Por: Raquel Lopes

O número de diagnóstico de novos casos de hanseníase caiu 35% no primeiro ano da pandemia do novo coronavírus. Foram 27,6 mil casos em 2019 contra 17,9 mil em 2020.

Já em 2021 foram 15.155 novos casos, segundo os dados preliminares que vão até 6 de dezembro. Os dados foram apresentados pela pasta nesta terça-feira (25).

Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, destacou também os dados de hanseníase em menores de 15 anos. Foram 1.545 em 2019 contra 879 em 2020, redução de 43%.

"A gente tem falado de menores de 15 anos, ministro, porque isso de alguma forma tem relação com o contato. A linha de transmissão da hanseníase é lenta. Um adulto não diagnosticado acaba contaminando os seus filhos", disse.

Causada por uma bactéria, a hanseníase acomete principalmente nervos periféricos e pele, podendo causar incapacidades físicas, principalmente nas mãos, olhos e pés.

Segundo a pasta, apesar de haver cura, a doença permanece endêmica em várias regiões do mundo, como no Brasil, na Índia e na Indonésia.

Os sinais e sintomas mais frequentes são dormência, formigamento e diminuição da força nas mãos, pés ou pálpebras. Além de machas brancas ou avermelhadas com a diminuição ou perda da sensação de calor, de dor ou de tato.

Nereu Mansano, representante do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), avaliou que a queda nem sempre é boa. Isso pode estar relacionado com a pandemia do novo coronavírus e a dificuldade de acesso ao sistema de saúde nesse período.

"Isso aumenta o risco do diagnóstico numa fase mais avançada e com maior risco de sequela", destacou.

Os dados apontam ainda que de 2016 a 2020 foram diagnosticados 115,3 mil casos novos de hanseníase no país. Desses, 86,2 mil ocorreram no sexo masculino, o que corresponde a 55% do total. A maioria da população é parda e com o ensino fundamental incompleto.

Medeiros informou que o diagnóstico e tratamento são oferecidos no SUS e, neste ano, serão incluídos novos testes laboratoriais complementares ao diagnóstico da hanseníase, entre eles um teste rápido.

A pasta ressaltou que, com essa incorporação, o Brasil será o primeiro do mundo a ofertar em nível assistencial, de forma universal e no sistema público de saúde, um teste rápido para apoiar o diagnóstico.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro irá suspender, a partir de segunda-feira (17) as cirurgias eletivas pelo período de 30 dias. A medida, segundo a pasta, vale para todas as unidades de saúde do estado.

A suspensão é uma das medidas para reduzir o impacto do afastamento de profissionais de saúde por conta de doenças respiratórias, como a Covid-19. As informações são da Agência Brasil.

Segundo a SES, os afastamentos chegam a pelo menos 20% do total de profissionais de saúde. Somente na capital, desde dezembro, cerca de 5,5 mil profissionais de Saúde da rede municipal precisaram ser afastados por covid-19 ou influenza. A SES informou que irá fornecer mais detalhes da medida nos próximos dias.

São consideradas cirurgias eletivas aquelas que podem ser programadas, ao contrário dos procedimentos de emergência. São exemplos de cirurgias eletivas aquelas cirurgias agendadas para catarata, hérnias e vesícula. O estado não divulgou ainda a lista dos procedimentos incluídos na medida.

A suspensão de cirurgias eletivas é uma medida que foi adotada em diversos locais do país ao longo da pandemia. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), em 2020, o Brasil deixou de realizar ou adiou pelo menos 2,8 milhões de cirurgias eletivas.

CASOS DE COVID

De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas, o país registrou 97,9 mil casos de covid-19 e 174 mortes em decorrência da doença. Assim como no restante do Brasil, o Rio de Janeiro registrou salto no número de casos confirmados de Covid-19.

Diversos estados passaram a retomar ou adotar novas medidas de restrição para aglomerações ou para a realização de determinadas atividades diante do aumento dos casos de covid-19 puxado pela disseminação da variante ômicron.

De acordo com os dados oficiais, são 503 casos de pessoas infectadas pela variante Ômicron, com incidência confirmada em 16 unidades da Federação, Rio de Janeiro, com (133) e São Paulo (121). Também foram registradas duas mortes, uma em Alagoas e outra em Goiás. Há 796 casos e duas mortes pela nova variante em investigação.

Diante do aumento de casos, a SES tem orientado as pessoas a continuarem com os cuidados para prevenir o contágio. A população deve usar máscara, completar o esquema vacinal contra a Covid-19, respeitar o distanciamento social, evitando aglomerações, limpar sempre as mãos e deixar o ambiente ventilado.

O governo do estado do Rio de Janeiro começou a distribuir nesta sexta-feira (14), aos 92 municípios, 93,5 mil doses de vacina contra a Covid-19, destinadas a crianças de 5 a 11 anos. O início da distribuição foi anunciado na manhã desta sexta, nas redes sociais. As informações são da Agência Brasil.

As doses dos imunizantes chegaram nesta madrugada no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e foram levadas para a Coordenação Geral de Armazenagem (CGA) da SES, em Niterói.

Segundo a secretaria, a previsão é que a partir de segunda-feira (17), todos os municípios possam dar início à vacinação. A recomendação é que sejam vacinadas primeiro crianças com comorbidades e indígenas, seguidas das faixas etárias dos mais velhos para os mais novos.

A secretaria recomenda que os responsáveis estejam atentos aos calendários locais. A cidade de Maricá, na Região Metropolitana do Rio, anunciou que inicia ainda nesta sexta (14) a imunização de crianças, sendo a primeira do estado a atender essa faixa etária.

Já o calendário da capital começa na segunda-feira para, além das crianças com comorbidades e/ou deficiência, as meninas de 11 anos.

VACINAÇÃO INFANTIL

As vacinas Pfizer (Comirnaty) são destinadas a crianças de 5 a 11 anos. Para a imunização desse público será necessária a autorização dos pais. No caso da presença dos responsáveis no ato da vacinação, haverá dispensa do termo por escrito.

O imunizante tem dosagem e composição diferentes da que é utilizada na dose para os maiores de 12 anos. A vacina para crianças será aplicada em duas doses, com intervalo de oito semanas. A tampa do frasco da vacina é na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de vacinação e também pelos pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para serem vacinadas.

As primeiras doses pediátricas de vacinas chegaram ao Brasil nessa quinta-feira (13). O lote, que contém 1,2 milhão de doses, está sendo distribuído para estados e Distrito Federal, de forma proporcional ao número de crianças em cada unidade da Federação.

Ao todo, de acordo com o Ministério da Saúde, foram encomendadas 20 milhões de doses dos imunizantes. A previsão é que todas sejam entregues no primeiro trimestre deste ano. Essa é a primeira remessa das 4,3 milhões de doses pediátricas da farmacêutica americana que devem ser entregues ao governo federal ainda em janeiro. Além das unidades de janeiro, 7,3 milhões devem ser entregues em fevereiro e outras 8,4 milhões em março.