Crescimento do setor imobiliário impulsiona segmento de Eventos e Promoções
O setor de Eventos e Promoções, que estava estagnado desde o início da pandemia de Covid-19, começa a reagir no primeiro semestre de 2021
O setor de Eventos e Promoções, que estava estagnado desde o início da pandemia de Covid-19, começa a reagir no primeiro semestre de 2021
Júlia Moura (Folhapress)
O dólar teve um pregão volátil ante o real nesta quarta-feira (16), marcada pelas decisões de políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos. A expectativa de uma Selic mais alta levou o dólar a cair para R$ 4,9930 na mínima do pregão. Esta é a primeira vez que a moeda é cotada abaixo de R$ 5 desde 10 de junho de 2021. O comunicado do Fed (banco central americano), porém, fortaleceu a moeda americana ante o real, terminando o pregão em alta de 0,35%, a R$ 5,06.
A maioria dos membros do Fomc (comitê de política monetária do Fed) passaram a ver em 2023 a alta dos juros pós-pandemia nos EUA, contrariando a expectativa do mercado. Na última reunião, a expectativa era de alta em meados de 2024. Juros mais altos nos Estados Unidos tendem a fortalecer a moeda americana globalmente, pois enfraquece o carry trade, prática de investimento em que o ganho está na diferença do câmbio e dos juros. Nela, o investidor toma dinheiro a uma taxa de juros menor em um país –no caso, os Estados Unidos– para aplicá-lo em outro, com outra moeda, onde o juro é maior, como o Brasil.
No exterior, o DXY, índice do dólar que acompanha a moeda contra as principais divisas, opera em alta de 0,92%, a 91,367 pontos, perto do fim do pregão, nível mais alto desde abril. Rafael Ribeiro, analista da Clear, classifica a mudança da perspectiva da política monetária como brusca.
"Esse endurecimento no discurso pode ser explicado pela expectativa de inflação, que aumentou de 2,4% para 3,4% este ano, sempre lembrando que a meta de inflação nos EUA está em 2%. Vale destacar que sete membros do Fomc recomendam alta já no ano que vem para evitar um contágio maior na economia", diz Ribeiro.
Durante entrevista coletiva, o presidente do Fed, Jerome Powell, reconheceu pela primeira vez que a inflação pode acabar sendo mais intensa, em vista das commodities, e mais persistente frente ao que o Fed havia projetado.
Por agora, o Fed manteve sua principal taxa de juros inalterada, na faixa de zero a 0,25%, onde ela está desde o começo da pandemia, e suas aquisições de ativos em US$ 120 bilhões por mês.
Por outro lado, a estimativa dos dirigentes para o PIB (Produto Interno Bruto) aumentou com a vacinação no país para 7%, ante uma previsão de 6,5% em março, com o índice de desemprego caindo a 4,5%, em linha com as projeções anteriores. A inflação subjacente deve ser de 3% este ano, bem acima da previsão de 2,2% em março, antes de recuar a 2,1% em 2023.
Os três principais índices acionários de Wall Street fecharam em queda com a perspectiva de juros mais altos. O Dow Jones recuou 0,77%, o S&P 500 perdeu 0,54%, e o Nasdaq desvalorizou-se 0,24%. O Ibovespa acompanhou e fechou em queda de 0,63%, a 129.259,49 pontos.
Segundo analistas, também pesou no mercado informações de agências de notícias internacionais de que estatais chinesas receberam ordens para venderem seus estoques de matérias-primas e para informar suas posições em contratos futuros de commodities para evitar especulações, uma vez que poderiam segurar seus estoques para inflar os preços. A Vale recuou 3%, com o setor de mineração e siderurgia como um todo fechando em queda, na esteira da baixa dos preços futuros do minério de ferro na China, também impactado pelo aumento nos embarques de grandes países fornecedores.
A Embraer teve baixa de 4,4%, numa correção, após fechar a terça na máxima desde janeiro de 2019. Os papéis acumulam elevação de 18,29% no mês e de 130,96% no ano.
Banco Inter avançou 5,49%, ensaiando uma recuperação, após recuar 8,75% no mês até a véspera. Na véspera, o banco digital anunciou detalhes para uma oferta de units, que deve ter seu resultado na próxima semana.
Alice Porto, do canal Contadora da Bolsa, ensinará a retificar a declaração em palestra virtual gratuita
Bernardo Caram (Folhapress)
Como parte do plano de reformulação do programa Bolsa Família, o governo avalia criar uma assistência destinada a crianças e adolescentes que ficaram órfãos por conta da Covid-19. O valor do benefício pode chegar a R$ 250.
A ideia em discussão prevê repassar os recursos a jovens que perderam pais ou responsáveis por falecimento de Covid-19 desde o início da pandemia. O benefício seria válido apenas para pessoas de baixa renda incluídas no cadastro do Bolsa Família.
A medida foi desenhada pelo Ministério da Cidadania e faz parte dos estudos internos para o novo Bolsa Família. Segundo relatos, o plano ainda está em discussão e não há decisão dos ministérios. Por isso, pode ser alterada. Após finalização, a medida será apresentada ao presidente Jair Bolsonaro.
A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada à reportagem por integrantes do governo que participam das discussões. O custo total dessa assistência dependerá do número de órfãos no Bolsa Família. Segundo um membro do governo, o benefício deverá ser pago para cada jovem que se encaixa na regra. Ou seja, para uma família com quatro irmãos que perderam o pai para a Covid-19, por exemplo, o governo deve pagar quatro benefícios.
Pelo desenho feito pela pasta, esses jovens poderão receber a assistência até os 18 anos de idade. O objetivo da medida é minimizar os efeitos negativos da pandemia na área social, que amplia a desigualdade e a eleva a pobreza. Antes de reformular o Bolsa Família, a ideia é que o governo oficialize a prorrogação do auxílio emergencial por mais três meses, com encerramento em outubro. A rodada atual se encerra em julho.
Em seguida, o Ministério da Cidadania pretende apresentar a reformulação do Bolsa Família. De acordo com uma fonte que acompanha a formulação, o programa passará por uma reestruturação ampla e mudará de nome. As opções até o momento são Renda Brasil ou Renda Cidadã, mas esse ponto também não está definido. A pasta finaliza projeções para ampliar o público atendido e o valor dos benefícios do programa. Bolsonaro quer que o valor médio por família passe dos atuais R$ 190 para R$ 250.
Em relação ao público, o cadastro do Bolsa Família considera, desde 2018, em extrema pobreza pessoas com renda mensal de R$ 89 por membro da família, enquanto rendimentos entre R$ 89,01 e R$ 178 são classificados como situação de pobreza. É possível acessar o programa mesmo sem filhos.
O valor máximo do rendimento para enquadramento no programa deve subir para R$ 190, mas esse reajuste fica abaixo da inflação do período. Para compensar a alta dos preços, o teto de renda por pessoa da família deveria subir para mais de R$ 201 por mês.
O ministro João Roma (Cidadania) se reuniu com Bolsonaro para discutir o programa social e tem conversado com o ministro Paulo Guedes (Economia). A data de envio da proposta não está fechada, mas a pasta quer apresentar o novo programa até meados de julho.
Além de reformular o Bolsa Família, o Ministério da Cidadania trabalha para fortalecer o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que também deve ganhar novo nome. A ideia é comprar mais de produtores familiares inscritos no Cadastro Único (base de dados de programas sociais) e repassar esses alimentos à população de baixa renda.
Também está nos planos do governo inserir no programa um benefício variável de desempenho escolar e esportivo.
Em relação a maio de 2020, indicador avançou 47,6%
Thiago Resende (Folhapress)
O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone, disse nesta terça-feira (15) que a bandeira vermelha, a mais cara cobrada sobre a conta de luz, deverá subir mais de 20%.
Em meio ao baixo nível dos reservatórios de água, usinas térmicas são acionadas e isso já afeta o consumidor por meio da bandeira tarifária cobrada sobre a conta de luz. Em junho, está vigente a bandeira vermelha nível 2, a mais cara, que cobra R$ 6,24 para cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos.
A agência discutia elevar essa cobrança para R$ 7,57 a cada 100 kWh. "Mas, com certeza, deve superar isso", declarou Pepitone em audiência pública na comissão de Minas e Energia da Câmara para discutir a crise hídrica.
Ele informou ainda que a decisão deverá ser comunicada em junho. Pepitone ressaltou que o aumento se deve ao pagamento do uso das usinas térmicas, cuja geração de energia é mais cara.
Durante o debate, o diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Luiz Carlos Ciocchi, disse que estão sendo adotadas medidas para que não haja risco de racionamento de energia neste ano.
"Não teremos nenhum problema de energia ou de potência ao final de novembro de 2021, quando começa a estação chuvosa", afirmou Ciocchi.
Apesar de reconhecer que a situação é preocupante, ele apresentou as ações contra o risco de apagão. Entre elas, a flexibilização de restrições hidráulicas nas bacias dos rios São Francisco e Paraná; aumento da geração térmica e da garantia do suprimento de combustível para essas usinas; aumento da importação de energia da Argentina e do Uruguai, além de campanha de uso consciente da água e da energia e antecipar obras de transmissão.
Diante da crise hídrica, o governo prepara uma medida provisória. O plano prevê dar plenos poderes a um grupo interministerial de monitoramento da crise hídrica para que ele decida sobre a quantidade de água nos reservatórios das hidrelétricas.
Hoje esse papel cabe à Ana (Agência Nacional de Águas) e ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O governo também quer um programa de deslocamento do consumo de energia nos horários de pico. A medida pode começar em julho e incluir consumidores residenciais, além da indústria.