Por: Matheus Rocha

Seis dias após 23 pessoas terem morrido durante operação na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio, policiais militares do estado começam a usar nesta segunda-feira (30) câmeras portáteis acopladas em uniformes.

Prevista inicialmente para o dia 16 deste mês, a instalação dos equipamentos sofreu atraso, porque a empresa fornecedora alegou questões operacionais e pediu mais tempo para entregar os dispositivos.

De acordo com o governo, as câmeras serão usadas nesse primeiro momento em agentes de nove unidades nos bairros de Botafogo, Méier, São Cristóvão, Tijuca, Olaria, Ilha dor Governador, Copacabana, Leblon e Laranjeiras.

A licitação para a compra dos itens foi concluída em novembro do ano passado e prevê a aquisição de 21 mil câmeras, sendo que cada uma delas custa R$ 296, totalizando mais de R$ 6 milhões. A previsão é de que 1.637 PMs usem as câmeras, que serão instaladas nas fardas dos agentes que fazem policiamento ostensivo. Os policiais que desempenham atividades administrativas não usarão os acessórios.

Os aparelhos começam a gravar automaticamente por 12 horas quando os policiais os retiram de uma espécie de totem que ficará nos batalhões, usando reconhecimento facial. Eles também permitem que funcionários no centro de monitoramento conversem com o policial.

Todas as imagens e áudios são transmitidos em tempo real ao Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no centro da cidade, e ficam armazenados em uma nuvem por 60 dias. Segundo a empresa, eles passam por uma autenticação que impede qualquer tipo de edição ou alteração.

Em casos mais sensíveis ou complexos, um botão na câmera pode ser acionado pelo policial ou de forma remota para que a gravação tenha melhor qualidade —como acontece em São Paulo, onde a ativação é automática em caso de disparo de arma de fogo. Nesses casos, a imagem fica armazenada por até um ano.

A instalação de câmeras portáteis nas fardas dos agentes é uma das medidas previstas no plano de redução da letalidade policial, apresentado pelo governo do estado no final de março. O documento foi formulado por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) no âmbito da chamada ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental) das Favelas.

Nesse processo, o Supremo decidiu em 2020 suspender operações policiais em comunidades do Rio no período da pandemia, salvo em casos "absolutamente excepcionais".

Especialistas em segurança pública dizem que a implementação dos dispositivos é importante, já que a polícia fluminense coleciona operações com grande número de mortes. Em maio do ano passado, 28 pessoas morreram durante operação no Jacarezinho, na ação que se tornou a mais letal da história do Rio.

Um ano depois, outra incursão da PM deixou 23 pessoas mortas na Vila Cruzeiro, tornando-se a segunda operação mais letal do Rio. 

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o estado foi o quinto em letalidade policial em 2020. Já a cidade do Rio foi o município brasileiro com os maiores números absolutos de mortes em intervenções policiais, com 415 vítimas. Os dados constam do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado no ano passado.

Pesquisas já comprovam a eficácia das câmeras para reduzir o uso da força durante abordagens policiais.

Um estudo divulgado em outubro concluiu que as câmeras nos uniformes resultaram em uma queda de até 61% no uso de força pelos agentes de segurança, incluindo uso de força física, armas letais e não letais, algemas e realização de prisões em ocorrências com a presença de civis.

A pesquisa foi realizada por pesquisadores das universidades de Warwick, Queen Mary e da London School of Economics, no Reino Unido, e da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica), com base em experimento realizado com a Polícia Militar de Santa Catarina entre setembro e dezembro de 2018.

Por: Matheus Rocha

Subiu para 25 o número de pessoas mortas durante a operação conjunta entre a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal que já é a segunda mais letal da história do Rio de Janeiro.

Na manhã desta quarta-feira (25), dois pacientes que estavam internados no Hospital Getúlio Vargas morreram durante a noite, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. A direção da unidade informa que, ao todo, 23 pacientes morreram. A conta não inclui Gabrielle Ferreira da Cunha, 41, que foi baleada na Chatuba, comunidade vizinha à Vila Cruzeiro, e não foi levada ao Getúlio Vargas. Assim, a operação deixou 24 pessoas mortas. De acordo com o hospital, quatro pessoas permanecem internadas.

A outra vítima é um menor de idade que havia sido encaminhado nesta terça (24) para a Unidade de Pronto Atendimento do Complexo do Alemão. Ele chegou ao local já sem vida, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Segundo a Polícia Militar, a ação desta terça-feira (24) visava prender em flagrante mais de 50 traficantes de vários estados que sairiam em comboio à favela da Rocinha, na zona sul da cidade. O plano, porém, foi frustrado quando uma das equipes à paisana foi descoberta e atacada na entrada da comunidade, por volta das 4h.

O que se seguiu foram horas de confrontos, que acabaram subindo pela comunidade até chegar a uma área de mata que liga a Vila Cruzeiro ao Complexo do Alemão, onde a maioria foi baleada. Entre os mortos também está Gabrielle, alvejada dentro de casa na Chatuba, comunidade vizinha à Vila Cruzeiro e que não era alvo da operação.

Durante entrevista na terça-feira, a Polícia Militar culpou o Supremo Tribunal Federal (STF) pela migração de criminosos ao estado.

"A gente começou a reparar essa movimentação, essa tendência deles de migração para o RJ, a partir da decisão do STF [que limitou operações policiais em favelas durante a pandemia de Covid-19]", disse em entrevista o secretário da corporação, coronel Luiz Henrique Marinho Pires.

Isso vem acentuando nos últimos meses. Esse esconderijo deles nas nossas comunidades é fruto basicamente dessa decisão do STF. É o que a gente entende, a gente está estudando isso, mas provavelmente deve ser fruto dessa decisão do STF", continuou.

A operação virou alvo de investigação nos Ministérios Públicos federal e do estado do Rio de Janeiro. O objetivo é apurar eventuais violações de direitos durante a ação na comunidade da zona norte carioca.

Durante a tarde desta terça, corpos e feridos chegavam a todo momento à unidade. Por volta das 13h30, uma kombi estacionou trazendo o corpo de um jovem coberto por um lençol.

Cristino Valle Brito, da OAB-RJ, estava acompanhando a retirada do corpo e disse que o jovem chegou a pedir ajuda para ser encaminhado ao hospital, mas morreu a caminho da unidade.

Por: Matheus Rocha e Mariana Moreira

As estradas que levam à Terra Prometida são tortuosas e têm capsulas de fuzil. São pelo menos sete delas em uma das vias. Ao chegar ao topo do morro, é possível encontrar uma casa crivada de tiros.

Os disparos atravessaram uma caixa d'água, perfuraram a parede de madeira e atingiram uma pequena geladeira. A porta do eletrodoméstico está perfurada e, em frente dele, o fragmento de um projétil repousa no chão.

Era esse o cenário na Vila Cruzeiro um dia após a comunidade ter sido alvo da segunda operação policial mais letal da história do Rio.

Pelo menos 25 pessoas perderam a vida durante a ação realizada pela Polícia Militar em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal.

O confronto se concentrou principalmente na parte alta da comunidade, na localidade conhecida como Terra Prometida. É uma região marcada pela vulnerabilidade social, onde as casas são feitas de madeira.

A moradora de uma delas diz que dormia com o marido e a filha pequena quando, por volta das 3h30, a casa começou a ser metralhada por policiais militares.

"A gente se jogou da cama para o chão e começou a gritar, dizendo que na casa tinha morador, que a gente era trabalhador. Mas eles disseram: 'morador é o caralho' e continuaram atirando", diz Ana, acrescentando que mora na região há três anos e que nunca tinha visto algo parecido.

Os moradores que conversaram com a Folha se disseram assustados e pediram para ter as identidades preservadas. Por isso, todos os nomes foram trocados.

Ana diz que ficou cerca de uma hora no chão tentando se proteger dos disparos. Ela conta que, após esse período, quatro policiais militares teriam invadido a casa; um deles era chamado de "Orelha" pelos colegas de farda. "Disseram para esse 'Orelha' que tinha gente escondida lá atrás, nos fundos da casa. Eles foram pra lá e mataram o cara a facadas."

A casa de dois cômodos -um banheiro e um quarto- ainda preserva evidências da operação desta terça. Nos fundos do imóvel de madeira, era possível ver sangue no chão. "Meu marido limpou uma parte, porque começou a dar mosca."

Em frente à geladeira perfurada havia o fragmento de um projétil que por pouco não atingiu a moradora. Ela diz que dormia junto com o marido em uma cama de casal ao lado da geladeira.

"Se eu morresse, a gente não teria nem dinheiro para pagar o enterro", afirma ela, que é diarista e ganha R$ 700. Para complementar a renda, vende picolés, atividade que precisou interromper. A geladeira deixou de funcionar após ter sido perfurada na operação.

Grávida de três meses, ela diz que pretende se mudar por causa da violência. "Estou desde terça-feira sem conseguir dormir. Eu não tenho paz. Me expulsaram do meu barraco."

O medo é compartilhado por Cláudia, que também tem uma casa na Terra Prometida. A moradora diz estar traumatizada e evita ficar no imóvel, que, segundo ela, foi sido invadido por PMs. "Na favela não tem só bandido. Também tem morador de bem."

A Folha de S.Paulo entrou em contato com a Polícia Militar para falar sobre as denúncias de violações, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

Ainda na terça, a operação virou alvo de investigação no Ministério Público Federal e estadual para apurar eventuais violações de direitos.

Indignação no IML Já no Instituto Médico-Legal (IML), o clima nesta quarta (25) era de revolta e consternação entre parentes e amigos das vítimas. Durante a manhã, dezenas de familiares chegaram ao prédio para reconhecer os corpos dos mortos na operação.

Após identificar o corpo do parente, a irmã de Izaías Victor, de 22 anos, deixou o prédio chorando e gritando. Ela teve que ser amparada por amigos que a acompanhavam e optou por não se identificar.

"Acabaram com o rosto do meu irmão. Dói na alma, eu preciso chorar. Ele era muito bonito. Ai, me ajuda senhor, passa logo", gritava a irmã do jovem assassinado.

Uma amiga da família de Izaías, que pediu para ser identificada apenas como Fabiana, contou que o jovem havia sido baleado na perna no início da operação, quando fugiu em direção à mata na companhia de um amigo.

De acordo com ela, Izaías não estava armado. Após saber que o jovem havia sido alvejado pela PM, Fabiana e parentes foram em busca do rapaz, prestaram socorro e levaram o corpo, já sem vida, para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, zona norte do Rio.

"Ele tomou um tiro na perna e ficou escondido no meio do mato. Ele queria se entregar, mas os policiais o encontraram e deram um tiro na cara dele", relatou Fabiana.

José Carlos Escafura, um dos bicheiros mais conhecidos do Rio, conhecido como Piruinha, foi preso na manhã desta terça-feira (24) pela morte de Natalino José Espíndola, o Neto, dono de uma loja de veículos na Estrada Intendente Magalhães, entre os bairros de Madureira e Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro.

O crime, cometido em julho do ano passado, teria sido encomendado após a vítima não acertar uma dívida com o bicheiro, de 93 anos.

Além de Piruinha, também foi preso o policial militar Jeckson Lima Pereira, o "Jeck", que trabalhava como segurança do idoso e teria executado o homicídio.

Os mandados de prisão foram cumpridos em uma operação do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) em parceria com a Delegacia de Homicídios da Capital. Segundo nota divulgada pela assessoria do MP, um terceiro envolvido no crime ainda é procurado. Sua identidade não foi divulgada.

De acordo com as investigações, no dia 23 de julho de 2021, Jeck, segurança pessoal de Piruinha, abordou Neto enquanto ele chegava em sua loja de carros, a pé, e fez os disparos de arma de fogo que causaram a morte do comerciante.

A denúncia contra os homens destaca que os tiros foram disparados em uma região "densamente povoada", o que colocou outras pessoas em risco, e por motivo torpe, já que a morte foi encomendada pela dívida da vítima com Piruinha, que não teve valor divulgado.

O bicheiro é conhecido pelas autoridades do Rio de Janeiro e exerce há décadas o domínio do jogo do bicho em várias áreas da capital fluminense, com destaque para os bairros de Madureira, Abolição, Cascadura, Maria da Graça, Piedade e Inhaúma.

Na madrugada desta terça-feira (24), a rotina dos moradores da Vila Cruzeiro foi interrompida por uma intensa troca de tiros durante uma ação da Polícia Militar em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal. Ao longo do confronto, a comunidade viveu momentos de terror, com escolas fechadas, trabalhadores sem poder sair de casa e ao menos 25 pessoas mortas.

Com isso, a operação se tornou a segunda mais letal da história do Rio de Janeiro, perdendo apenas para a ação que deixou 28 pessoas mortas no Jacarezinho, em maio do ano passado.

Uma das vítimas foi Gabrielle Ferreira da Cunha, 41, alvejada dentro de casa na Chatuba, comunidade vizinha à Vila Cruzeiro. A Delegacia de Homicídios da Capital fez perícia na residência para investigar de onde partiu o tiro.

Já nesta quarta-feira (25), a Secretaria Municipal de Saúde confirmou que um menor de idade morreu em razão do confronto. A idade no jovem, porém, ainda não foi divulgada. Segundo a pasta, ele foi encaminhado na terça já sem vida à unidade de pronto-atendimento do Complexo do Alemão e, depois, foi levado ao IML (Instituo Médico-Legal).

Entidades dos direitos humanos criticaram a ação, afirmando que ela se trata de uma chacina. Por outro lado, nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro (PL) parabenizou os policiais.

Já o governador Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro, escreveu no Twitter que a ação conjunta "seguiu todos os protocolos estabelecidos pela ADPF 635 [decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que limitou operações policiais em favelas durante a pandemia] e que o Ministério Público foi devidamente comunicado".

Ainda na terça (24), a operação virou alvo de investigação dos Ministérios Públicos federal e do estado do Rio de Janeiro. O objetivo é apurar eventuais violações de direitos durante a ação na comunidade da zona norte carioca. ​

De acordo com a Polícia Militar, a ação visava prender em flagrante mais de 50 traficantes de vários estados que sairiam em comboio à favela da Rocinha, na zona sul da cidade. O plano, porém, foi frustrado quando uma das equipes à paisana foi descoberta e atacada na entrada da comunidade, por volta das 4h.

A corporação então colocou em prática uma "operação emergencial", seguida de várias horas de confrontos. A troca de tiros acabou subindo pela comunidade, até chegar a uma área de mata que liga a Vila Cruzeiro ao Complexo do Alemão, onde a maioria foi baleada.

QUEM SÃO AS VÍTIMAS, SEGUNDO A PM

1 - Patrick de Andrade da Silva, 22: conhecido como Pulguinha ou PT do Jacaré, nasceu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Tinha uma anotação criminal.
2 - Geovane Ribeiro dos Anjos, 27: conhecido como Pinguim ou Do Gelo, tinha 27 anos.
3 - Maycon Douglas Alves Ferreira da Silva, 29: conhecido também como Maiquim, ele tinha quatro anotações criminais. Foi preso em flagrante em 2019 por tráfico e drogas.
4 - Gabrielle Ferreira da Cunha, 41: foi alvejada dentro de casa na Chatuba, comunidade vizinha à Vila Cruzeiro. Será enterrada nesta quarta-feira (25), no cemitério.
5 - Leonardo dos Santos Mendonça, 29
6 - Marcelo da Costa Vieira: Nasceu em Petrópolis e tinha 33 anos.
7 - Sebastião Teixeira dos Santos, 40
8 - André Luiz Filho
9 - Carlos Henrique Pacheco da Silva, 25
10 - Roque de Castro Pinto Junior: veio do Amazonas e estava no Rio de Janeiro.

Uma operação conjunta do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e da Polícia Rodoviária Federal deixou ao menos 11 pessoas mortas nesta terça-feira (24) na Vila Cruzeiro, uma das 13 favelas do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro.

Segundo a PM, o objetivo da operação era localizar e prender lideranças criminosas que estariam escondidas na comunidade, inclusive vindos de outros estados, como Alagoas, Bahia e Pará.

Ainda segundo a corporação, os agentes estavam se preparando para iniciar a operação quando teriam sido atacados pelos traficantes na parte alta da comunidade.

Após confronto em uma área de mata, a polícia diz ter encontrado 11 pessoas feridas no local e as encaminhado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. As forças de segurança dizem que as vítimas eram criminosos.

A direção do Getúlio Vargas afirma que recebeu na manhã desta terça-feira 12 pessoas baleadas na operação, sendo que dez morreram ainda na emergência e duas estão sendo atendidas no setor de trauma da unidade.

Durante a operação, foram apreendidos sete fuzis, quatro pistolas e 16 veículos (dez motocicletas e seis carros), que teriam sido usados pelos criminosos para fugir.

Em fevereiro, a Vila Cruzeiro já tinha sido palco de uma operação violenta. À época, oito homens foram mortos pela durante uma ação da Polícia Militar e da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Os agentes tentavam prender Adriano de Souza Freitas, conhecido como Chico Bento e apontado como chefe do tráfico no Jacarezinho.

Como a favela foi ocupada pela polícia em janeiro para implantar o Cidade Integrada, programa do governador Cláudio Castro (PL), os criminosos teriam se escondido na Vila Cruzeiro, também dominada pela facção Comando Vermelho.

Segundo as corporações, na operação de fevereiro, foram apreendidos sete fuzis, quatro pistolas, 14 granadas, carga e veículos roubados, cocaína e maconha. Uma pessoa que não teve o nome divulgado foi presa, mas não foi Chico Bento.

A ação na Vila Cruzeiro que deixou 11 mortos acontece poucas semanas após o massacre no Jacarezinho ter completado um ano. A operação da Policial Civil realizada em maio do ano passado deixou 28 mortos na favela e se tornou a mais letal do Rio de Janeiro.