Folhapress

Mesmo com o Vasco próximo ao G-4 da Série B do Campeonato Brasileiro, a campanha irregular do time, ainda sem emendar duas vitórias consecutivas na competição, fomenta questionamentos sobre o técnico Marcelo Cabo.

A instabilidade aparece não só nos resultados, mas também nas escalações. O treinador ainda faz experimentos e, seja por conta de desfalques ou opções táticas, só repetiu os titulares de uma partida para a seguinte em apenas três ocasiões em sua passagem pelo Vasco.

A primeira vez que isso ocorreu foi logo em seu início no clube, mais precisamente na segunda e terceira partidas dele, quando manteve os mesmos 11 jogadores nos empates contra a Caldense, pela Copa do Brasil, e diante do Botafogo, no Campeonato Carioca.

Em seguida, ele repetiu as escalações nas vitórias sobre o Tombense pela Copa do Brasil e no 3 a 1 sobre o Flamengo, considerado o melhor jogo do Vasco na temporada. Já no início do mês passado, manteve os titulares entre a vitória sobre o Boavista pela Copa do Brasil e empate com a Ponte Preta na Série B.

Apesar da irregularidade e da desconfiança que ainda paira sobre o seu trabalho, Cabo disse acreditar que o time tem apresentado evolução: "Nosso modelo de jogo deixou a equipe um pouco mais agrupada. Temos jogado mais próximos, o meio-campo é um fator importante, e ganhamos sustentação defensiva".

O treinador ainda ponderou que, nas duas derrotas recentes, o Vasco teve jogadores expulsos -em uma delas, no entanto, contra o Cruzeiro, o adversário levou um cartão vermelho no mesmo lance. "Poderíamos ter uma sequência melhor se não fossem essas expulsões", disse após vencer o Confiança no sábado (3).

Em relação ao triunfo recente, o Vasco poderá mais uma vez deixar de repetir sua escalação, desta vez no confronto com o Sampaio Corrêa às 19h desta sexta-feira (9), novamente em São Januário, já que o técnico terá seu leque de opções ampliado por reforços caseiros.

Para a partida, o Vasco contará com o retorno de cinco jogadores que estavam suspensos: tratam-se dos volantes Bruno Gomes e Juninho -que haviam sido expulsos diante do Goiás-, além de Galarza, Morato e Léo Jabá, que cumpriram suspensão automática após o terceiro cartão amarelo.

Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)
Horário: 19h (de Brasília) desta sexta-feira (9)
Árbitro: Jefferson Ferreira de Moraes (GO)
Transmissão: Premiere

Adalberto Leister Filho (Folhapress)

Os Jogos Olímpicos não terão público nas arenas de Tóquio devido ao aumento de casos de coronavírus. A informação foi divulgada por Tamayo Marukawa, ministra da Olimpíada, nesta quinta-feira (8), após reunião entre governo do Japão, Comitê Organizador de Tóquio e COI (Comitê Olímpico Internacional). A diretiva acontece após decretação de novo estado de emergência na cidade-sede, a apenas duas semanas para o início do evento.

Anteriormente, os organizadores liberaram público de até 10 mil pessoas ou 50% da capacidade das arenas olímpicas (o que fosse menor). As competições seriam exclusivas para o público local. Torcedores estrangeiros foram vetados previamente. Mas, com o anúncio de que Tóquio entrará novamente em estado de emergência na próxima segunda-feira, os planos mudaram. A capital japonesa estará nessa fase com maiores restrições até dia 22 de agosto. Os Jogos Olímpicos começam no dia 23 de julho e vão até 8 de agosto. O crescimento de casos já fez com que os organizadores decidissem vetar o revezamento da tocha olímpica pelas ruas de Tóquio para prevenir aglomerações.

A pandemia continua avançando no Japão. De acordo com dados coletados pela Universidade Johns Hopkins, de Baltimore (EUA), na quarta-feira (7) houve 2.180 novos casos de Covid-19 no país e 14 mortes. A média móvel voltou a aumentar, para 1.683. Desde o início da pandemia, 812 mil pessoas pegaram Covid-19 no Japão. O total de óbitos é de 14.848 até agora.

O governo metropolitano de Tóquio, por sua vez, divulgou mais 920 infectados nesta quinta-feira (8). É o maior número desde meados de maio, quando houve o pico da quarta onda no Japão. A média móvel chegou a 632 e cresce todos os dias desde 19 de junho. O temor é que, com a chegada das delegações estrangeiras, a Olimpíada possa se tornar uma propagadora da variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia e que é altamente contagiosa.​

Com a aceleração da vacinação nos últimos dias, o governo do Japão espera que a situação do país melhore e que isso diminua a pressão sobre o sistema nacional de saúde. Segundo o site Our World in Data, 15,2% dos japoneses estão imunizados e 26,5% receberam ao menos a primeira dose. A última atualização é de terça-feira (6).

A decisão de não permitir público nos estádios de Tóquio foi acertada em reunião com Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), que chegou à capital japonesa nesta quinta-feria. Bach afirmou que ele e o presidente do IPC (Comitê Paralímpico Internacional), o brasileiro Andrew Parsons, estão "comprometidos" em entregar os Jogos com segurança.

"Mostramos essa responsabilidade desde o dia do adiamento. E também o mostraremos hoje, e apoiaremos qualquer medida que seja necessária para que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos sejam seguros e protegidos para o povo japonês e todos os participantes", afirmou Bach.

O dirigente participou de reunião em seu hotel, de maneira remota. De acordo com as normas sanitárias locais, o dirigente ficará em quarentena por três dias. Ele terá novas reuniões com o Comitê Organizador de Tóquio de forma virtual ou presencial nos próximos dias. Após a quarentena, ele também fará visitas à Vila Olímpica e a Hiroshima, cidade devastada pela bomba atômica lançada pelos EUA no final da Segunda Guerra Mundial.

John Coates, vice-presidente do COI, que chegou a Tóquio antes, deve visitar Nagasaki, outra cidade japonesa atingida pela bomba atômica em 1945. O dirigente australiano foi criticado no Japão ao dizer que a Olimpíada pode ser realizada mesmo que Tóquio estivesse em estado de emergência, o que de fato irá acontecer. No mês passado houve manifestação em frente à Prefeitura da capital japonsesa contra a realização dos Jogos.

Folhapress

O futebol, como canta a música, pode voltar para casa. A Inglaterra venceu a Dinamarca por 2 a 1 nesta quarta-feira (7), em Wembley, e disputará a final da Euro 2020 contra a Itália. O jogo foi definido somente na prorrogação com gol de Harry Kane, que teve pênalti defendido, mas aproveitou o rebote de Schmeichel para balançar a rede. Antes, Damsgaard e Kjaer, contra, balançaram a rede.

O lance do pênalti gerou muita reclamação. Enquanto driblava dentro da grande área, Sterling caiu ao receber um contato leve da zaga dinamarquesa, e o árbitro assinalou a penalidade. O lance foi analisado pelo VAR, mas o árbitro de vídeo não interfere muito em lances da Euro e a marcação de campo foi mantida.

Esse foi o maior público da competição até aqui, com 64.950 pessoas. A Inglaterra quebrou uma sequência de quatro eliminações em semifinais, somando Copas do Mundo e Eurocopas, e joga a sua primeira final desde 1966, quando foi campeã do mundo também em Wembley.

A partida contra a Itália, que eliminou a Espanha nos pênaltis na terça-feira (6), será disputada no próximo domingo (11), às 16h. Enquanto a ofensividade será a novidade do lado italiano, os ingleses se apoiam justamente em sua defesa, a menos vazada da competição, com somente um gol sofrido até aqui. A defesa inglesa é montada com quatro jogadores, que recebem o apoio dos meias Rice e Philips, além do ataque com Kane e Sterling, os mais perigosos do time.

Os italianos também estavam distantes de finais desde 2012, quando foram derrotados pela Espanha por 4 a 0 também na Euro. Com um time mais ofensivo e remodelado depois da ausência na Copa do Mundo de 2018, a equipe treinada por Roberto Mancini quer recuperar a glória internacional.

Para o técnico Southgate, a ida para a final da Eurocopa também exorciza um dos seus maiores fantasmas. Em 1996, também na Eurocopa, ele foi o responsável pela eliminação dos ingleses contra a Alemanha. Ele desperdiçou a última cobrança de pênalti naquele ano, justamente na última semifinal de Euro disputada pela Inglaterra.

Quando Harry Kane e Kjaer se cumprimentaram em campo antes de a bola rolar, o atacante inglês entregou uma camisa do Tottenham com o nome de Christian Eriksen, que sofreu um infarto em campo no primeiro jogo da Euro, para o dinamarquês. Nela, estavam as assinaturas dos jogadores da Inglaterra.

Na final da Euro, marcada para domingo (11), Eriksen estará na arquibancada junto aos médicos que o salvaram. Em campo, não verá seus companheiros, mas os dois melhores times da competição até aqui.

Somando Copas do Mundo e Eurocopas, a Inglaterra não chegava a uma final desde 1966, quando foi campeão mundial pela única vez em sua história. Depois, vieram eliminações contra Iugoslávia (1968, Eurocopa), Alemanha (1990, Copa do Mundo; 1996, Eurocopa) e Croácia (2018, Copa do Mundo).

A Dinamarca também esperava repetir o bom momento de 1992, quando foi campeã da Euro. Essa foi a quarta vez que a seleção chegou às semifinais e a terceira em que foi eliminada.

No jogo, o goleiro inglês Pickford conseguiu bater o recorde de Gordon Banks em minutos sem levar gols. Um minuto depois, em cobrança de falta de Damsgaard, o goleiro foi vazado. Esse foi o primeiro gol sofrido pela Inglaterra nos seis jogos da Eurocopa.

A partida começou morna. A Inglaterra tinha mais controle, enquanto a Dinamarca estava se fechando no esquema proposto pelo técnico Kasper Hjulmand. O primeiro gol do jogo veio aos 28 minutos, numa cobrança de falta do dinamarquês Damsgaard.

A Inglaterra se recuperou em seguida em passe em profundidade de Kane para Saka, que cruzou para o meio de área na direção de Sterling. Kjaer, no entanto, tocou na bola primeiro e fez contra.

No segundo tempo, a Inglaterra conseguiu se impor ainda mais em campo, controlando as ações e impedindo avanços da Dinamarca, e só foram parados em boas defesas do goleiro Schmeichel. Cansados, os dinamarqueses tentaram fortalecer o meio de campo para segurar o ímpeto inglês, que pressionaram principalmente nos últimos minutos.

O panorama se repetiu na prorrogação, mas Sterling sofreu pênalti duvidoso no fim do primeiro tempo e Kane cobrou. Schmeichel defendeu, mas rebateu para frente, nos pés do atacante, que converteu e conseguiu garantir a classificação para a Inglaterra. No segundo tempo, a Dinamarca tentou se recuperar, sem sucesso.

Camila Mattoso (Folhapress)

Os advogados de Rogério Caboclo apresentarão como um dos argumentos principais na defesa do presidente afastado da CBF a confusão de funções dos diretores da entidade ao longo do processo.

Segundo eles, esses diretores atuaram como acusadores, testemunhas, legisladores e juízes no mesmo caso. A defesa de Caboclo será apresentada à comissão de ética da CBF nesta quarta-feira (7).

Caboclo foi suspenso pela comissão no começo de junho após ter sido acusado de assédio moral e sexual por uma funcionária da CBF.

Ele nega as acusações e diz que o caso está relacionado a articulações de Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF, para retomar o comando da entidade. A dupla mantinha boa relação, mas ao forçar uma independência de seu antecessor, Caboclo se viu na mira.

Na quinta-feira (1º), a diretoria da CBF decretou o afastamento inicial de Caboclo por mais 60 dias, mas depois a medida foi revogada pelo presidente interino, Antônio Carlos Nunes, o coronel Nunes. No sábado (3), a comissão de ética decidiu ampliar a suspensão do dirigente pelos mesmos dois meses, o que segue em vigor.

Os advogados de Caboclo apontam que dos 13 diretores que haviam decidido pelo novo afastamento de Caboclo, cinco são testemunhas acusatórias no processo que tramita na comissão e um é denunciante.

No argumento da defesa, essa confusão de papeis evidencia a existência de um grupo ligado a Del Nero que estaria lançando mão de expedientes que estão fora das normas processuais da CBF para tirar Caboclo do comando, prejudicando assim a imparcialidade do processo.

Como mostrou a Folha, existe também um temor de Caboclo em relação à composição da comissão de ética da CBF, já que seus integrantes foram indicados por Del Nero. De acordo com os trâmites processuais regulares, caberá à comissão deliberar um parecer a respeito do caso, que então será submetido à assembleia geral da CBF, composta pelos 27 presidentes de federações estaduais.

Caboclo é representado pelos advogados Fernanda Tórtima, Wladimyr Camargos e Felipe Maranhão.