da vacina, por favor. É um privilégio estar sendo imunizado quando mais de 500 mil pessoas morreram no Brasil por conta dessa pandemia. Fica para nós a responsabilidade de fazer desse país e do mundo um lugar melhor para se viver.

Já o empresário Fabiano França disse que estava muito ansioso aguardando a chegada do dia para receber a primeira dose da vacina.

– É um passo importante na história, é a maior pandemia que a gente está vivendo. Nenhum de nós imaginava como seria e nem como poderia sair disso. Agora é não relaxar, manter a máscara, se possível, lavar as mãos e quem puder fique em casa – contou.

 

O novo PV vai funcionar de segunda a sexta, das 8h às 18h – Marcos de Paula/Prefeitura do Rio

 

Além do PV no Teatro Carlos Gomes, a parceria entre a Prefeitura do Rio e a ONG Core (Esforço de Ajuda Organizado pela Comunidade, na sigla em inglês) já promoveu a abertura de outros quatro macropolos de vacinação pela cidade: Parque Olímpico, quadras da Mocidade e da Portela e o Centro Esportivo Miécimo da Silva. Fundada pelo ator americano Sean Penn, a ONG Core é uma iniciativa humanitária que atua em diferentes países e, na pandemia, tem ajudado na ampliação do acesso à vacinação.

Os investimentos da instituição no município do Rio para o enfrentamento da Covid-19, em apoio ao SUS, estão voltados para a montagem de postos de vacinação e testagem, e contratação de profissionais. Todos os equipamentos adquiridos por meio da iniciativa serão doados para a rede municipal de saúde após o término da parceria.

Redação

A Prefeitura acelerou o calendário da vacinação contra a Covid-19 e prevê toda a população carioca, a partir de 12 anos, imunizada com as duas doses até o fim novembro deste ano. A 28ª edição do Boletim Epidemiológico da Covid-19, divulgada nesta sexta-feira (16/07), mostra a redução da transmissão do coronavírus no município do Rio e uma das causas desse panorama é o avanço da campanha de vacinação. Setembro, mês de conclusão da vacinação dos cariocas a partir de 12 anos com a primeira dose, também será marcado pela intensificação na busca ativa de não vacinados e repescagem de todas as idades para garantir que todos estejam protegidos.

Em live realizada na noite de quinta-feira (15/07), o prefeito Eduardo Paes e o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, já haviam divulgado mais uma aceleração do calendário, prevendo que, até 18 de agosto, todos os cariocas adultos poderão se vacinar contra a Covid-19; e, de 23 de agosto a 10 de setembro, serão convocados os adolescentes entre 12 e 17 anos. A meta da Prefeitura é imunizar pelo menos 90% da população elegível, um total de 4,7 milhões de pessoas. O Rio de Janeiro é uma das capitais que mais vacinam no mundo contra a doença e, com o novo calendário, é possível prever que até meados de novembro a população terá completado o esquema vacinal contra a doença.

– Em uma pandemia, tomar decisões oportunas é fundamental para salvar vidas. É um calendário ousado, mas é necessário trabalhar no limite, porque é o que nos faz ter resultados melhores – afirma o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Até esta quinta-feira (15/07), 3.460.320 pessoas haviam tomado a primeira dose (D1) de CoronaVac, AstraZeneca ou Pfizer no Rio, e outras 135.128 receberam o imunizante da Janssen, que tem o esquema vacinal de dose única (DU). Esse total representa 68% da população carioca elegível para a vacinação (a partir de 18 anos) com a imunização iniciada ou concluída. Entre as pessoas que seguem o esquema vacinal de duas doses, 1.248.618 já receberam a segunda dose (D2).

 

Soranz: ‘É um calendário ousado, mas é necessário trabalhar no limite’ – Marcelo Piu/Prefeitura do Rio

 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ratifica que todas as vacinas ofertadas são comprovadamente eficazes e seguras, e são oferecidas aos cidadãos de acordo com a disponibilidade de cada ponto de vacinação (PV). A população deve garantir a dose da vacina na data em que sua idade for convocada, sem preferência por fabricante no momento em que dirigir ao PV. É fundamental também que as pessoas fiquem atentas à data de retorno para a segunda dose (anotada a lápis no comprovante da D1) para garantir a eficácia da vacinação. Quem estiver com a D2 em atraso deve retornar ao local de vacinação onde tomou a D1, o quanto antes, para completar a proteção contra a covid-19.

A SMS disponibiliza 280 pontos de vacinação em toda a cidade, funcionando de segunda-feira a sábado, para facilitar o acesso da população à vacina. A lista desses  pontos, seus horários de funcionamento, o calendário de vacinação e mais informações sobre grupos prioritários, documentos etc. estão disponíveis em coronavirus.rio/vacina e nas redes sociais da SMS e da Prefeitura do Rio. Neste sábado (17/07), serão vacinados homens de 37 anos, e haverá repescagem para pessoas com deficiência permanente.

 

Risco em queda progressiva

Na apresentação do 28º Boletim Epidemiológico, destacou-se também o mapa de risco da cidade para Covid-19. Entre as 33 regiões administrativas do município, 11 apresentam risco moderado (classificação amarela) para transmissão do coronavírus – mais que o dobro em relação à semana anterior, quando somente cinco estavam nessa cor. Esta é a terceira semana consecutiva com redução progressiva de áreas com risco alto. Atualmente apresentam risco moderado as regiões administrativas Portuária, Lagoa, Vila Isabel, Penha, Bangu, Santa Cruz, Ilha do Governador, Santa Teresa, Barra da Tijuca, Rocinha e Vigário Geral. As demais estão na classificação laranja (risco alto).

Os indicadores considerados na análise do mapa de risco da cidade são as internações e óbitos registrados semanalmente. As médias móveis desses dois dados, além dos casos confirmados e atendimentos da rede de urgência e emergência, têm apresentado tendência de queda sustentada há algumas semanas na capital.

Márcio Garcia, superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, comenta o panorama epidemiológico da cidade:

– Houve reduções nos indicadores, mostrando coerência dos dados. Realmente temos com clareza o efeito da vacinação reduzindo casos graves e óbitos. Mostramos resultados positivos, mas a pandemia ainda não acabou.

 

Variante Delta

Esta semana a SMS anunciou que identificou dois casos de síndrome gripal por Covid-19 relacionados à variante Delta (B.1 617.2), após sequenciamento genômico, na cidade do Rio. São dois homens, de 27 e 30 anos, residentes dos bairros de Olaria e Paquetá, e há uma média de 20 contactantes sendo monitorados para cada infectado. A investigação epidemiológica está em curso pelas equipes da Vigilância em Saúde da SMS.

Na última semana, 48 novos casos de diferentes variantes do vírus foram identificados na cidade, sendo 37 moradores locais. Desde a identificação do primeiro caso de novas variantes, o município contabiliza 772, sendo 636 residentes. Além dos dois casos da Delta (B.1 617.2) já citados, são 622 casos da Gamma (P.1) e 12 da Alfa (B.1.1.7). Dos moradores infectados por essas cepas, 44 faleceram, 18 permanecem internados e 574 já são considerados curados. Dos não moradores do Rio infectados pelas variantes, 24 vieram de Manaus, 7 de Rondônia e 105 de outros municípios.

Independentemente da variante, as medidas preventivas são as mesmas para a população: manter o distanciamento, usar máscaras e higienizar as mãos com álcool 70 ou, quando possível, água e sabão; além das demais medidas de proteção à vida estabelecidas na Resolução Conjunta SES/SMS Nº 871 de 12/01/21, que podem ser consultadas em coronavirus.rio.

O 28º Boletim Epidemiológico mostra que, desde março de 2020, o Município do Rio soma 379.339 casos de Covid-19, com 29.361 óbitos. Em 2021 são 167.069 casos e 10.483 mortes. A taxa de letalidade deste ano está em 6,3%, contra 8,9% em 2020; e a de mortalidade, em 157,4 a cada 100 mil habitantes, contra 283,4/100 mil no ano passado. A incidência da doença é de 2.508/100 mil, quando em 2020 era de 3.186,6/100 mil.

 

PaqueTá Vacinada

Depois da vacinação dos adultos a partir de 18 anos residentes da Ilha de Paquetá em 20 de junho pela pesquisa PaqueTá Vacinada, uma parceria entre a SMS e a Fiocruz vacinará no dia 25 de julho os adolescentes entre 12  e 17 anos.

Diferentemente dos adultos participantes do projeto, que receberam doses de AstraZeneca, os adolescentes receberão a vacina da Pfizer, já que é o único imunizante atualmente disponível com autorização da Anvisa para aplicação nesse público. A segunda dose das vacinas, tanto para adolescentes quanto para adultos, será aplicada em 15 de agosto.

Avaliando mais de 2,3 mil exames sorológicos coletados na ilha, dados preliminares do estudo indicam que 21% das crianças e adolescentes apresentam anticorpos contra a Covid-19 por terem sido expostos ao coronavírus. Além disso, antes da primeira dose do projeto ser aplicada nos voluntários, 40% dos adultos não vacinados e 90% dos vacinados previamente à pesquisa testaram positivo para a presença desses anticorpos.

 

Medidas de proteção à vida

As medidas de proteção à vida estabelecidas no Decreto nº 48.912, de 27 de maio de 2021 seguem prorrogadas até 26 de julho, mantendo o nível de alerta para cada região. A fiscalização das indicações do decreto será feita pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop),  Guarda Municipal  e Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (IVISA-Rio) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

 

 

 

Júlia Barbon (Folhapress)

Pela primeira vez neste ano, nenhum estado registrou alta nas taxas de incidência e mortalidade pelo coronavírus, diz boletim da Fiocruz divulgado nesta sexta (9). Isso significa que houve queda nos números diários de novos casos e óbitos nas duas últimas semanas, de 20 de junho a 3 de julho.

O relatório também aponta diminuição na ocupação de UTIs públicas pela quarta semana consecutiva em todo o país e conclui que essas melhoras se devem principalmente ao avanço da campanha de vacinação, que vem ajudando a evitar formas graves da doença.

"As vacinas são efetivas na prevenção de casos graves e parecem vir cumprindo bem esse papel. O surgimento de variantes continua sendo uma ameaça com potencial de reduzir a efetividade das vacinas disponíveis, e essa é uma preocupação que não pode ser perdida de vista", pondera o texto.

De acordo com os dados analisados, quase todas as unidades da federação mantiveram ou reduziram em até 5% o patamar de infectados e mortos no período considerado –Acre, Ceará, Paraná e Sergipe registraram reduções ainda mais intensas que essa nos óbitos.

Com relação aos leitos, pela primeira vez em meses apenas um estado apresenta taxa de ocupação superior a 90%, que é Roraima (97%). Também na zona crítica, com taxas acima de 80%, encontram-se Paraná (89%), Santa Catarina (85%) e o Distrito Federal (82%).

Os pesquisadores ponderam, porém, que não é possível saber se essa tendência de melhora vai se manter ou se estamos vivendo um período de flutuações num patamar alto de transmissão, que se estabeleceu a partir de março –foram 61 mil casos e 1.600 mortes diárias nas duas últimas semanas, em média.

Apesar das tendências de estabilidade ou redução, as taxas de transmissão de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) ainda são extremamente altas em vários estados, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste (com exceção de Espírito Santo e Rio de Janeiro).

Também chamam atenção para o fato de que, se analisados os últimos meses, a tendência de queda nos óbitos não foi acompanhada pelos casos, e estados com transmissão alta hoje podem apresentar crescimento nas internações e na mortalidade nas próximas semanas.

"É fundamental que se mantenham medidas de distanciamento físico, uso de máscaras, cuidados com a higiene das mãos. É fundamental que as pessoas se vacinem, conforme o calendário dos seus municípios, sabendo que todas as vacinas disponíveis têm produzido excelentes respostas", escrevem.

O relatório cita ainda o atraso nos dados, pela "descontinuidade de investimento em equipes e infraestrutura nos sistemas de registro em saúde", e o avanço desigual da vacinação pelo país, que tem provocado a migração de pessoas para outras cidades e pode facilitar a disseminação do vírus e suas variantes.

"A vacinação tem sido buscada em cidades com campanhas mais organizadas e com calendário mais adiantado, distantes até 250 km do município de residência, o que provoca interrupções da campanha nessas cidades pela dificuldade de se prever o número de doses necessárias", afirma.

Os pesquisadores também repetem que os infectados são cada vez mais jovens e que é urgente reforçar as medidas de mitigação da pandemia neste público. Se comparadas a primeira semana do ano e a penúltima semana de junho, o percentual de idosos despencou de 63% para 28% entre os internados e de 81% para 52% entre os mortos.

"O fato é que o Índice de Permanência Domiciliar se encontra no ponto mais baixo desde o início da pandemia. Em contrapartida, a cobertura vacinal de segunda dose ainda não alcançou sequer 20% da população. A interseção destes indicadores [...] é exatamente a população mais jovem."

Por fim, citam uma pesquisa feita para entender os efeitos da pandemia nesse público, respondida por mais de 68 mil pessoas de 15 a 29 anos em todos os estados. Destacam-se como consequências a ansiedade (61%), o uso exagerado de redes sociais (56%) e exaustão e cansaço constantes (51%).

Sobre o uso de máscaras, os resultados mostram que, quanto mais públicos forem os espaços e abertos à circulação de pessoas desconhecidas, como mercados, farmácias e transportes, mais os jovens usam máscara (89%). Já nas ruas, o número cai para 69%. Sete em cada dez dizem que não frequentaram festas no último ano.